11/01/15 Dom: Is 42,1-4.6-7 – Sl 28 – At 10,34-38 – Mc 1,7-11

Neste Domingo do Batismo de Jesus, o Evangelho de Mc 1,7-11, mostra que seu centro está nas palavras do Pai: “Tu és meu filho amado; em ti ponho meu bem-querer”. Que é uma citação do Sl 2,7, que fala da entronização real. Deus teria mil maneiras de se apresentar a nós. Mas escolheu bem essa: entrar na fila dos pecadores. Um escândalo, uma dificuldade enorme para a fé na filiação divina do redentor. O redentor precisa ser redimido? A resposta é outra, porque a questão é outra. Não é o redentor que precisa ser redimido. Somos nós que precisamos, e ele veio ao nosso encontro, entrando na nossa situação, ‘na fila dos pecadores’. Jesus se revela o Filho justamente indo ao encontro dos irmãos mais necessitados, os pecadores, todos. O batismo representa a opção mais fundamental de Jesus, que é a solidariedade. Esta escolha brota da sua natureza de Filho. Conhecendo o amor do Pai, deseja manifestá-lo a todos por meio da sua fraternidade, de seu amor aos irmãos. O batismo é a porta de entrada no evangelho. Quem não entra por ela fica preso nas próprias expectativas religiosas e acaba não reconhecendo nem Deus nem o seu dom. a decisão de Jesus de fazer-se batizar é impressionante. João Batista mal acaba de dizer que viria outro, mais forte do que ele, e que este outro os batizará no Espírito Santo, quando este outro entra em cena, surpreendendo a todos: é batizado por João Batista. Ninguém imaginaria que o Senhor mergulharia tão fundo na nossa humanidade para nos arrancar das garras do pecado e da morte. Ele nos ama tanto que quer se unir a nós; já que não podemos subir até ele, ele desce até nós, até o fundo de nossa miséria. Como dirá Paulo: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Neste sentido, a cena do Batismo descreve na maneira mais divina o mistério da Encarnação: o Filho se fez homem, solidário conosco em tudo, para que nós nos tornássemos divino, solidário com Ele em tudo. A sua humanidade é, como insistia Santo Irineu de Lião, o princípio da nossa civilização! De acordo com os sinóticos: Marcos, Lucas e Mateus, é assim que Jesus dá início ao seu ministério. Ao invés de grandes discursos programáticos, enquanto escrevo, sou obrigado a ouvir infames discursos políticos, Jesus age; ao invés de ficar em cima do muro, Jesus faz uma opção clara; ao invés de se deixa levar pelo ambiente e pelas circunstâncias, assume para valer um estilo que orientará toda sua vida! A cena inicial do ministério público antecipa a cena final. No Batismo, põe-se na fila dos pecadores; na Paixão, é colocado na cruz entre os pecadores. No Batismo, inicia seu serviço real; na Paixão, está definitivamente sobre o trono. No Batismo, mergulha na água da qual todos nós nascemos; na Paixão, será afogado na morte como um malfeitor, como todos nós. No Batismo, se rasgam os céus; na Paixão, se rasga o véu do Templo. No Batismo, desce o Espírito; na Paixão, expia, dá o último suspiro, entrega o espírito. No Batismo, uma voz do céu o proclama Filho; na Paixão, uma voz que representa toda a terra, o Império Romano, que dominava o mundo, o reconhece Filho de Deus!  É por isso que dizemos que o Batismo tem um caráter ‘passional’, quer dizer, tem uma relação intima com a Paixão e a Morte de Jesus. Revela a paixão que Deus tem por nós, paixão que se torna compaixão e não nos abandona jamais. O Batismo é como uma semente, que já contém em si a árvore, as flores, os frutos.

12/01/15 – Seg: Hb 1,1-6 – Sl 96 – Mc 1,14-20

13/01/15 – Ter: Hb 2,5-12 – Sl 8 – Mc 1,21b-28

14/01/15 – Qua: Hb 2,14-28 – Sl 104 – Mc 1,29-39

15/01/15 – Qui: Hb 3,7-14 – Sl 94 – Mc 1,40-45

16/01/15 – Sex: Hb 4,1-5.11 – Sl 77 – Mc 2,1-12

17/01/15 – Sáb: Hb 4,12-16 – Sl 18 – Mc 2,13-17

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