Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 11º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos 4,26-34, mostra que a palavra-chave é um tapa na cara do nosso protagonismo: “E vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece”. A mensagem é clara: não é a ação do ser humano que produz o Reino, mas o próprio poder de Deus, invisível e escondido como a vida na semente. Nossas impaciências pelo bem não só não são inúteis, mas prejudiciais. Da mesma forma que o mal traz em si seu veneno de morte, o bem tem sua própria vida e cresce por si. Jesus mostra o contraste entre a nossa inatividade e a ação de Deus. Mas este contraste é só aparente, pois ele age exatamente onde somos impotentes e contamos confiantes com sua ação. Eficácia evangélica e eficácia mundana não são a mesma coisa! Os tentadores insistem para que Jesus aja rápido, com urgência e determinação. Senão, seus esforços serão frustrados. Ele responde que, se puxarmos a planta, a arrancamos, mas ela não cresce. A vida tem o seu ritmo, que é preciso conhecer e respeitar. A semente, uma vez lançada na terra, cresce por si, com a mesma calma que o rio escorre para o mar e a pedra rola morro abaixo. Não se contraria nem se apressa este ritmo impunemente! O Reino de Deus é de Deus. O homem não pode nem fazê-lo nem impedi-lo. Pode, no máximo retardá-lo, como alguma depressão na encosta ou alguma represa nalgum ponto do rio. Ao homem cabe acolher o Reino e deixar-se envolver no seu dinamismo. Ação divina e ação humana, a partir daí, não se opõem, mas se compõem na insuperável diferença. Modelo de nossa ação é Moisés, que se volta confiante para Deus: enquanto seus braços estão erguidos, o povo vence; a nossa força vem do nosso abandono confiante em seus braços. A agitação, ao invés de nos livrar da areia movediça, pode precipitar nosso engolimento. Quem nos salva é ele, o Senhor único de tudo e de todos. Quem crê realmente sabe disso e fica sereno, ainda que cercado de dificuldades. O ímpio é como “mar agitado, que não se acalma e cujas águas trazem barro e sujeira”. Nossas ansiedades em relação ao bem não vêm de Deus, mas do inimigo. São sinais de pouca confiança, “Senhor, salva-nos porque perecemos”! É causa de perdição. A parábola do semeador que dorme é a parábola absoluta da fé. Fé que faltará aos discípulos missionários na noite deste mesmo dia, quando Jesus dormirá tranquilo e os discípulos missionários ‘morrerão’ de medo. Pode-se iluminar a parábola de Jesus com outra, a nossa. Um camponês estava sentado à beira de um terreno limpo, nu de planta nenhuma. Mandou embora as crianças que queriam jogar bola ali. Fez um transeunte que queria passar pelo meio do terreno desviar seu caminho. Frustrou um padre que pedia parte do terreno para construir sobre ele alguma capela ou a sede de uma obra beneficente. Naquele terreno, não tinha nada. Mas o camponês já o contemplava verdejante, dourado, colhido. Um visionário? Absolutamente. A aparência dava razão aos ‘realistas’. A realidade ao camponês, que tinha semeado e sabia que a semente não decepciona! Diz o Teólogo Fausti: “Quem não tem a sábia paciência do camponês destrói com duas mãos o que faz com uma”. Jesus se preocupava muito que seus seguidores ficassem desanimados ao ver que seus esforços por um mundo mais humano e feliz não obtivessem o êxodo esperado. Esqueceriam o Reino de Deus? Manteriam sua confiança no Pa? O mais importante é que não esqueçam nunca como devem trabalhar. Seja fiel, ofereça o Dízimo!
15/06/15 – Seg: 2Cor 6,1-10 – Sl 97 – Mt 5,38-42
16/06/15 – Ter: 2Cor 8,1-9 – Sl 145 – Mt 5,43-48
17/06/15 – Qua: 2Cor 9,6-11 – Sl 111 – Mt 6,1-6.16-18
18/06/15 – Qui: 2Cor 11,1-11 – Sl 110 – Mt 6,7-15
19/06/15 – Sex: 2Cor 11,18.21b-30 – Sl 33 – Mt 6,19-23
20/06/15 – Sáb: 2Cor 12,1-10 – Sl 33 – Mt 16,24-34
Seja um participante fiel, na sua Igreja, ofereça o Dízimo!