Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 9º Domingo o Evangelho de Mateus 28,16-20, é próprio da Celebração Litúrgica da Santíssima Trindade, mostra que o grupo dos Apóstolos foi recomposto. A prisão, condenação e morte de Jesus provocaram a dispersão, a ruptura. Os Onze Apóstolos escutam o anúncio das mulheres e atendem ao convite de Jesus. A unidade não só é completa porque Judas, o traidor, não está mais com eles e será refeita com a inclusão de Matias. A Galileia foi o lugar onde os Apóstolos foram chamados e onde o anúncio começou. É lá que foi formada a primeira comunidade e é lá que acontece a reunificação do grupo. É na Galileia que existe a abertura ao mundo pagão e onde receberão de Jesus a missão de levar a boa notícia do Reino a todas as nações. A Bíblia não diz qual é essa montanha e nem sua localização geográfica com precisão, importa saber o que significa a montanha, seu sentido teológico. A montanha é lugar do encontro com Deus, lugar da morada de Deus. O peregrino quando recorre a Deus olha para o alto, para os montes. E o Templo no monte Sião é a morada de Deus. O povo deve subir até Jerusalém para pedir perdão dos seus pecados. Moisés recebeu a Lei na montanha. Jesus subiu a montanha para proclamar as bem aventuranças aos pobres e dar pleno cumprimento a Lei de Deus. Na montanha Jesus revela aos três discípulos missionários: João, Pedro e Tiago a sua identidade divina. E é na montanha que o Ressuscitado se encontra com os Onze Apóstolos e os envia com autoridade em missão. O Ressuscitado não se deixa tocar e nem que se aproximem dele. Ele vem com toda a potência da sua glória. É este Jesus que os olhos dos Apóstolos veem e por isso se prostram em sinal de adoração. Este gesto litúrgico exprime a fé no Cristo Senhor. Esta expressão só ocorre duas vezes no Novo Testamento: aqui e em Mt 14,31. Em todas as aparições do Ressuscitado o reconhecimento não é algo evidente, exige o olhar da fé para ter a certeza de ver e crer que o Ressuscitado é o mesmo Jesus que foi crucificado. No Antigo Testamento os chamados vocacionais eram pessoais e tinham uma missão pessoal. A Igreja é a ‘assembleia do Senhor’, por isso o mandato é coletivo: “Ide!”. O grupo que foi nutrido com a palavra e o corpo de Jesus agora recebe o mandato e a força do poder de Jesus para partir em missão por todo o mundo. Eles devem fazer discípulos missionários como são agora e não como eram antes quando seguiram Jesus até a entrada de Jerusalém. São discípulos missionários novos que transmitam a novidade da Ressurreição. Não será mais um batismo como foi o de João Batista no rio Jordão, mas o novo batismo que o próprio João anunciou. A formula: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” é a única no Novo Testamento e exprime a fé trinitária. Mateus deve tê-la obtido dos usos comunitários do seu tempo. A presença de Deus no meio do seu povo percorre todo o Antigo Testamento. No nascimento de Jesus Mateus informou que ele seria chamado Emanuel: Deus conosco! Jesus havia dito que onde dois ou mais estivessem reunidos em seu nome, ele estaria no meio deles. Jesus conclui sua missão com a mesma certeza: estará sempre com eles. O Ressuscitado não estará fora da comunidade, mas dentro, em comunhão com seus discípulos missionários, está presente na sua Igreja, é parte vivente do seu corpo. Os discípulos missionários não estarão sozinhos, reduzidos às suas forças: Cristo estará com eles até o final dos tempos. Os discípulos missionários são chamados a se encontrarem com o Mestre na montanha da Galileia, ter o coração no alto e os pés no chão para continuar o projeto de Jesus de anunciar o Reino de Deus.
01/06/15 – Seg: Tb 1,3; 1a-8 – Sl 111 – Mc 12,1-12
02/06/15 – Ter: Tb 2,9-14 – Sl 111 – Mc 12,13-17
03/06/15 – Qua: Tb 3,1-11a.16-17a – Sl 24 – Mc 12,18-27
04/06/15 – Qui: Ex 24,3-8 – Sl 115 – Hb 9,11-15 - Mc 14,12-16.22-26
05/06/15 – Sex: Tb 11,5-17 – Sl 145 – Mc 12,35-37
06/06/15 – Sáb: Tb 12,1.5-15.20– (Tb 13,2) – Mc 12,38-44
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