16/08/15 Dom: Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab – Sl 44 – 1Cor 15,20-27a – Lc 1,39-56

Neste 20º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas 1,39-56, é próprio da Assunção de Nossa Senhora. Por meio de Maria, obediente à Palavra, Deus visita o seu povo, que o reconhece. Este reconhecimento é a meta do seu plano, o objetivo dos seus esforços. É o cumprimento da história da salvação. O mistério desta visita é a antecipação do evento escatológico, quando será usada misericórdia a todos os que estavam encerrados na desobediência. É a alegria final do encontro definitivo, tão dificultado e tão suspirado, entre esposo e esposa, que é o tema do Cântico dos Cânticos. A visita do Senhor é o sentido último da história pessoal e universal. Nem todos são capazes de percebê-la, a vista. Quem será capaz de fazê-lo? Isabel está grávida de João Batista e de dois mil anos de história. Maria carrega em seu ventre o Eterno desde sempre esperado. No seu encontro, abraçam-se Antigo e Novo Testamento, promessa e cumprimento, espera e realização. Duas mulheres se cumprimentam. É o acontecimento bruto, material, real e aparente. Duas mulheres se acolhem. É o acontecimento sutil, interior, real e profundo. Na sua recíproca acolhida, é reconhecido e acolhido aquele que é Acolhida. O encontro se dá por iniciativa daquela que é declarada bem-aventurada por ter acreditado no cumprimento da palavra do Senhor. Maria vai ao encontro de Isabel, sinal dado por aquele para quem “nada é impossível”. Em termos de história da salvação, o Novo Testamento, Maria, vai reconhecer o Antigo, Isabel, o dom ai contido como promessa do impossível. Somente no mistério desta visita ao Antigo Testamento, o Novo compreende a realidade de que é cumprimento. Lucas, que escreve para cristãos provenientes do paganismo, que não conhecem o passado judaico da história da salvação, procura introduzir seus leitores na história de Israel. Seus primeiros capítulos são como que um resumo do Antigo Testamento. Sem o horizonte da promessa do Antigo Testamento, é impossível conhecer o dom de Deus que nos veio visitar! Só João Batista, filho de Isabel, último profeta do Antigo Testamento, voz disponível à Palavra, está em condições de indica-lo. A Lei e a Promessa são como que duas mãos que Deus, através de Israel, criou para que a humanidade possa tender para ele e acolhê-lo. Um presente que não tem mãos para recebê-lo e segurá-lo, cai e se espatifa no chão. Maria, visitando Isabel, reconhece a verdade do que está acontecendo nela; a Igreja, recorrendo ao Antigo Testamento, ao qual jamais renunciou, compreende o que concebeu. Em Maria e na Igreja, Israel vê a visita que o Senhor realizou. Este reconhecimento é um grande mistério. Marca a passagem da promessa ao cumprimento, da revelação incipiente à plena, do conhecimento imperfeito ao perfeito conhecimento do Senhor! A Assunção de Maria é festa para os que creem. Uma festa que não é senão eco do anúncio pascal: “Cristo ressuscitou”! Maria foi ressuscitada por Deus. Aquela mulher que soube acolher como ninguém a salvação que lhe era oferecida alcançou a vida definitiva. A que soube sofrer junto à cruz a injustiça e a dor de perder o seu filho participa da sua vida gloriosa de ressuscitado e nos convida a caminhar pela vida com esperança. Antes de mais nada, a Assunção de Maria confirma nossa esperança cristã: há salvação para o ser humano! Há uma vida definitiva que já se cumpriu em Cristo e que já foi dada a Maria em plenitude. Há ressurreição! Maria é a Mãe da nossa esperança. Ela é a perfeitamente redimida. Nela já se realizou de maneira eminente e plena o que esperamos um dia viver todos nós.

17/08/15 – Seg: Jz 2,11-19 – Sl 105 – Mt 19,16-22

18/08/15 – Ter: Jz 6,11-24a – Sl 84 – Mt 19,23-30

19/08/15 – Qua: Jz 9,6-15 – Sl 20 – Mt 20,1-16a

20/08/15 – Qui: Jz 11,29-39a – Sl 40 – Mt 22,1-14

21/08/15 – Sex: Rt 1,1.3-6.14b-16.22 – Sl 146 – Mt 22,34-40

22/08/15 – Sáb: Is 9,1-6– Sl 112 – Lc 1,26-38

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