Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 19º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de João 6,41-51, traz o contesto do discurso da multiplicação dos pães, em que Jesus se apresenta como ‘pão da vida’. Trata-se de um longo discurso, um verdadeiro diálogo entre a Palavra e seus ouvintes. Os discípulos missionários e as multidões, no passado; nós e outros, seus interlocutores. Esses onze versículos apresentam o ‘escândalo’ de crer que Jesus é o pão descido do céu, e o ‘escândalo, de comer o seu corpo e beber o seu sangue. Os ‘judeus’, é bom que se saiba não são os habitantes da Judeia, mas os incrédulos, da Judeia ou de Nova York ou de qualquer ponto do planeta. Murmuram contra Jesus, como o povo incrédulo no deserto. Às reclamações dos fugitivos hebreus por falta de pão, Deus responde, enviando o maná e as codornizes, pão e carne, para conhecerem que o Senhor é seu Deus. Ainda não satisfeitos, reclamam que os seus olhos “não veem outra coisa senão o maná”. Não percebem que se trata de um alimento que contém todas as delícias. Os ‘judeus’ do tempo de Jesus questionam como possa ser ‘pão descido do céu’ esse Jesus que seus olhos veem. No deserto, não viam senão o maná; agora, não veem, na humildade de Jesus, senão “o filho de José, de quem conhecem pai e mãe”. Num e noutro caso, não veem a revelação de Deus. Mas me digam vocês que me leem, mas não me veem, poderia Deus revelar-se a nós a não ser na e através da nossa humanidade? Jesus não se justifica nem corrige nem muda. Só pede que não critiquem e que aceitem esse escândalo, sem o qual não pode haver salvação. Na carne do Filho de Deus, tudo se sustenta; sem ela, nada se aguenta. O fazer-se carne do Verbo não é nenhum expediente teatral ou circense, mas condição de sua revelação e de nossa salvação. O passo da fé é dom de Deus: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrai”. É o Pai que atrai o ser humano ao Filho, para que se torne filho. A fé é a obra por excelência do Pai no coração dos filhos. Se exteriormente Deus se serve da criação, da Lei, da humanidade de Jesus, internamente somos ensinados diretamente por Deus. Somos alunos de Deus! Ele atua no coração de cada um de nós, atraindo-nos para a luz e a vida, para o Filho, no qual Deus se dá a nós como Pai. Primeiro, falou-nos pela criação. Depois, revelou-nos a Lei, através de Moisés e dos Profetas. Agora, quando nos falou por seu próprio Filho, Ele escreveu a sua palavra nos nossos corações. Implantou em nós um coração novo, capaz de amar como Ele ama. Acolhendo essa atração interior, aderimos ao Filho e conhecemos o Pai. Sem essa transformação interior, não há cristão. Cruzada nunca converteu ninguém. Pelo contrário. Doutrinação nunca fez um pagão virar cristão. “Ninguém pode vir a mim se o Pai não o atrair!”. A palavra seguinte de Jesus, sobre a Eucaristia: “o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha vida”, prosseguindo e aprofundando o discurso sobre “o pão descido do céu”, que, agora se torna o cordeiro sacrificado, levará a uma crise maior. Sinal de que estavam acompanhando o discurso de Jesus, embora não o estivessem compartilhando na fé. Seguindo o relato de João, Jesus repete, cada vez de modo mais claro, que vem de Deus para oferecer a todos um alimento que dá vida eterna. Seus ouvintes não podem continuar ouvindo algo tão escandaloso sem reagir. Conhecem seus pais. Como pode dizer que vem de Deus? Ninguém pode ficar surpreso com a reação deles. É razoável acreditar em Jesus Cristo?
10/08/15 – Seg: 2Cor 9,6-10 – Sl 111 – Jo 12,24-26
11/08/15 – Ter: Dt 31,1-8 – (Dt 32) – Mt 18,1-5.10.12-14
12/08/15 – Qua: Dt 33,1-12 – Sl 65 – Mt 18,15-20
13/08/15 – Qui: Js 3,7-10a.11.13-17 – Sl 114 – Mt 18,21-19,1
14/08/15 – Sex: Js 24,1-13 – Sl 135 – Mt 19,3-12
15/08/15 – Sáb: Js 24,14-29– Sl 15 – Mt 19,13-15
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