Usar a tecnologia para tornar mais rápido o atendimento às pessoas que apresentam doenças de pele é o objetivo da Teledermatologia, que passa a ser adotada pelo município na segunda-feira (3). Com uma câmera fotográfica e um dermatoscópio, recebidos da Secretaria de Estado da Saúde, as lesões dos pacientes são fotografadas e enviadas, via internet, para o Centro de Telemedicina em Florianópolis, a exemplo do que já acontece com os eletrocardiogramas. Na capital, as imagens são analisadas por especialistas que emitem o laudo e orientações a serem seguidas.
O sistema já é adotado com sucesso em outros municípios. Em Brusque, a Teledermatologia diminuiu em 76% a fila de espera. “Em reunião com os médicos e enfermeiras, vamos definir qual o ESF vai funcionar como projeto-piloto e realizar os primeiros exames, depois estendemos o serviço a todas as unidades”, explica a enfermeira Etiane Ploszai Linzmeyer, responsável por Serviços Especializados.
Quando o usuário apresenta um problema de pele, o médico do posto de saúde preenche uma ficha de solicitação de exame pela Teledermatologia. O documento pode ser encaminhado via internet. Na ficha, o médico indica qual a suspeita, se de psoríase, câncer de pele, hanseníase ou outras dermatosoes, pois há procedimentos específicos para cada caso. Também assinala numa ilustração quais as áreas afetadas Na secretaria de Saúde, marca-se o exame. A técnica de enfermagem que faz as fotografias recebeu treinamento específico em Florianópolis. “Cada patologia tem um procedimento padrão. Por exemplo, para suspeitas de psoríase é necessário fazer foto panorâmica, outra aproximada e com utilização de uma régua ao lado da lesão, e três imagens com o dermatoscópio”, explica Etiane. Depois, as imagens são enviadas, via sistema on line para Florianópolis.
Por meio do site www.telemedicina.sc.gov.br, os médicos e enfermeiros da rede municipal de saúde podem acessar o laudo e receber as orientações dos especialistas. Os resultados são classificados por cor. O vermelho indica as situações mais graves, que precisam de tratamento de alta complexidade ou em hospital. A cor amarela refere-se a patologias que podem precisar de tratamento em outra cidade ou no município; casos identificados com coloração verde devem aguardar agendamento de rotina com dermatologista e os azuis e brancos podem ser tratados pela atenção básica. Os profissionais da Teledermatologia também podem solicitar exames mais detalhados. “A solicitação prévia desses exames também facilita, pois o usuário já vai ao dermatologista com os exames, do contrário seriam necessárias duas consultas com o especialista”, conta Etiane.
O secretário de Saúde Deodato Raul Hruschka explica que, com o início dos exames pela unidade-piloto, pacientes que estão na fila de espera serão chamados para realizar as imagens. “Sem dúvida é mais um avanço para o município, pois a Teledermatologia tornará mais rápido o atendimento a quem precisar de uma avaliação de dermatologista”, comenta.