15/03/15 Dom: 2Cr 36,14-16.19-23 – Sl 136 – Ef 2,4-10 – Jo 3,14-21

Neste 4º Domingo do Tempo da Quaresma, o Evangelho de João 3,14-21, mostra que em Jerusalém Jesus conheceu um judeu chamado Nicodemos. Seu encontro com ele é significativo: era um fariseu notável, membro do Sinédrio, mas precisava reconhecer que estava diante dele alguém que veio do céu e tem muito a ensinar. Ele vem procurar Jesus à noite. Esta é a segunda parte do discurso de Jesus a Nicodemos. Não há mais diálogo, nem interlocutores, pois é só Jesus quem fala. O tema é o desígnio de Deus e a missão do Filho para a salvação do mundo. É a chamada cristologia joanina. A serpente no deserto: Trata-se do acontecimento de Nm 21,4-9, no qual uma serpente é usada como símbolo de salvação do povo que perecia no deserto. O gesto de olhar para a serpente demostrava a confiança do povo nas orientações de Deus a Moisés e ficavam curados. A serpente, ora positiva, ora negativa no mundo bíblico, é nesta passagem alçada à esfera aérea, saindo da terrestre, por isso ganha uma nova condição. Assim, o gesto de levantar a serpente traz um novo significado para este símbolo tão comum no Antigo Oriente Próximo. Sendo este discurso proclamado para um sábio judeu, este exemplo do Antigo Testamento ganha ainda mais valor para demostrar a missão do Messias. O Filho do Homem levantado: Uma alusão à cruz. O Filho do Homem nesta condição tão humilhante, não pode ser visto como uma abominação. Ao contrário, está ali porque é fiel a Deus no amor e entrega-se a todos. Ao sair da dimensão terrena e ser ‘elevado’ na cruz, concretizada o grande gesto de amor do Pai ao doar seu Filho. Não morra o que crer: A fé nasce do gesto de contemplar o crucificado, gerador de vida eterna. Deus ama o mundo: Na teologia joanina, Deus é amor. Trata-se de uma afirmação bastante particular, que ressalta a liberdade do amor de Deus: aqui está o amor que precede tudo, o amor criador, que não exige reciprocidade para existir, porque é amor gerador de tudo! Nos versículos seguintes, Jesus esclarece que este mundo contempla o homem, que será salvo por Ele. Doando seu Filho: Quem ama se doa a favor do amado. Deus Pai querendo salvar sua Criação doa o melhor de si: doa seu Filho Amado, porque quer dar a ‘vida eterna’ aos seus filhos queridos. A doação não deve aqui ser entendiada como a obra da cruz; trata-se da encarnação, pregação, atos, morte e elevação de Jesus aos céus. Salvar e dar vida: Jesus mostra a finalidade última de seu ministério, que não é em nenhum aspecto negativo. Ele veio para salvar e dar vida a todos os homens. A fé: Em troca de tanto, Deus Pai espera apenas um gesto nosso: que acreditemos em seu amor; que acreditemos em seu Filho. Não basta ser sábio em Israel, é preciso crer em seu plano de salvação para os homens, que é realizado em Jesus Cristo. Dessa forma, o homem participa com sua fé: ao crer, começa a experimentar a vida eterna. As trevas e a luz: Jesus veio ao mundo para ser luz para quem anda nas trevas. Mais adiante Jesus vai confirmar e dizer que Ele é a Luz do Mundo. A Luz é a solução para Nicodemos que vai ao encontro de Jesus ‘de noite’. Nicodemos: Ele aparecerá em outras duas ocasiões: Em Jo 7,50-52 ele está no Sinédrio e defende Jesus e o povo. E em Jo 19,39 ele ajuda a sepultar o corpo de Jesus, cumpre o papel do filho fiel. Em muitos ambientes pastorais, corre-se o risco de mostrar uma face de Cristo mais condenadora que julgadora.

16/03/15 – Seg: Is 65,17-21 – Sl 29 – Jo 4,43-54

17/03/15 – Ter: Ez 47,1-9.12 – Sl 45 – Jo 5,1-16

18/03/15 – Qua: Is 49,8-15 – Sl 144 – Jo 5,17-30

19/03/15 – Qui: 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 – Sl 88 – Rm 4,13.16-18.22 – Mt 1,16.18-21.24a ou Lc 2,41-51ª

20/03/15 – Sex: Sb 2,1a.12-22 – Sl 33 – Jo 7,1-2.10.25-30

21/03/15 – Sáb: Jr 11,18-20 – Sl 7 – Jo 7,40-53

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