Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 6º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mc 1,40-45, mostra que a lepra, corroendo a carne, é um símbolo daquilo que o ser humano, mesmo negando, mais teme: a própria morte. São Paulo diz com razão que a morte é “o último inimigo a ser destruído”. Aqui está certo; no seu equívoco, está errado! Nas sociedades antigas, a lepra vinha acompanhada pela morte social e religiosa. O leproso era cortado da sociedade e do culto: um morto vivo. Devia observar uma única lei: proclamar o seu mal para advertir quem dele se aproximasse, auto excluindo-se. A lepra representa, com uma visibilidade agressiva, aquilo que cada um teme e sabe que é o seu inelutável futuro. É um espelho de cada vida humana, infectada de morte! Curar um leproso é como ressuscitar um morto: só Deus é capar de realizar tal prodígio. A lei, distinguindo entre puro e impuro, bem e mal, justo e pecador, só pode distinguir, dividir e segregar. Ela é, em última análise, impotente. Jesus rompe com a lei que segrega. Ele é a ‘boa notícia’. Ele toca o leproso, curando-o. Ele perdoa o mal, sanando-o. Ele absolve o pecador, justificando-o. Os excluídos são os destinatários desse dom. Ele ó o médico, para os doentes, não para os sãos. O leproso curado simboliza a passagem do homem velho, que a lei relega à morte, ao homem novo, que anuncia a ‘boa notícia’. Se a sogra de Pedro foi a primeira ‘escriba’, o leproso foi o primeiro ‘apóstolo’, o primeiro enviado. Simboliza a pessoa batizada, que como Naamã, o sírio, sai do Jordão com a pele limpa coma a de um recém-nascido. O leproso curado torna-se, o primeiro apóstolo de fato. Jesus o envia ao Templo para anunciar a Boa Notícia. Ele é anúncio vivo do evangelho, testemunha viva do Reino. Segundo apóstolo será o ex-endemoniado: ao invés de evangelizar os judeus, ele vai evangelizar os pagãos. A narração não diz o nome do leproso, nem o lugar, nem o tempo em que foi curado. É para que o nome seja o meu, o lugar seja aqui, e o tempo seja agora. Quando o evangelho é anunciado, se me entrego a Jesus e me converto, realiza-se em mim aquilo que é narrado: “Quero, fique purificado”. A cura do leproso volta-se contra Jesus como bumerangue. Ele não podia mais entrar na cidade e sair livremente; tinha que ficar do lado de fora, em lugares desertos. Jesus se vê condenado à situação em que estava o leproso que ele tocou. É consequência da sua paixão por nós: tocando-nos, tomou sobre si os nossos males. Mas é justamente aí que Deus está e mais intensamente age. Quando a noite cai e a fadiga vence o homem, é a hora em que a ação de Deus expande. É por isso que quando Jesus se retira, impuro, banido, e marcado para morrer como o leproso, todos vão ao seu encontro. O vértice dessa ‘lei de ação divina’ se manifestará na cruz, quando Jesus, levantado como um blasfemo, atrairá todos a Si e os salvará. Jesus era muito sensível ao sofrimento de quem encontrava por seu caminho, marginalizados pela sociedade, desprezados pela religião ou rejeitado pelos setores que se consideravam superiores moral ou religiosamente. É uma coisa que sai de dentro dele. Ele sabe que Deus não discrimina ninguém. Não rejeita nem excomunga. Não é só dos bons. A todos acolhe e abençoa. Jesus tinha o costume de levantar-se de madrugada para orar. Em certa ocasião, conta como contempla o amanhecer: “Deus faz o sol nascer sobre bons e maus”. Às vezes, reclama com força para que cessem todas as condenações: “Não julgueis e não sereis julgados. Outras vezes, pede que ninguém “separe o joio do trigo”!
16/02/15 – Seg: Gn 4,1-15.25 – Sl 49 – Mc 8,11-13
17/02/15 – Ter: Gn 6,5-8; 7,5.10 – Sl 28 – Mc 8,14-21
18/02/15 – Qua: Jl 2,12-18 – Sl 50 – 2Cor 5,20-6,2 – Mt 6,1-6.16-18
19/02/15 – Qui: Dt 30,15-20 – Sl 1 – Lc 9,22-25
20/02/15 – Sex: Is 58,1-9a – Sl 50 – Mt 9,14-15
21/02/15 – Sáb: Is 58,9b-14 – Sl 85 – Lc 5,27-32
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