Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 33º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos 13,24-32, mostra que Deus conduz a história com sabedoria e paciência ao encontro com o Filho do Homem, Jesus. Nele, cada ser humano é filho, na comunhão com o Pai. O fim do mundo não é a precipitação de tudo no nada, mas a realização de toda esperança além e acima de toda expectativa. A finalidade do mundo é alcançar uma plenitude que ninguém cismaria imaginar. De um lado, a criação anseia pela manifestação dos filhos de Deus; do outro, os crentes clamam pela vinda do Filho. O encontro entre o Filho e as criaturas, especialmente os seres humanos, é a finalidade suprema da criação. Com efeito, por ele, nele e para ele tudo foi feito; ele é a vida de tudo o que existe. Com facilidade e ignorância, associamos fim do mundo com aniquilação, destruição e morte. Na visão bíblica, o ‘fim’ é a ‘finalidade’ mais desejada, meta pela qual se luta, felicidade que se busca e nunca se encontra: é o encontro entre o Pai e os filhos, entre o Filho e os irmãos, entre o Criador e as criaturas, entre o Amor e os amados, entre Esposo e a esposa. Os primeiros cristãos, que ansiavam pelo encontro com seu Senhor glorificado, viram na destruição do Templo o sinal do fim do mundo. Fugiram para as montanhas para escapar à espada dos destruidores e esperar o retorno de Jesus. Falsos profetas anunciavam a iminência do fim. Mas é preciso não se deixar enganar. Será “depois” de todas as violências, de todas as destruições, de todos os extermínios. Sobre as cinzas da morte Deus trará uma realidade totalmente nova, os novos céus e a nova terra, o Reino será entregue ao Pai, e Deus será tudo em todos! Não vale a pena fazer cálculos, entregar-se a especulações, ir à caça de sinais premonitórios. É pura perda de tempo. Como é perda do juízo identificar nas crises da história humana a realização dos sinais precursores: ‘está na Palavra!’. Crises sempre houve e sempre haverá, mas ainda não será o fim. A crise é ocasião para reassumirmos o designo de Deus, revelado em Jesus, que veio “para que todos tenham vida e vida em plenitude”. Este Evangelho se cumpriu na Cruz de Jesus e nas cruzes que, por Jesus e em Jesus, temos que abraçar para vir a nós o Reino e fazer a sua vontade. A Cruz é a entronização de Jesus, a vinda em poder e glória para dar a conhecer o juízo de Deus e a salvação do homem. O mistério de Jesus morto e ressuscitado constitui a primeira vinda. Vinda que continua na vida cotidiana dos discípulos missionários: é a segunda vinda. Vida que esconde, anuncia e antecipa o encontro definitivo e pleno com Ele: a terceira vinda. Viver ‘no tempo que se chama hoje’ o que se deu ‘naquele tempo’ entre Jesus e os discípulos missionários é uma forma sensata de anunciar, preparar e antecipar o encontro que se dará no ‘fim dos tempos’, no abraço que nenhum braço poderá jamais desatar. Ninguém sabe o dia final, mas todos podem viver cada dia como se fosse o último. Se sabemos ler os ‘sinais dos tempos’ meteorológicos, podemos aprender a ler os ‘sinais dos tempos’ históricos, onde o Senhor está presente e atuando na direção do Reino. Por onde passa a salvação que não cessa de ser oferecida pelo Pai, que não quer a morte, mas a vida de seus filhos? Pouco a pouco iam morrendo os discípulos missionários que tinham conhecido Jesus. Os que ficavam acreditavam nele sem tê-lo visto. Celebravam sua presença invisível na Eucaristia, mas quando veriam seu rosto cheio de vida? Quando se cumpria o seu desejo de encontrar-se com ele para sempre? Continuavam lembrando-se com amor e fé das palavras de Jesus. Elas eram seu alimento naqueles tempos difíceis de perseguição. Mas quando eles poderiam comprovar a verdade que elas encerram?
16/11/15 – Seg: 1Mc 1,10-15.41-43.54-57.62-64 – Sl 118 – Lc 18,35-43
17/11/15 – Ter: 2Mc 6,18-31 – Sl 3 – Lc 19,1-10
18/11/15 – Qua: 2Mc 7,1.20-31 – Sl 16 – Lc 19,11-28
19/11/15 – Qui: 1Mc 2,15-29 – Sl 49 – Lc 19,41-44
20/11/15 – Sex: 1Mc 4,36-37.52-59 – (1Cr 29) – Lc 19,45-48
21/11/15 – Sáb: Zc 2,14-17 – Sl 1 – Mt 12,46-50
Seja um participante fiel, na sua Igreja, ofereça o Dízimo!