A casa de cada temperamento (3)

Finalizando nossa série sobre os ambientes e a Teoria dos Temperamentos, veremos hoje o tipo chamado fleumático. Este indivíduo pode ser considerado uma pessoa calma, que deseja curtir cada momento de sua vida com tranquilidade. Em geral, são as pessoas de mais fácil convivência, consideradas como “amigo para todas as horas”. Sua presença é sempre um prazer e são consideradas dignas de confiança e conservadoras em seus princípios. Apesar de raramente se oferecerem como líderes, têm uma capacidade latente de liderança e, por suas maneiras eficientes e gentis com o próximo, não são de criar atritos.

As pessoas de temperamento predominantemente fleumático geralmente mantêm suas emoções sob controle, não se perturbando com o que acontece ao seu redor: vivenciam cotidianamente uma agradável sensação de bem estar em si mesmo. Bastante metódicos, mantêm seus hábitos dentro de uma rotina estabelecida e não gostam de situações inesperadas. Estão sempre atentos e voltados para o lado prático das coisas, executam suas tarefas com exatidão e gostam de manter suas coisas em ordem. Pode-se dizer que até gostam da companhia dos amigos, mas sem muita agitação e sempre reservando um momento para a contemplação solitária. São geralmente introspectivas, sendo raro expor seus sentimentos aos outros.

O ambiente deste indivíduo, portanto, precisa prever um espaço onde ele possa curtir com a família ou amigos atividades como filmes e jogos, mas também um espaço onde ele possa ficar em sua própria companhia, para atividades como artesanato e leitura. Seu mobiliário precisa ser previsto de forma precisa para que possa manter a ordem e rotina sempre estabelecidos. Para amenizar sua característica mais introspectiva, interessante dar preferência a ambientes integrados e despojados, onde ele possa estar conectado pelo ambiente com os outros habitantes desse espaço. E para garantir seu bem-estar, buscar uma grande interação entre ambientes externos e internos, promovendo a possibilidade de contemplação da natureza.

Importante destacar, ao final dessa análise, que a Teoria dos Temperamentos é um modelo científico que tenta nos ajudar a conhecermo-nos melhor, não a determinar quem nós somos. Não há ninguém no mundo que seja exclusivamente de um ou de outro temperamento, mas é bastante comum termos um temperamento dominante e um secundário.

O melhor desenvolvimento de uma pessoa se dá através do aperfeiçoamento das características positivas de seu temperamento e a luta constante para vencer seus pontos negativos. E é aí que buscamos aliar a arquitetura de interiores à psicologia, buscando montar ambientes que ajudem os indivíduos a aperfeiçoar as características positivas ao mesmo tempo em que se busca amenizar as características negativas. E acreditem, o ambiente em que vivemos, nossa casa, o local onde reativamos nossas energias, faz uma enorme diferença em nossa vida e em nosso comportamento!

Mas deve-se sempre lembrar que, para quem não mora sozinho, é importante pesar as diferenças entre os temperamentos de todos os habitantes da casa, a fim de buscar um equilíbrio e um bem estar geral.