Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 2º Domingo do Tempo da Quaresma, o Evangelho de Marcos 9,2-10, mostra que a Transfiguração é um dos momentos mais importantes dos Evangelhos Sinóticos: Marcos, Lucas e Mateus. Momento em que é revelado o mistério do Messias aos três discípulos missionários escolhidos. É a segunda parte do Evangelho de Marcos. A primeira parte inicia com o Batismo de Jesus e a voz do Pai dizendo “Tu és meu Filho amado, em ti eu me comprazo” e conduz para a confissão de Pedro: “Tu és o Cristo”. A segunda parte se abre com a Transfiguração onde novamente o Pai fala “Este é meu Filho amado, escutai o que Ele diz!”, e conduz a confissão do centurião: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. A transfiguração aponta para Jerusalém, para a Paixão e sobretudo para a glória da Ressurreição. João, Pedro e Tiago: É o grupo dos discípulos missionários que está mais próximo de Jesus. Os mesmos três estarão com Ele nos momentos mais importantes da sua missão. Sobre uma alta montanha: os evangelistas não informam o nome do monte. Desde o século III se afirma que é o Monte Tabor, com 562 metros de altura e situado a 5 km de Nazaré, de onde se tem uma visão magnífica da região. Jesus sobe à montanha, como Moisés subiu no Monte Sinai. Transfigurou-se: Assim como Moisés que desceu com o rosto resplandecente, Jesus se transfigura no monte. Seu corpo e suas vestes adquirem novo aspecto, antecipam o corpo glorioso da ressurreição. Elias e Moisés: Em Lucas e Mateus a ordem é invertida. Em 2Rs 2,1 Elias foi arrebatado ao céu; enquanto Moisés não se sabe onde foi enterrado seu corpo. Eles simbolizam toda a revelação do Antigo Testamento. Moisés simboliza toda a Lei e Elias todo o Profetismo. Ambos encontram-se com o Senhor no monte. Ao conversar com Elias e Moisés Jesus está cumprindo todo o Antigo Testamento. Três tendas: É possível que Pedro esteja se referindo à Festa de Sucot, das Tendas, que recordava o tempo em que os israelitas passaram no deserto. Deus habitava nas tendas. Não sabia o que dizer: Pedro logo muda e cheio de temor não sabia o que dizer. Esta expressão será dita no Gestsêmani. Em ambas as situações os discípulos missionários não entendem os acontecimentos no momento em que acontecem. Nuvem: Ao mesmo tempo em que revela, a nuvem esconde a presença de Deus. A nuvem é sinal de teofania. No deserto a nuvem protegia o povo. Agora é da nuvem que vem a voz de Deus Pai. A voz: No Antigo Testamento era a voz de Deus que era ouvida. No Novo Testamento somente duas vezes, no Batismo e na Transfiguração, será ouvida a voz do Pai. Agora Ele se cala para deixar o Filho falar. Jesus é o Logos “a Palavra” que nós devemos escutar. No Batismo o Pai fala ao Filho. Na Transfiguração Ele nos fala, pois é nós que estamos representados nos três discípulos missionários. Este é meu Filho amado: Durante o Evangelho foi surgindo uma pergunta: “Quem é Jesus?”. Pedro confessa que Jesus é o Cristo. O Pai revela que Jesus é o Filho amado. Ressuscitar dos mortos: os discípulos missionários não compreendem o significado desta expressão e se perguntam o que a mesma quer dizer. Jesus recomenda que guardem silêncio. Os discípulos missionários só vão entender esta teofania depois que fizerem a experiência da cruz e do encontro com o Ressuscitado. Então sim farão memória e poderão ir e anunciar a todo mundo. Em meio ao turbilhão de barulho e das crises do mundo precisamos subir as montanhas e ficar com Jesus.
02/03/15 – Seg: Dn 9,4b-10 – Sl 78 – Lc 6,36-38
03/03/15 – Ter: Is 1,10.16-20 – Sl 49 – Mt 23,1-12
04/03/15 – Qua: Jr 18,18-20 – Sl 30 – Mt 20,17-28
05/03/15 – Qui: Jr 17,5-10 – Sl 1 – Lc 16,19-31
06/03/15 – Sex: Gn37,3-4.12-13a.17b-28 – Sl 104 – Mt 21,33-43.45-46
07/03/15 – Sáb: Mq 7.14-15.18-20 – Sl 102 – Jc 15,1-3.11-32
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