Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 10º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos 3,20-35, compõe-se de quatro partes: Primeira, sobre relações diferenciadas com Jesus: a dos discípulos missionários, a das multidões, a dos parentes e a dos mestres da Lei; Segunda, sobre a acusação de que Jesus age sob o domínio de satanás; Terceira, sobre a blasfêmia contra o Espírito Santo; Última, sobre a nova família de Jesus. A questão central é saber se estamos ‘com ele’ ou ‘contra ele’: Somos seus ou estranhos a ele? Estamos dentro ou fora? Atendemos ao seu chamado ou mandamos chamar? O seguimos ou queremos que ele nos siga? Deixamo-nos tomar por ele ou queremos subjugá-lo? Aceitamos o seu perdão ou recusamos? Escutamos o Espírito ou blasfemamos contra ele? Fazemos a vontade de Deus ou fazemos da nossa o ponto de referência de toda a nossa vida? O que está em jogo é a nossa salvação, que consiste em estar ‘com ele’ como ele é realmente e não como gostaríamos que fosse. Depois de ter sido ameaçado, Jesus não fala na sinagoga, mas em casa. A ‘casa’ é mais que simplesmente um lugar físico. A ‘casa’ se torna um lugar simbólico. Há um ‘dentro’ e um ‘fora’. Há um ‘dentro’ porque há um ‘fora’ e vice-versa. ‘Dentro’ é a família, o grupo de discípulos missionários que Jesus vai chamando e formando; ‘fora’ são os estranhos. Este ‘dentro’, na verdade, delimita a Igreja, que é formada por aqueles que estão com ele e o escutam. Isto não significa que a Igreja seja um clube fechado, mas um circulo aberto a todos os estranhos. O verdadeiro alimento do homem é a palavra que sai da boca de Deus, expressão da sua vontade. A vontade de Deus é plenamente cumprida por quem se coloca em volta dele para escutá-lo. Jesus, como o Pai declarou na nuvem, é o Filho amado que deve ser ouvido. Ele é a Palavra eterna do Pai. À medida que o escutamos, tornamo-nos sua mãe e seus irmãos. Nós nos tornamos a palavra que ouvimos; quem ouve Jesus, a Palavra, torna-se filho e irmão como ele. O grupo dos ‘seus’, inspirado pelo bom senso e pelos bons sentimentos, querem sequestra-lo, porque está louco. Jesus não procura a própria vantagem e não sabe tirar proveito da situação. O grupo dos ‘escribas’, ao invés de se converterem, usam a sabedoria para se defender. Para eles é verdadeiro só que é útil para manter as suas certezas, falso o que as coloca em discussão. Não lhes interessa servir a verdade, mas servir-se habilmente dela para confirmar as próprias opiniões religiosas e as próprias posições de poder. Jesus está no centro do grupo dos que ‘cumprem a vontade de Deus’. O Pai quer que todos estejam com ele e se tornem como ele: ouvintes do Filho para tornarem-se filhos. Se o dar ouvidos ao diabo tornou-nos filhos do diabo, a escuta dele nos restitui a condição de filhos! Fazer parte da companhia de Jesus, navegar na sua barquinha não se apoia em privilégios de raça ou de classe. Os segundo a carne ainda não fazem parte da sua comunidade. Os sábios, que se acham no direito de tudo julgar, inclusive o Espírito, também não. A verdadeira família de Jesus não é formada por seus parentes, próximos ou distantes, mas por quem o escuta. Na verdade, não é fácil passar de família carnal a família espiritual de Jesus: os ‘seus’, baseados no bom senso e nos bons sentimentos, quiseram sequestrar porque louco; os sábios, ao invés de converter-se, usam sua sabedoria para defender-se. Discípulo missionário é quem entra existencialmente no circulo dos seus ouvintes.
08/06/15 – Seg: 2Cor 1,1-7 – Sl 33 – Mt 5,1-12
09/06/15 – Ter: 2Cor 1,18-22 – Sl 118 – Mt 5,13-16
10/06/15 – Qua: 2Cor 3,4-11 – Sl 98 – Mt 5,17-19
11/06/15 – Qui: At 11,21b-26; 13,1-3 – Sl 97 – Mt 10,7-13
12/06/15 – Sex: Os 11,1.3-4.8c-9 – (Is 12) – Ef 3,8-12.14-19 – Jo 19,31-37
13/06/15 – Sáb: Is 61,9-11 – (1Sm 2) – Lc 2,41-51
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