13/09/15 Dom: Is 50,5-9a – Sl 114 – Tg 2,14-18 – Mc 8,27-35

Neste 24º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos 8,27-35, traz a pergunta de Jesus dirigida aos discípulos missionários e a nós: “E vocês, quem dizem que eu sou?”, que caminhamos com ele até aqui. A resposta de Pedro é contundente: “Tu és o Messias, o Cristo”. E a nossa? Uma coisa é perguntarmos “quem é este?”; outra coisa é deixar que ele nos pergunte: “E vocês, quem dizem que eu sou? Em outras palavras: “Quem sou eu para vocês?”. Se, até aqui, ele nos fez a sua proposta, agora ele quer ouvir a nossa resposta. O cristianismo, antes de ser uma religião, um sistema, uma doutrina, é a resposta a esta pergunta que ele dirige a mim e a você, a nós e a eles: “Quem sou eu para você?”. Vem primeiro a confissão de Pedro: “Tu és o Cristo”. Em seguida, vem a auto-confissão de Jesus: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar depois de três dias”. Ele é a “Palavra”, que “diz tudo abertamente”. Esta justaposição das duas confissões não é casual. É um convite a passarmos de uma compreensão de Jesus como Messias ou Cristo a uma compreensão de Jesus como Filho do Homem, como humilde Servo. É preciso deixar para trás o reino dos desejos humanos, confuso e conturbado, para entrar no reino da promessa de Deus, imprevisível e insondável. Mas o que quer dizer ‘Messias, em hebraico, ou ‘Cristo’, em grego? Esta palavra tornou-se uma espécie de sobrenome de Jesus. Mas não é nada disso. Qual é o seu significado original? A melhor explicação encontra-se nos oito primeiros capítulos do livrinho em que Marcos conta a história de Jesus. Sobretudo a história do que ele fez: limpou leprosos, fez mancos andarem, curou mãos para tocá-lo e receber dele a vida, ressuscitou mortos, deu de comer a famintos, curou ouvidos para escutar a Palavra e vista para contemplar a Glória. Não pode ser outro senão o Messias, o Cristo, o prometido, o esperado, o descendente de Davi, o rei da justiça e da paz, libertador e salvador do seu povo, de todos os povos. Era isso o que se esperava do Messias. E isso não é tudo o que Jesus é e se pode dizer sobre ele, mas é o primeiro passo, sem dúvida, importante. Correspondentemente, discípulo missionário é aquele que responde à pergunta de Jesus: “Quem sou eu para você?”. Não existe fé por procuração. Cada um deve dar a sua própria resposta. Cada um é chamado a conhecê-lo, amá-lo e segui-lo pessoalmente, mesmo que o faça de forma muito imperfeita. Até aqui, Jesus nos fez muitos dons. Ele queria atrair-nos. Seus dons eram iscas. De agora em diante não haverá mais dons. Os nossos olhos deverão passar da sua mão vazia ao seu rosto e penetrar no seu coração, fonte de todos os dons. Deus é amor, e não quer senão amar e dar a si mesmo, não simplesmente dons, ao amado. Pedro não consegue aceitar tudo o que Jesus diz em sua auto-confissão: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar depois de três dias”. Quer ‘livrar’ Jesus desta tentação: “Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo”. A reação de Jesus é dirigida a todos os discípulos missionários, mas especialmente a Pedro: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. Esta é a tradução mais comum, que todos conhecemos. Jesus não diz ‘para longe de mim’, mas ‘para traz de mim’, que é a expressão usada no chamamento dos discípulos missionários: “Atras de mim”! Este é o chamado de Jesus: “Tome a sua cruz e me siga”.

14/09/15 – Seg: Nm 21,4b-9 ou Fl 2,6-11 – Sl 77 – Jo 3,13-17

15/09/15 – Ter: Hb 5,7-9 – Sl 30 – Jo 19,25-27

16/09/15 – Qua: 1Tm 3,14-17 – Sl 110 – Lc 7,31-35

17/09/15 – Qui: 1Tm 4,12-16 – Sl 110 – Lc 7,36-50

18/09/15 – Sex: 1Tm 4,2c-12 – Sl 48 – Lc 8,1-3

19/09/15 – Sáb: 1Tm 6,13-16– Sl 99 – Lc 8,4-15

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