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Torcedor que perdeu a visão não sabe se voltará um dia à Arena Joinville

Segunda, 08 de junho de 2015

 

Garoto de 15 anos faz parte da torcida organizada União Tricolor e foi atingido no olho direito

 
Torcedor que perdeu a visão não sabe se voltará um dia à Arena Joinville Lucas Balduino/Agência RBS
Polícia Militar teve que intervir para conter a confusão fora do estádioFoto: Lucas Balduino / Agência RBS
 
O garoto de que perdeu o olho direito na confusão em frente à Arena Joinvillena noite de sábado, antes do jogo contra do Corinthians, não sabe mais se vai voltar ao estádio para assistir aos jogos do seu time do coração. A paixão pelo JEC é a mesma, mas o trauma do que aconteceu é maior. 
Nesta segunda-feira, em casa, junto com a mãe, o padrasto e o irmão mais de quatro anos, ele lamentou o fim de semana e disse que não sabe o que vai ser do futuro. 

— Eu não sei mais se vou aos jogos. No estádio, acho que não. Não sei nem o que vou fazer a partir de agora - disse o adolescente. 

Aos 15 anos, o garoto que cursa o ensino médio numa escola da zona Oeste de Joinville, se considera um torcedor como outro qualquer. 

Ele participa de fóruns e grupos de torcedores em redes sociais, mas escondia dos pais que fazia parte da União Tricolor. Em seu perfil no Facebook, ele se considera um "trabalhador" da torcida organizada do JEC. 

Durante a semana, fez planos para participar do "bonde", expressão usada para a caminhada do terminal central até a Arena Joinville, marcado pelas redes sociais para às 17 horas do sábado. 

O padrasto e a mãe dizem que ele é "um menino do bem" e culpam a Polícia Militar pelo tiro que atingiu o olho dele. 

— Eu sou contra essas torcidas organizadas. Não sabia que ele fazia parte. Mas a polícia tem de ser preparada. Não pode fazer isso — disse o padrasto do adolescente. 

A lesão sofrida é permanente. Ele terá de colocar uma prótese (olho de vidro) no lugar do globo ocular direito. O esquerdo não foi afetado. Além do olho, o garoto tem uma marca no nariz que parece um grande queimado. São as únicas lesões do conflito. 

— Eu não estava na briga. Nem vi direito como aconteceu. Os torcedores começaram a correr e só vi quando me acertaram — disse. 

A família foi contatada por integrantes da União Tricolor após a confusão e definiu que não vai aceitar a ajuda da torcida organizada. Mãe e padrasto do menino querem contratar um advogado e pedir a todos os torcedores que enviem vídeos e fotos que possam ajudar a explicar tudo o que aconteceu na noite de sábado. 

O que o menino e os amigos dele explicam é que estavam indo pegar os ingressos quando houve duas brigas entre torcedores da União Tricolor e da Gaviões da Fiel, com a interferência da Polícia Militar. 

A primeira confusão começou, segundo eles, quando veículos com torcedores do Corinthians começaram a chegar ao estádio pela rua Inácio Bastos, e não pela Coronel Francisco Gomes, que é a entrada da torcida visitante. 

A Inácio Bastos é uma espécie de concentração da torcida do JEC e não tem saída nem rota de fuga. Se um veículo passar pela esquina da rua Porto Belo, não terá mais para onde sair e terá de enfrentar a multidão. 

O segundo confronto começou quando um segundo grupo de torcedores do Corinthians voltaram para a rua Inácio Bastos. Foi neste momento que a polícia foi recebida pelos torcedores que estavam jogando pedras e pedaços de pau. Um adolescente de 17 anos foi apreendido e outro maior de idade detido pelo envolvimento nos confrontos. 

Segundo o adolescente que perdeu o olho, a ambulância que fazia o atendimento só conseguiu sair do estádio depois de acalmada a confusão. 

— Quando um amigo dele ligou no meu celular, achamos que era um trote. Não acreditávamos que ele pudesse estar ferido. Depois, me desesperei. Chegamos antes dele no hospital — disse a mãe. 

Os médicos liberaram o adolescente para cumprir parte da recuperação em casa, com um tampão no olho direito. O objetivo é colocar uma prótese nos próximos dois a três meses. 

:: O garoto e a família dele não foram identificadas nesta reportagem obedecendo ao que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente.


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