Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 6º Domingo do Tempo da Páscoa, o Evangelho de João 15,9-17, mostra que depois da comparação de Jesus com a videira e os discípulos missionários com os ramos unidos vitalmente a ele, Jesus diz que permanecer nele e praticar os mandamentos, que é o amor mútuo. Mas, antes de chegar a essa conclusão, Jesus insiste sobre a permanência no seu amor através da obediência aos seus mandamentos, para que a alegria dos discípulos missionários seja completa. Este é o ponto central do longo discurso de Jo 15, onde Jesus nos dá o novo mandamento: o amor fraterno. É este amor circulante e que dá vida. É como a boa seiva da videira que circula pelo tronco e pelos ramos. Sem a seiva não há frutos. Da mesma forma, sem o amor não haverá frutos, não haverá vida cristã. Há uma circulação vital entre o Pai, o Filho e os discípulos missionários. É como a seiva da videira que passa pelo tronco e nutre os ramos. O amor fraterno é o amor que procede do Pai e do Filho e, ao mesmo tempo, é comunicação desse amor. Em Jo 15 o verbo ‘permanecer’ aparece onze vezes. Esse verbo e seus derivados em João lembra relações, afetos, amor. A gente mora onde o coração está. A gente mora onde ama. Sente-se em casa com quem a gente ama. A nossa união com Deus, pelo Filho, no Espírito Santo, não é um vago afeto, uma especulação esotérica ou uma iluminação intelectual. A união com Deus é vida concreta, gasta no amor pelos irmãos. No amor, as palavras e sentimentos são importantes, mas o que decide mesmo são os fatos. A fé é inseparável do amor, e o amor não existe sem os fatos. O mandamento novo dado por Jesus é o amor ilimitado. Não se trata de amar o próximo como a si mesmo, mas de amar como Jesus amou. Amar é dar a vida por amor. Só quem ama conhece a Deus, porque Deus é Amor. E aquele que permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele. Quem guarda os mandamentos de Jesus guarda a si mesmo, se protege e é protegido. João Batista afirmou: “Esta é a minha alegria e ela é completa”. Jesus sente que a sua missão está se completando e fala da sua alegria, vai repetir esta mesma frase em Jo 17,13. A alegria dos discípulos missionários virá depois de passar pela dor da perda. Assim como a videira só verá os frutos depois de ser podada. Mais adiante Jesus dirá que o mundo se alegrará e os discípulos missionários ficarão tristes, esta tristeza se transformará em alegria. A alegria plena dos discípulos missionários acontecerá ao ver o Senhor vivo e ressuscitado no meio deles: “Os discípulos missionários ficaram cheios de alegria por verem o Senhor”. Jesus pede aos discípulos missionários que se amem uns aos outros. Não é qualquer forma de amor, mas com ele os amou. O verbo é agapáo e o substantivo é agápe. É a nova Lei trazida por Jesus. É o vinho novo que encheu as talhas de pedra em Caná. O Apóstolo Paulo dirá mais adiante: “Não deveis nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o outro cumpriu toda a Lei. O amor ágape é a plenitude da Lei”. Abraão foi chamado de “amigo de Deus”. “O Senhor falava com Moisés, face a face, como um homem fala com um amigo”. Agora Jesus alarga esta visão de amizade e a estende a todos os que amam e permanecem em seu amor. Quando os discípulos missionários vivem o amor na sua radicalidade tornam-se amigos de Jesus. Os servos ou os escravos recebem ordens sem explicações, eles devem obedecer. Os amigos entram na sua intimidade. Aos amigos se fazem confidências, se comunicam projetos, segredos, sonhos. Os amigos são iguais.
11/05/15 – Seg: At 16,11-15 – Sl 149 – Jo 15,26-16,4a
12/05/15 – Ter: At 16,22-34 – Sl 137 – Jo 16,5-11
13/05/15 – Qua: At 17,15.22-18,1 – Sl 148 – Jo 16,12-15
14/05/15 – Qui: At 1,15-17.20-26 – Sl 112 – Jo 15,9-17
15/05/15 – Sex: At 18,9-18 – Sl 46 – Jo 16,20-23a
16/05/15 – Sáb: At 18,23-28– Sl 46 – Jo 16,23b-28
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