Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste Domingo de Pentecostes, o Evangelho de João 20,19-23, que esta era celebrada cinquenta dias depois da Páscoa, chamada festa das colheitas, quando os israelitas agradeciam a Deus pelos dons da terra e do alto. Seu caule é a festa da Aliança, do dom da Lei, dada por Deus a Moisés, para que ele a desse ao povo. Seus ramos são a promessa de uma nova Aliança, feita no coração do homem, transformado pelo Espírito de Deus. Para os cristãos ela passa a ser a Festa do dom do Espírito Santo. É o primeiro dia desta nova semana que não terá mais fim, é a semana da nova criação, quando o dom do Espírito, que ressuscitou Jesus dentre os mortos, foi comunicado aos discípulos missionários no mesmo dia da ressurreição e, de forma pública, solene, vibrante. O Filho, tendo cumprido a sua missão, está presente nos irmãos com o dom do seu Espírito, para que continuem a sua obra: testemunhar o amor do Pai, que é nosso Pai. Os discípulos missionários ainda estão vivendo sob o resultado da morte de Jesus. Estão no seu ‘sepulcro’, com medo. Os discípulos missionários, mesmo sabendo do sepulcro vazio e do anúncio feito pela Madalena, ainda não encontraram o Senhor. E esse encontro é absolutamente necessário. É necessário, mas não é suficiente, ver e anunciar. É indispensável o encontro, pessoal, pleno, concreto. O ressuscitado rompe as portas do medo e se coloca no meio deles. É ao redor de Jesus que a nova comunidade será reunida. Não é mais a sinagoga, mas em torno de Jesus. Não é mais o Templo, mas o novo Templo que é o corpo do Ressuscitado. Uma vez ressuscitado, Jesus cumpre a palavra: Jesus faz o dom do Espírito que havia prometido. Dessa maneira, Pentecostes, que João, antecipa na cruz, acontece no mesmo dia da ressurreição. Jesus se apresenta com a tradicional saudação judaica Shalom! Bem mais do que o que nós traduzimos por ‘paz’, o Shalom é harmonia plena, sinal de que as relações rompidas foram todas restabelecidas. Significa que Jesus não abandonou aqueles que o abandonaram. Na Última Ceia, ele tinha dito que não os deixaria órfãos: voltaria para lhes dar a sua paz e a sua alegria e torná-los suas testemunhas na força do Espírito. O medo dá lugar à alegria; os discípulos missionários ficam cheios de alegria por verem o Senhor. Jesus sopre sobre os discípulos missionários o Espírito novo que tira o seu coração de pedra e dá a eles um coração de carne, tornando-os capazes de viver de acordo com a sua palavra e de “habitar” a terra. Esse Espírito é espírito de ressurreição e de conhecimento do Senhor. O sopro que Deus soprou no primeiro e velho Adão e que o último e novo Adão nos deu na cruz, entregando o Espírito e fazendo escorrer do seu lado aberto sangue e água. O Espírito Santo é espírito do Pai e do Filho. Torna os discípulos missionários capazes de viver como irmãos, vencendo o mal com o bem. O perdão aos irmãos concretiza, na terra dos pecadores, o amor do Pai. Dessa maneira, a Igreja, comunidade que se reúne em torno do Ressuscitado e sacramento de salvação para todos, continua a missão do Cordeiro que tira o pecado do mundo. O dom do Espírito Santo, no Evangelho de João, faz a ligação entre a hora do Filho e a hora dos irmãos, a hora de Jesus e a hora da Igreja. Protagonista é sempre o Espírito. Se, no início do Evangelho de João, ele pousou e permaneceu sobre o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, agora bate as asas sobre nós, para que continuemos a obra de reconciliação do Filho. A era do Espírito, inaugurada na carne de Jesus, tem sua continuidade em nós: a glória do Filho é comunicada aos irmãos.
25/05/15 – Seg: Eclo 17,20-28 – Sl 31 – Mc 10,17-27
26/05/15 – Ter: Eclo 35,1-15 – Sl 49 – Mc 10,28-31
27/05/15 – Qua: Eclo 36,1-2a.5-6.13-19 – Sl 78 – Mc 10,32-45
28/05/15 – Qui: Eclo 42,15-26 – Sl 32 – Mc 10,46-52
29/05/15 – Sex: Eclo 44,1.9-13 – Sl 149 – Mc 11,11-26
30/05/15 – Sáb: Eclo 51,17-27 – Sl 18 – Mc 11,27-33
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