Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 25º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos 9,30-37, tem duas partes: a primeira é uma instrução de Jesus aos discípulos missionários sobre o Filho do Homem, segunda predição da Paixão; a segunda desmascara o demônio surdo-mudo, que põe no coração dos discípulos missionários uma palavra diferente da de Jesus, a busca do poder e não do serviço. Temos aqui a mais breve predição da morte e ressurreição de Jesus. A Cruz exprime, como em fragmento, todo o nosso pecado e todo o amor de Deus por nós. A surdez que nos impede de acolher a Palavra será a causa da morte de Jesus, que é a Palavra. Mas a morte de Jesus será a cura da nossa surdez. Jesus morrendo na cruz por nós, pecadores, nos mostra a forma inequívoca o seu amor. O seu grito de amor não poderá não ser ouvido! O mistério que celebramos na Eucaristia é a entrega do Filho do Homem. Palavra, que se faz nosso pão e nossa vida, é um exorcismo contínuo que nos cura do espírito surdo e mudo. E entramos na segunda parte no nosso texto. Enquanto a palavra de Jesus, que é a Palavra, é amor e humildade, a dos discípulos missionários, a nossa, é egoísmo e protagonismo. E submergem, submergimos, na própria frustração. Quem procura o próprio ‘eu’ perde a si mesmo, os outros e a Deus. Quem quer ser o maior se sente insignificante e sem valor. Não se sente amado e não consegue se aceitar e aceitar os outros. está sempre lutando para ser ‘quem sabe o quê’, um pouco maior que si mesmo e que os outros, para se tornar ‘aceitável’ a si e aos demais. A luta pela glória tem um preço elevado e é sempre inglória. Jesus sabe que cada um quer e deve realizar-se. Renunciar a realizar-se seria um absurdo, porque o ser humano é aquilo que se torna. Mas Jesus dá critérios para isso. Ao desejo de sobrepor-se aos outros no ‘ter’, no ‘poder’ e no ‘aparecer’, cujo resultado só pode ser uma ilusória realização, Jesus substitui o deseja de acolher e de servir o outro, sobretudo os pobres e pequenos. Aqui está a grandeza de Deus, que é misericórdia, e a grandeza do homem, que se deixa ser miserável quando se torna capaz de amar. A vocação do homem é o amor e o serviço, melhor dizendo, é o amor-serviço! Temos que ser discípulos missionários de Deus, que mostrou seu rosto em Jesus. Deus, sendo amor, não se afirma às custas do outro, mas promove o outro às próprias custas. Não se serve do outro, mas o serve. Não despoja o outro, mas se despoja a si mesmo, de tudo, até de si mesmo, em favor do outro, como o fez na cruz. A caminho de Jerusalém, Jesus continua instruindo seus discípulos missionários sobre o fim que o espera. Insiste mais uma vez em que será entregue nas mãos dos homens, e estes o matarão, mas Deus vai ressuscitá-lo. Marcos diz que “não o entenderam e tinham medo de perguntar”. Nestas palavras se adivinha a pobreza dos cristãos de todos os tempos. Não entendemos Jesus e temos medo de perguntar sua mensagem. Ao chegar a Cafarnaum, Jesus lhes pergunta: “A respeito de que discutíeis pelo caminho?”. Os discípulos missionários se calam. Estão envergonhados. Marcos nos diz que, pelo caminho, tinham discutido sobre quem era o mais importante. Certamente, é vergonhoso ver o Crucificado acompanhado de perto por um grupo de discípulos missionários cheios de estúpidas ambições. A respeito de que discutimos na Igreja enquanto dizemos seguir Jesus? Uma vez em casa, Jesus se dispõe a dar-lhes uma correção. Estamos precisando. Estas são suas primeiras palavras: “Quem quiser ser o primeiro, que seja o último e o servidor de todos”.
21/09/15 – Seg: Ef 4,1-7.11-13 – Sl 18 – Mt 9,9-13
22/09/15 – Ter: Esd 6,7-8.12b.14-20 – Sl 121 – Lc 8,19-21
23/09/15 – Qua: Esd 5,5-9 – (Tb 13,2-5.8) – Lc 9,1-6
24/09/15 – Qui: Ag ,1-8 – Sl 149 – Lc 9,7-9
25/09/15 – Sex: Ag 1,15b-2,9 – Sl 42 – Lc 9,18-22
26/09/15 – Sáb: Zc 2,5-9.14-15a – (Jr 31) – Lc 9,43b-45
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