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Luciana Albino


Arquiteta & Urbanista

CREA/SC 105541-3


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E lá na França...

Quarta, 22 de abril de 2015

Em épocas de escassez de água e consequente crise energética aqui no Brasil, nada mais oportuno que observar o que anda acontecendo pelo mundo em questão de sustentabilidade e otimização no uso de recursos energéticos. Poderia até mesmo servir de lição para que nós, brasileiros, tivéssemos novas perspectivas nestas questões, ao invés de apenas esperar que São Pedro mandasse a chuva para resolver o problema. Países muito menores que o Brasil, e com bem menos recursos naturais esforçam-se para melhorar sua matriz energética ao mesmo tempo em que a redução no consumo é estimulada.

E neste contexto, no mês passado, chamou atenção a aprovação de uma lei, na França, que determina que todos os novos edifícios comerciais construídos no país tenham telhados verdes ou painéis solares para a geração de eletricidade. A medida, que ajuda a promover a sustentabilidade dos empreendimentos, integra a estratégia energética do governo francês de reduzir a dependência das usinas nucleares, que atualmente suprem 75% da demanda de energia do país. Esta lei também foi resultado de muita pressão por parte de ativistas, que têm feito a França esforçar-se para diminuir as taxas de poluição do ar (leis recentes também incentivam o uso de bicicletas em detrimento dos automóveis). Notável o quanto as políticas sustentáveis estão ganhando espaço por lá.

 

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Com os painéis solares, segundo o governo francês, será possível gerar energia elétrica para utilizar nos próprios edifícios ou injetar na rede elétrica. Já os telhados verdes, além de embelezarem a vista aérea das cidades, formarão um isolamento de ruído e calor, reduzindo a necessidade de instalação de sistemas automatizados de refrigeração durante o verão e de aquecimento no inverno. Compostos por uma cobertura de diversas espécies vegetais, os telhados ecológicos também atuam contra a poluição e retém água pluvial, o que reduz problemas de escoamento urbano durante períodos de chuvas fortes. O que é mais fantástico nesta iniciativa é que não apenas o governo é beneficiado: apesar do investimento inicial ser considerável, estes edifícios terão grandes vantagens e economia ao longo do tempo, uma vez que produzem sua própria energia e reduzem a necessidade de climatização.

Aderindo a esta ideia, foi sancionada esta semana (13/04), em Recife, uma lei que obriga novos prédios residenciais, com mais de quatro pavimentos e com área coberta acima de 400m2, a implantarem telhados verdes. A lei municipal 18.112/2015 prevê o plantio de gramas, hortaliças, arbustos e árvores de pequeno porte nas lajes dos edifícios. O objetivo do projeto é aumentar as áreas verdes na cidade e reduzir os efeitos do calor, já que um prédio com telhado verde pode chegar a uma temperatura até seis graus mais baixa do que seu entorno.

Bem que esta moda podia pegar, não?!



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