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HSBC PAGA US$ 43 MILHÕES PARA ENCERRAR CASO SWISSLEAKS

Quinta, 04 de junho de 2015

 

COM O PAGAMENTO, AÇÃO QUE INVESTIGAVA LAVAGEM DE DINHEIRO E ENVOLVIA MILHARES DE CONTAS DE CLIENTES DE TODO O MUNDO É ENCERRADA

 
HSBC (Foto: Getty Images)

O HSBC decidiu pagar US$ 43 milhões (R$ 135 milhões) às autoridades de Genebra para encerrar o caso Swissleaks. A Justiça suíça investigava supostos crimes de lavagem de dinheiro cometidos pelo banco. Segundo comunicado oficial, o HSBC concordou em pagar a multa por não ter conseguido evitar crimes financeiros. Com o pagamento, a ação criminal foi arquivada.

O processo de investigação da Justiça suíça foi aberto em fevereiro deste ano, após uma rede de jornais revelar que a instituição financeira havia ajudado 100 mil clientes de todo o globo a abrir contas na Suíça, captando um total de US$ 100 bilhões. Dados vazados revelam como a instituição teve um papel ativo em facilitar a abertura de contas, sem perguntar a origem do dinheiro o que, em muitos casos, ajudou a evadir impostos.

No mundo, a lista conta com nomes como Fernando Alonso, Emilio Botin, David Bowie e Tina Turner. Também inclui desde traficantes de drogas, de armas, ditadores até famosos do mundo da música e do esporte. Nomes como o de Gennady Timchenko, um bilionário russo associado ao presidente Vladimir Putin e que hoje é alvo de sanções da UE pela guerra na Ucrânia, o assistente do ex-presidente do Haiti, Jean Claude "Baby Doc" Duvalier, e Rami Makhlouf, um primo e aliado do presidente da Síria, Bashar al Assad, também estão no levantamento.

O Brasil aparece como o quarto país com maior número de clientes no ranking das nacionalidades que mais usaram o banco. Mais de 8,7 mil contas são de clientes brasileiros, entre eles funcionários da Petrobras e empresários importantes como o gaúcho Lirio Parisotto, da Videolar, e Ricardo Steinbruch, do Grupo Vicunha, que costumam figurar nas listas dos mais ricos do país. Ambos declararam que que todos seus ativos no exterior estão de acordo com a lei. A estimativa é de que os depósitos dos brasileiros no HSBC tenham totalizado US$ 7 bilhões.

Durante a investigação, a Justiça de Genebra interrogou funcionários e banqueiros do HSBC, sob a suspeita de que eles tenham ajudado clientes a cometer "atos de lavagem". 

O escândalo, que ficou conhecido como Swissleaks, respingou em todo o sistema financeiro suíço, que por décadas ajudou clientes a trazer suas fortunas para o país, mantendo suas informações sigilosas.

No Brasil, HSBC está à venda
Em meio ao escândalo de corrupção, o HSBC colocou suas operações no Brasil à venda. Bradesco, Itaú e Santander estão interessados nos ativos do banco. O Bradesco pode desembolsar até R$ 10 bilhões para fechar o negócio, de acordo com fontes do mercado.

Os três bancos enviaram propostas, há cerca de duas semanas, dentro do intervalo sugerido pelo Goldman Sachs, assessor da operação, de R$ 8 bilhões a R$ 12 bilhões, e foram para a fase seguinte da disputa pelo ativo.

Ao oferecer o maior lance, o Bradesco dispara como favorito a levar o ativo. O Santander, que precisa acelerar sua expansão no país para ter mais escala, ficou próximo e teriaofertado entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões. Já o Itaú teria ofertado R$ 8 bilhões, no piso do intervalo.

Na semana que vem, segundo um executivo do mercado, começam as apresentações com os três bancos que foram para a reta final da disputa.



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