Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 26º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos 9,38-43.45.47-48, podemos distinguir quatro peças, que, juntas, formam um mosaico. A tessela, pedrinha do mosaico, mais importante é a primeira. Fala da ‘união’ dos discípulos missionários entre si e de sua ‘divisão’ em relação aos de fora. Os discípulos missionários são um ‘nós’ bem definido. Nada de mal nisso. O ser humano precisa unir a outros e fazer parte de algum grupo. No caso dos discípulos missionários há um problema. O centro do seu grupo não é Jesus, mas o próprio grupo. Buscam o próprio ‘prestígio’ comunitário e não o ‘serviço’ aos outros. É o ‘pecado original’ da comunidade. Se o pecado original do indivíduo é o se colocar no lugar de Deus, o pecado original comunitário é colocar o ‘nós’ no lugar de Jesus. Os discípulos missionários querem ser seguidos! Mas a Igreja não é formada por quem segue a ‘nós’, mas por quem ouve e escuta a ‘Ele’. A unidade entre nós vive do seguimento dele. E ele nos conduz para fora de todas as cercas e nos abre a todos, especialmente os distantes e os excluídos. O estar-com-Ele, que é o Filho, nos une ao Pai e aos irmãos e forma um ‘nós’ que tem uma identidade, mas não uma propriedade. A união com Jesus não se fecha sobre si mesma, mas, por sua própria natureza, se abre a todos. ‘No nome de Jesus’, a Igreja abraça a todos e não exclui ninguém. É o que não acontece com outros ‘nomes’, que dão origem a guetos, seitas, divisões, exclusões. As divisões na Igreja são sinal de que não temos ainda o Espírito do Filho, que, conhecendo o amor do Pai, deu a sua vida por todos os irmãos. Quem, indivíduo, grupo ou instituição, exclui alguém não só não é católico, mas nem cristão! Faltando a união com Jesus, falta a união com todos, a começar com os outros discípulos missionários e espraiando-se até o “último dos meus irmãos”! O versículo 41 ensina que mesmo o mínimo serviço realizado no ‘nome’ de Jesus tem um valor salvífico. O Reino de Deus consiste em viver, aqui e agora, o amor do Pai, que é amar a todos, não importa se vai ‘de dentro para fora’ ou de ‘fora para dentro’. ‘Fora’ do grupo dos discípulos missionários existe amor. Às vezes, falamos do Reino como realidade grandiosa e apenas futura. O Reino é realidade presente, e o tempo, mesmo o momento presente, apesar de pequeno, é semente onde desabrocha a eternidade. O versículo 42 fala do escândalo. ‘Escândalo’ significa obstáculo, topada, tropeço. Escandalizar é o contrário de servir. Ao invés de ajudar alguém na sua caminhada atrás de Jesus, o faz vacilar, tropeçar e cair. Discípulos missionários pouco firmes não precisam de muita coisa para cair. Paulo nos ensina a deixar até mesmo de fazer coisas indiferentes ou boas para não ‘escandalizar’ o irmão. Também a edificação do outro, não só a bondade da minha atitude é critério para a minha ação. Na última série versículos, Jesus pede uma decisão radical: é preciso cortar tudo o que atrapalha, seja a mim seja aos outros, no seguimento de Jesus. Caminhar atrás dele é vida; perder a vida por ele é salvá-la; procurar salvá-la por falta de entrega é perde-la. A vida, sendo dom e amor, só é vida enquanto doada no amor ao Pai e aos irmãos. A cena é surpreendente. Os discípulos missionários se aproximam de Jesus com um problema. Desta vez, o porta-voz do grupo não é Pedro, mas João, um dos irmãos que estão buscando os primeiros lugares. Agora pretendem que o grupo de discípulos missionários tenha a exclusividade de Jesus e o monopólio de sua ação libertadora. Estão preocupados. Um exorcista, que não fazia parte do grupo, está expulsando demônios em nome de Jesus.
28/09/15 – Seg: Zc 8,1-8 – Sl 101 – Mt 9,46-50
29/09/15 – Ter: Dn 7,9-10.13-14 – Sl 137 – Jo 1,47-51
30/09/15 – Qua: Ne 2,1-8 – Sl 136 – Lc 9,57-62
01/10/15 – Qui: Ne 8,1-4a.5-6.7b-12 – Sl 18 – Lc 10,1-12
02/10/15 – Sex: Ex 23,20-23 – Sl 90 – Mt 18,1-5.10
03/10/15 – Sáb: Br 4,5-12.27-29– Sl 66 – Lc 10,17-24
Seja um participante fiel, na sua Igreja, ofereça o Dízimo!