28/12/14 Dom: Eclo 3,3-7.14-17a. – Sl 127 – Cl 3,12-21 – Lc 2,22-40

Neste Domingo da Sagrada Família: Jesus, Maria e José, o Evangelho de Lc 2,22-40, mostra que Jesus é a Palavra feita carne, a Glória de Deus entre nós, a própria face de Deus. A sua vinda a Jerusalém marca a passagem da fase da promessa e da espera para a fase da realização. Termina a noite da vigília, que precede o curso do sol. A humilde entrada de Jesus no Templo, cumprindo a palavra da Lei, deve ser relacionada com a terrível visão de Malaquias 3 sobre a visita definitiva do Senhor e sobre o julgamento que o mesmo fará. O menino é circuncidado. A circuncisão simboliza a pertença ao povo da Aliança, o povo que se comprometeu a reconhecer Deus como Deus. Israel, como todos nós, foi infiel à Aliança. Nem por isso Deus desdiz o que disse. Mas o contrato estava mortalmente prejudicado. O envio do Filho, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, salva o contrato e nos salva. Ele é ao mesmo tempo o ‘sim’ incondicionado e eterno de Deus ao homem e o ‘sim’ do homem a Deus. Ele é em pessoa a nova e insuperável Aliança! O nome tem um nome e por esse nome pode ser chamado: “deram-lhe o nome de Jesus”. Ninguém jamais viu a Deus. Ninguém jamais o conheceu e nenhum nome é capaz de dizê-lo. É o nome imaginável: JHWH, as quatro letras sagradas, não podia ser pronunciado; quando aparecia num texto, devia ser substituída por outra, por exemplo, Adonai, que quer dizer ‘Senhor’. Agora podemos chamá-lo pelo nome. O maior desejo do homem, a pretensão de todas as religiões, o desafio de toda teologia agora se ‘satisfazem’. Chamar alguém pelo nome significa que aquela pessoa existe para mim e eu para ela, significa estabelecer diálogo, entrar em comunhão. O nome de Deus para nós, parceiros infiéis da Aliança, só pode ser ‘Jesus’, que quer dizer ‘Deus salva’. Porque chamar a Deus é a nossa salvação. Porque estamos perdidos e só podemos conhecer Deus como aquele que salva. Aquele Deus santíssimo, que nos enchia de medo, pode ser chamado pelo nome porque é nosso Salvador. Não é necessário ser justo e santo, pois ninguém é justo diante de Deus. Os únicos a chamá-lo pelo nome, exceto os demônios, são os leprosos, o cego e o ladrão, condenado à cruz como ele. Justamente os que sabem que são injustos e pecadores, e se reconhecem necessitados de salvação. O reconhecimento de Ana coroa e conclui a apresentação do menino no Templo. ‘Ana’ quer dizer ‘favor de Deus’; ‘Fanuel’ significa ‘rosto de Deus’; ‘Aser’ é ‘boa sorte’. Esta viúva tem, por graça de Deus, a boa sorte de ver, no rosto de Jesus, o rosto de Deus, e reconhecê-lo. Avançada em anos, viúva desde sua mocidade, é figura de Israel e de toda a humanidade, que perdeu o esposo e vive uma vida vazia, longe do rosto dos seus desejos. Mas ela não desanima nem desiste. Não deixa o Templo. Estica os olhos para o horizonte. Continua a esperar e buscar. Preenche, dia e noite, com jejuns e orações, dor e desejo, o vazio do seu coração, à espera de que Ele venha a habitá-lo e preenchê-lo. O encontro esperado ao mesmo tempo, surpreendente, dá-se naquela ‘hora’ em que Simeão prediz a Cruz, a hora da contradição. É na Cruz, não no Templo, é na Cruz, provocada pelo Templo, que Deus se apresenta definitivamente ao seu povo, dando-Se assim à contemplação de todos. Ana é a Viúva que encontra o esposo de Israel. É a imagem de todo homem e mulher que sabem que fomos feitos para Deus e que o nosso coração andará inquieto enquanto não repousar Nele. Esposo de nossos sonhos, cumprimento da divina promessa.

29/12/14 – Seg: 1Jo 2,3-11 – Sl 95 – Lc 2,22-35

30/12/14 – Ter: 1Jo 2,12-17 – Sl 95 – Lc 2,36-40

31/12/14 – Qua: 1Jo 2,18-21 – Sl 95 – Jo 1,1-18

01/01/15 – Qui: Nm 6,22-27 – Sl 67 – Gl 4,4-7 – Lc 2,16-21

02/01/15 – Sex: 1Jo 2,22-28 – Sl 98 – Jo 1,19-28

03/01/15 – Sáb: 1Jo 2,29-3,6– Sl 98 – Jo 1,29-34

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