Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 1º Domingo do Tempo da Páscoa, o Evangelho de João 20,1-9, mostra Maria Madalena que vai ao sepulcro e o encontra vazio. Volta ao cenáculo, para anunciar aos discípulos missionários o desaparecimento do Senhor. Pedro e o discípulo missionário amado entram em cena e não só constatam o que Madalena disse, mas encontram as faixas de linho estendidas e o sudário à parte enrolado num lugar. Diante desses sinais, o discípulo missionário amado viu e acreditou. O evangelista comenta que ainda ignoravam a Escritura, que fala da ressurreição de Jesus dos mortos. O texto conclui com o retorno dos discípulos missionários. “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”: é o grito de Maria Madalena, que procura e não encontra aquele que seu coração ama. Morto por mãos inimigas, sepultados por mãos amigas, não está mais onde foi colocado. É o primeiro dia depois do sábado. No sexto dia, Deus concluiu a sua obra. Depois das dores de parto, nasceu o homem novo, Filho do Homem e Filho de Deus com sangue e água, comunicou sua vida a seus irmãos e irmãs. José de Arimatéia e Nicodemos responderam com amor ao seu amor: prepararam a grande festa, colocando-o no sepulcro, onde o Senhor repousou da sua fadiga, cumprindo o Sábado e a Páscoa. O cumprimento foi tão perfeito que o Sábado e a Páscoa se deslocaram para o primeiro dia da semana, que se tornou o dia do Senhor. A grande surpresa da manhã da nova Páscoa é o sepulcro vazio. Nascemos por acaso, ignoramos como e quanto viveremos, mas uma coisa é absolutamente certa: voltaremos à terra da qual viemos. O sepulcro é o lugar do encontro universal. Ali, todos se reúnem, todos igualmente vencidos, todos prisioneiros da morte. A Madalena, como os discípulos missionários, ignora que as profundezas da terra acolheram o Esposo. O crucificado, Senhor da Glória desceu aos infernos, penetrou no reino da morte, para obrigá-la a restituir os seus despojos. O sepulcro vazio é o pressuposto da fé cristã, para a qual o destino do homem não é a morte, mas a ressurreição dos mortos. Leia-se Paulo em 1Cor 15,14! Quem nega a ressurreição dos mortos, nega a ressurreição do Filho. Leia-se o Apóstolo em 1Cor 15,19! Deus, amante da vida, ama tudo que fez. Criou tudo para a existência. Não é propriamente a morte que é um mal, mas nossa maneira de concebê-la, já que o pecado envenena a nossa existência. Se faço do meu ‘eu’ um deus, para mim a morte é o fim de tudo. Somos seres corpóreos, limitado pelo espaço e pelo tempo. O limite de espaço não é lugar de luta, mas de aliança com os outros; o limite do tempo não é o fim de tudo, mas comunhão com o princípio. Esta é a parábola da vida e da morte. O discípulo missionário amado compreendeu logo. Ele vê com o coração. O amor é o princípio da fé, que dá a vida. O discípulo missionário amado é o protótipo daqueles que creem sem ver. A Madalena, que correu para avisar os discípulos missionários, não precisa correr para se encontrar com o Senhor. Ele virá ao seu encontro enquanto ela, do lado de fora, no jardim, chorava o desaparecimento do amado do seu coração. Crer no Ressuscitado é resistir a aceitar que nossa vida é só um pequeno parêntese entre dois imensos vazios. Apoiando-nos em Jesus ressuscitado por Deus, intuímos, desejamos e cremos que Deus está conduzindo para sua verdadeira plenitude o anseio de vida, de justiça e de paz que se encerra no coração da Humanidade e de toda a criação.
06/04/15 – Seg: At 2,14.22-32 – Sl 15 – Mt 28,8-15
07/04/15 – Ter: At 2,36-41 – Sl 32 – Jo 20,11-18
08/04/15 – Qua: At 3,1-10 – Sl 104 – Lc 24,13-35
09/04/15 – Qui: At 3,11-26 – Sl 8 – Lc 24,35-48
10/04/15 – Sex: At 4,1-12 – Sl 117 – Jo 21,1-14
11/04/15 – Sáb: At 4,13-21– Sl 117 – Mc 16,9-15
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