Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 5º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mc 1,29-39, contém três narrativas bem distintas: a cura da sogra de Pedro; a cura de todos os sofredores e endemoniados e a retirada de Jesus para o deserto, seguida do convite aos discípulos missionários para irem para outros lugares. Depois de contar que a palavra de Jesus nos liberta do mal, Marcos conta que Jesus nos liberta para o amor e o serviço. É o primeiro corte deste texto: a sogra de Pedro. A cura da sogra de Pedro é o primeiro e o mais significante milagre de Jesus. Na sua insignificância ele indica o espírito novo e a vida nova que Jesus veio nos comunicar. Neste sentido, é o milagre ‘global’; os outros serão mais ‘específicos’. Com este pequeno sinal o evangelista Marcos nos mostra o significado de todos os milagres de Jesus: são curas para devolver a cada um a capacidade de servir, que é nossa semelhança com Deus! O próprio Jesus é Filho na medida que é servo. O verdadeiro, para não a dizer o único, milagre que Jesus veio fazer na terra que nada tem de mirabolante: é dar-nos a capacidade de amar, é dar-nos a capacidade de servir. Na cultura hebraica, a mulher contava puco. Imagine uma mulher, idosa, doente e sogra. Mas é ela a primeira a testemunhar a vida nova. E torna-se o protótipo de todos os que creem, a primeira ‘escriba’, que, com a vida, ensina o que há de mais importante na vida: serviço. O segundo corte corresponde ao fim do primeiro dia de Jesus. A noite é o tempo indisponível, da ‘parada total’. É na noite que Deus nos espera, porque a noite é a hora da verdade, quando experimentamos que somos mortais, e só Ele é Deus. Cessamos nossa atividade e Ele tem espaço para atuar. A noite de Jesus é o momento culminante da ação divina, antecipação do que acontecerá na sua morte. Se, durante o dia, ele fez só um exorcismo e um milagre, ao cair da noite, acontece uma explosão de milagres. Esta situação remete para a paixão: a sua ação é limitada, parcial, um sinal apenas; a sua Paixão, ao contrário, será ilimitada, universal e salvará a todos. No terceiro corte, vemos Jesus que se retira ao deserto para rezar. Os discípulos missionários, com Pedro à frente, procuram-no para tentá-lo “todos te procuram”. Mas Jesus não busca o sucesso pessoal. É o primeiro encontro entre Jesus e os discípulos missionários, o pensamento de Deus e os nossos pensamentos. Por isso, além da oração, este fundamental e indispensável colocar-se diante de Deus, Jesus empurra os discípulos missionários para a missão. O centro não está no ‘eu’, que caça sucesso, mas no ‘eu’, ‘Tu’, que provoca a vinda, sempre livre e gratuita, do Reino! Na sinagoga de Cafarnaum, Jesus libertou, pela manhã, um homem possuído por um espírito maligno. Aqui nos diz que Jesus sai da ‘sinagoga’ e vai para ‘a casa’ de Simão e André. A indicação é importante, pois, no Evangelho de Marcos, o que acontece nesta casa contém sempre algum ensinamento para a comunidade cristã. Jesus passa da sinagoga, lugar oficial da religião judaica, para a casa, onde se vive a vida quotidiana junto aos seres mais queridos. Nesta casa, vai se formando a nova família de Jesus. As comunidades cristãs irão recordar que não são um lugar religioso onde se vive a Lei, mas num lar onde se aprende a viver de maneira nova em torno de Jesus. Ao entrar na casa, os discípulos missionários lhe falam da sogra de Simão. Não pode acolhê-lo, pois está prostrada na cama com febre. Isso é suficiente para Jesus. Vai transgredir o sábado pela segunda vez no mesmo dia. O importante é a vida sadia das pessoas, não as observâncias religiosas.
09/02/15 – Seg: Gn 1,1-19 – Sl 103 – Mc 6,53-56
10/02/15 – Ter: Gn 1,20-2,4a – Sl 8 – Mc 7,1-13
11/02/15 – Qua: Gn 2,4b-9.17-17 – Sl 103 – Mc 7,14-23
12/02/15 – Qui: Gn 2,18-25 – Sl 127 – Mc 7,24-30
13/02/15 – Sex: Gn 3,1-8 – Sl 31 – Mc 7,31-37
14/02/15 – Sáb: Gn 3, 9-24 – Sl 89 – Mc 8,1-10
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