25/01/15 Dom: Jn 3,1-5.10 – Sl 24 – 1Cor 7,29-31 – Mc 1,14-20

Neste 3º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mc 1,14-20, mostra que é preciso distinguir duas partes: a primeira que contém o resumo da pregação de Jesus; a segunda, que narra a vocação dos discípulos missionários. Em Marcos, as primeiras palavras que saem da boca de Jesus são: “O tempo já se cumpriu”. É como se dissesse: ‘Chegou o momento prometido, desejado e esperado’. Jesus é o ponto decisivo da história humana. com a sua entrada na história, passa-se do desejo à realidade, da promessa ao cumprimento. Até João Batista, o tempo da promessa e da espera. Com Jesus, o tempo da realização e do cumprimento. Este é o momento em que Deus fixou para a nossa salvação. Nesta perspectiva, tempo bom não é o passado, nem o futuro: é aqui e agora. Este é o momento, sonhado pelos profetas, em que se pode viver como pessoas novas. Chegou o momento decisivo da história, porque chegou o Reino de Deus. O Reino de Deus põe de pernas para o ar o reino dos homens. O Reino de Deus é o próprio Jesus, Deus para o homem e o homem para Deus, que realiza plenamente o amor de Deus pelo homem e o amor do homem por Deus. O Reino de Deus é dado gratuitamente a todos e interpela cada um a converter-se. Converter-se é mudar o coração e a direção dos próprios pés. A proposta de Jesus espera a nossa resposta. Por iniciativa de Deus, o seu Reino já veio; a entrada nele depende da liberdade de cada um de nós. A conversão é voltar-se para Jesus, fazendo atrás dele a mesma estrada. Em todas as religiões, é o ser humano que procura Deus; no cristianismo, é Deus que procura o ser humano. A sua proposta direta e pessoal, aguarda uma resposta direta e pessoal: ele pede que eu vá ‘atrás’ dele; cabe a mim ‘segui-lo’ ou ficar onde estou. A sua resposta e a minha resposta são os dois elementos constitutivos da fé, que dispensa intermediários, que não aceita delegação. Ninguém pode chamar-me em lugar de Jesus; ninguém pode responder no meu lugar. Os outros podem ajudar-me, preparar meu encontro com ele; a fé não tem intermediários; é uma relação direta entre eu e ele. O próprio anúncio deve me levar ao encontro com Jesus. É o que entenderam muito bem os habitantes de Sicar, na Samaria, quando disseram à Samaritana: “Não é pela tua palavra que cremos, mas porque nós mesmos ouvimos e sabemos que ele é verdadeiramente o Salvador do mundo”. O cristianismo não é uma ideologia. A ideologia é uma vacina contra a fé. E a fé não é simplesmente nem sobretudo acreditar que existe Deus; a fé é a relação que eu estabeleço com Jesus como meu Senhor e Salvador. A fé é uma relação concreta e única com ele. A fé e o fato de eu pertencer amorosamente a ele e de ele pertencer amorosamente a mim. A fé é a alegria de eu estar nele e ele estar em mim. Ao chamado de Jesus corresponde o seguimento dos discípulos missionários. Na verdade, o seguimento incondicional dos discípulos missionários só acontece no fim. É um crescimento lento, exigente, cheio de incompreensões e demoras, de traições e fugas. Mas, desde o início, a vida dos discípulos missionários está ligada à vida do Mestre. Diz o Teólogo Fausti: “O evangelho é como um tecido, o pano novo! Cuja urdidura é o caminho linear de Jesus da Galileia a Jerusalém, e cuja trama é o caminho tortuoso do discípulo missionário, o qual, tentando segui-lo, tantas vezes erra a estada”! Na verdade, a gente só compreende um caminho quando chega ao fim. No início, é um ato de confiança na pessoa que a gente segue.

26/01/15 – Seg: 2Tm 1,1-8 ou Tt 1,1-5 – Sl 95 – Lc 10,1-9

27/01/15 – Ter: Hb 10,1-10 – Sl 39 – Mc 3,31-35

28/01/15 – Qua: Hb 10,11-18 – Sl 109 – Mc 4,1-20

29/01/15 – Qui: Hb 10,19-25 – Sl 23 – Mc 4,21-25

30/01/15 – Sex: Hb 10,32-39 – Sl 36 – Mc 4,26-34

31/01/15 – Sáb: Hb 11,1-2.8-19 – (Lc 1, 69ss.) – Mc 4,35-41

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