Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado para Autismo Professora Maria Celeste Novack, atualmente com 13 alunos, de três a 21 anos
São Bento – A data de 2 de abril é lembrada como Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Desde 2008, a Organização das Nações Unidas estipulou a data para chamar a atenção para o transtorno de desenvolvimento. Em São Bento do Sul, o Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado para Autismo Professora Maria Celeste Novack, em Serra Alta, realiza hoje, quinta-feira (2), uma confraternização com as famílias dos alunos. Haverá brincadeiras, visita do coelho da Páscoa e uma homenagem (in memorian) à professora que dá nome à sede. Algumas lojas do município terão o predomínio do azul nas vitrines, pois a cor representa a campanha. Nas escolas em que há estudante autista, ocorre a exibição de filme seguido de debate sobre o tema.
Chamadas de tríade de comprometimento, as principais características do autismo são dificuldades na interação social, bloqueio no processo de comunicação e presença de comportamentos repetitivos. No município, o Centro Especializado no Atendimento ao Autista realiza uma série de atividades voltadas às crianças portadoras do transtorno para que consigam se adaptar melhor à escola regular e também à vida social. Atualmente com 13 alunos, de três a 21 anos, o local tem auxílio de duas professoras especializadas, um professor de música, um professor de educação física, um profissional voltado à área de psicomotricidade, uma fonoaudióloga, uma psicóloga, assistente social e cozinheira. Uma médica neurologista da Secretaria da Saúde também trabalha no encaminhamento das crianças ao centro.
De acordo com a coordenadora do centro, Geovanna Franck Rodrigues Vicente, os trabalhos são baseados no método conhecido como TEACCH. “O autista requer uma rotina estruturada e esse sistema permite uma organização adequada às crianças autistas, na qual elas conseguem aprimorar a comunicação e diminuir a ansiedade. Focamos muito em jogos lúdicos, elementos visuais, circuitos, equilíbrio e na música”, diz. As atividades se voltam para desenvolver habilidades comunicativas, sociais, psicomotoras e cognitivas dos alunos.
As crianças passam por uma avaliação e são separadas por níveis, recebendo um tratamento especializado dependendo das características do autismo. “Pudemos observar uma evolução das crianças a partir do momento que entraram no centro. Uma das meninas não falava nada e como três começou a trocar algumas palavras. Hoje até canta em alguns momentos”, afirma a coordenadora.
Geovanna explica que os sintomas podem aparecer desde muito cedo. “A criança que não fixa o olhar, não chora no berço quando está sozinha, não gosta de interagir com outras crianças pode ser autista”, exemplifica. O diagnóstico deve ser identificado o quanto antes para que o autista possa ter acesso a ações e programas de intervenção com melhores resultados. É necessária a análise feita por neuropediatras ou psiquiatras. No município, a Secretaria de Educação faz o acompanhamento junto aos pais para que o aluno tenha o melhor tratamento possível. “Para entender o autismo é preciso buscar entender as individualidades de cada um, descobrir interesses, dificuldades e desejos de cada criança e desenvolver suas habilidades. É um desafio, mas são crianças muito especiais e inteligentes que merecem atenção e carinho”, finaliza.