22/02/15 Dom: Gn 9,8-15 – Sl 24 – 1Pr 3,18-22 – Mc 1,12-15

Neste 1º Domingo do Tempo da Quaresma, o Evangelho de Mc 1,12-15, mostra que o batismo de Jesus se parece com a passagem do Mar Vermelho: marca o fim da escravidão. Mas é preciso atravessar o deserto povoado de inimigos, que querem impedir a caminhada ou forçar voltar à escravidão. O batismo de Jesus mostra a solidariedade de Deus conosco em nossa situação de maldade e de morte. As tentações mostram um Deus solidário com os nossos esforços para conquistar a liberdade. Jesus, emergindo da água, repleto do Espírito Santo, lembra Moisés, o pastor que guia as ovelhas pelo caminho do êxodo. A diferença é que, lá, todos foram tentados a caíram, sem conquistar a pátria da vida e da liberdade. Jesus percorre vitorioso o caminho de todo ser humano, que, caído, não chega ao solo dos seus sonhos. Qual o núcleo da tentação de Jesus? É a tentação de realizar o reino de Deus de maneira mais eficaz e cômoda, às custas da oração feita no batismo. Marcos não diz nada sobre o conteúdo da tentação: limita-se a dizer que “Jesus foi tentado por satanás”. O conteúdo da tentação, em Lucas e Mateus, pode ser reduzido na palavra ‘fome’. A ‘fome’ tem há ver com a necessidade que o homem tem em relação às coisas, às pessoas e a Deus. O problema não é a necessidade, mas o risco constante de satisfazê-la com a posse e não com o dom, único alimento que sacia, e não discernir as prioridades e as alternativas falsas das verdadeiras. Manifestações explícitas deste erro de discernimento são a ‘fome’ do ter, do poder e do prestigio. A consequência é colocar Deus de escanteio e atropelar a solidariedade com os irmãos. A escolha de Deus e dos irmãos é a única escolha do Filho aprovada pelo Pai. Acontece que Deus é Pai, não patrão; servo, não dominador; amor, não egoísmo; pobreza, não riqueza; serviço, não poder; humildade, não honra e glória. O bom senso considera óbvio os meios de comunicação, os instrumento do ter, do poder e do prestigio para realização do Reino de Deus. Como é que a Igreja vai cumprir a sua missão se não tiver dinheiro, propriedades, instalações, rádios, canais de televisão, escolas, infraestrutura? Se a Igreja tivesse poder como teve na Idade Média, como perdeu na Idade Contemporânea e como deseja ter, ela evangelizaria a partir dos centros do poder e estaria tudo resolvido! O prestígio não é para nós, é para a Igreja, para o bem do Reino: precisamos dar-nos respeito para sermos respeitados. Não percebemos ou não queremos perceber que há oportunidades que são falsas; há atalhos que nos levam a perder o caminho; há alternativas que aparentemente são meios, mas são fins, no sentido de objetivos, metas, finalidades. É preciso deixar de agir para fazer o bem; é preciso agir bem! É preciso deixar de agir ‘para o seu bem’, ‘para o bem da Igreja’, ‘para o bem do nosso projeto’, que não entendemos, mas entenderemos e agradeceremos! O bem só é bem se for bom no princípio, no meio e no fim. Nunca os fins justificam os meios. O evangelho das tentações possibilita inúmeras ligações com o tema da Campanha da Fraternidade sobre Sociedade e Igreja. Qual sociedade queremos? Que Igreja estamos construindo? Sobre quais base se constrói nossa sociedade? Queremos uma Igreja a serviço do mundo? Queremos uma Igreja que faz suas alegrias e as esperanças, as dores e as angustias da sociedade em que vivemos? Depois da prisão de João Batista, Jesus inicia sua missão. Marcos 1,14-15 situa a missão de Jesus na história da salvação e explicita seu conteúdo: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”. 

23/02/15 – Seg: Lv 19,1-2.11-18 – Sl 18 – Mt 25,31-46

24/02/15 – Ter: Is 55,10-11 – Sl 33 – Mt 6,7-15

25/02/15 – Qua: Jn 3,1-10 – Sl 50 – Lc 11,29-32

26/02/15 – Qui: Est 4,17n.p-r.aa-bb.gg-hh – Sl 137 – Mt 7,7-12

27/02/15 – Sex: Ez 18,21-28 – Sl 129 – Mt 5,20-26

28/02/15 – Sáb: Dt 26,16-19 – Sl 118 – Mt 5,43-48

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