Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 2º Domingo do Tempo da Páscoa, o Evangelho de João 20,19-31, mostra que depois da primeira aparição a Maria Madalena, Jesus aparece ao grupo dos Dez Apóstolos, faltavam Judas e Tomé. A comunidade ainda não fez a experiência do encontro com o Ressuscitado e ainda está com medo, com as portas fechadas. Uma semana depois temos um novo encontro e desta vez Tomé está presente. A saudação através do Shalom, o sopro do espírito Santo, o perdão dos pecados, a reorganização dos Onze são todos elementos que evocam o desejo de Jesus de reconstruir a unidade da comunidade. Estamos ainda no ‘primeiro dia da semana’, já é o anoitecer, e Jesus aparece aos seus Apóstolos. Jesus visita os Apóstolos no mesmo lugar em que, durante a Última Ceia, tinha garantido que não os deixariam órfãos. Ele prometeu que voltaria, para lhes dar a sua paz e a sua alegria, tornando-os suas testemunhas na força do Espírito Santo. Eles estão no local onde costumavam reunir-se, mas com as portas fechadas, porque estão com medo dos judeus. Apesar da tentativa breve de Pedro e do discípulo missionário amado, falta-lhes a coragem de Maria Madalena que continuou sua procura ao Senhor. Jesus entra pelas ‘portas fechadas’, significa que o corpo do Ressuscitado pode entrar por tudo, não tem mais amarras e nem barreiras. Coloca-se no meio, ele é o centro: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles”. Jesus fica no meio deles e saúda com a mais bela saudação judaica: ‘Shalom Alêichem!’, ou seja: A Paz esteja convosco! Mas Shalom é muito mais que ‘paz’, é plenitude de vida, é harmonia total, é a paz dos tempos messiânicos, é o dom supremo de Deus anunciada pelos Profetas. Quando Jesus se manifesta aos seus, não se limita a desejar a paz, ele a dá. Paulo dirá que Cristo associa os seus à própria morte e ressurreição: “Ele é a nossa paz!”. Jesus soprou sobre eles transmitindo o Espírito Santo. Diferentemente do livo dos Atos, no qual o dom do Espírito é feito em Pentecostes, o Evangelho de João o antecipa na cruz e Jesus o ‘insufla’ nos Apóstolos na tarde do mesmo dia da Páscoa. Quando, no relato da cruz, João diz que Jesus ‘entregou o Espírito’, essa afirmação tem que ser lida em dois níveis: o nível histórico dos fatos brutos e o nível teológico que capta e transmite a profundidade do real. É nesse segundo nível que, na cruz, Jesus está entregando, dando, comunicando o Espírito Santo. A Igreja vê nesse texto o fundamento para o Sacramento da Penitência. O Espírito, sendo amor, é perdão. Se o amor é dom, o perdão é amor superabundante, excessivo, mais do que dom. a comunidade recebe o poder de perdoar os pecados. Perdoar os pecados não é fácil, aliás, é milagre. É milagre maior do que ressuscitar um morto. Quem perdoa alguém ressuscita um vivo, pois reconhece o outro como irmão, e ressuscita a si próprio. Quem perdoa ressuscita dois mortos: o ofendido e o ofensor. Tomé não estava com o grupo, na comunidade, e por isso não acreditou. A comunidade é importante, é o lugar de professar e alimentar a fé. Judas Iscariotes deixou a comunidade e traiu Jesus. Seu fim foi a morte. Pedro negou Jesus; chorou amargamente e voltou para a comunidade e se reconciliou; Tomé fora da comunidade não acreditou. Jesus pede para Tomé tocá-lo e para “ver” e não ser incrédulo. Na comunidade, Tomé não precisa tocar ou ver, precisa ter fé. A afirmação de Tomé é uma das mais bonitas da Bíblia: “Meu Senhor e meu Deus”. E então temos uma bem-aventurança que é importante: “Felizes os que acreditaram sem ter visto”.
13/04/15 – Seg: At 4,23-31 – Sl 2 – Jo 3,1-8
14/04/15 – Ter: At 4,32-37 – Sl 92 – Jo 3,7b-15
15/04/15 – Qua: At 5,17-26 – Sl 33 – Jo 3,16-21
16/04/15 – Qui: At 5,27-33 – Sl 33 – Jo 3,31-36
17/04/15 – Sex: At 5,34-42 – Sl 26 – Jo 6,1-15
18/04/15 – Sáb: At 6,1-7– Sl 32 – Jo 6,16-21
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