Pedro Alberto Skiba (Reticências)
Diretor do Jornal Evolução
Conselheiro da Ordem dos Jornalistas do Brasil
Patrono da Associação Catarinense de Colunistas Sociais (ACCS)
Membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi)
Vice-presidente do Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Colunistas Sociais (Febracos)
Diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/SC)
Consul do Poetas del Mundo
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Em resposta à pressão pública para a aprovação do uso medicinal da maconha, o órgão responsável pelo controle de medicamentos dos Estados Unidos (the Office of National Drug Control Policy, Washington, DC) patrocinou um estudo realizado pelo Institute of Medicine, que teve como autores o Dr. Stanley J. Watson, o Dr. John A. Benson e a Dra. Janet E. Joy. Este tinha como objetivo avaliar as evidências científicas dos benefícios e dos riscos do uso da maconha na medicina. Baseou-se em conhecimentos científicos e populares e foi validado por especialistas no assunto. O estudo foi publicado na revista Archives of General Psychiatry de junho de 2000. A principal finalidade deste estudo foi determinar o que é verdadeiro e o que é falso a respeito do efeito terapêutico da maconha. Ele consiste em uma revisão sobre os mecanismos e locais de ação da droga, bem como, a eficácia e falhas de seu uso medicinal. Inclui também uma análise dos efeitos crônicos e agudos da maconha, sendo comparados os seus efeitos adversos com os de outras drogas já padronizadas.
A biologia da maconha - O conhecimento a respeito da neurobiologia da maconha vem mudando dramaticamente na última década. Foram descobertos dois tipos de receptores (estruturas orgânicas que se ligam aos componentes químicos da maconha e permitem sua ação dentro das células), que receberam o nome de CB1 e CB2, estes se localizam principalmente no cérebro e nas células do sistema imune. Dentro do cérebro, estes receptores estão concentrados no sistema límbico, no córtex cerebral, no sistema motor e no hipocampo. Essas localizações explicam, em parte, os sintomas provocados pela maconha, como as alterações do estado mental, as mudanças de humor e as alterações da coordenação motora. Seus efeitos sobre o sistema imune ainda não são bem conhecidos.
O papel da maconha na dor - Evidências de pesquisas em animais e em homens indicam que a maconha pode produzir um efeito analgésico importante. Porém, mais estudos devem ser feitos para estabelecer a magnitude e a duração deste efeito, nas diversas condições clínicas. Os pacientes que poderiam ser beneficiados com o uso dessa droga seriam aqueles em uso de quimioterapia, em pós-operatório, com trauma raquimedular (lesão da coluna vertebral com acometimento da medula), comneuropatia periférica, em fase pós-infarto cerebral, com AIDS, ou com qualquer outra condição clínica associada a um quadro importante de dor crônica.
Quimioterapia induzindo náuseas e vômitos - Muitos oncologistas e pacientes defendem o uso da maconha, ou do THC (seu principal componente já estudado) como agente antiemético. Mas quando comparada com outros agentes, a maconha tem um efeito menor do que as drogas já existentes. Contudo, seus efeitos podem ser aumentados quando associados com outros antieméticos. Dessa maneira, o uso da cannabis na quimioterapia pode ser eficiente em pacientes com náuseas e vômitos não controlados com outros medicamentos.
Desnutrição e estimulação do apetite - Os estudos sobre os efeitos da maconha sugerem que esta droga pode ser importante no tratamento da desnutrição e da perda do apetite em pacientes com AIDS ou câncer. Mas outros medicamentos são mais efetivos do que a maconha, portanto, os autores recomendam pesquisas mais aprofundadas para avaliar a ação da maconha nesses pacientes.
Espasmo Muscular - Como já foi dito anteriormente, a maconha afeta o movimento, e estudos tem demonstrado que ela pode ajudar no controle doespasmo muscular (encontrado na esclerose múltipla ou notraumatismo raquimedular).
Mas as pesquisas que avaliaram essa capacidade da maconha devem ser analisadas com cuidado, uma vez que, outros sintomas associados a estas doenças, como a ansiedade, podem aumentar os espasmos, e nesse caso, a maconha poderia ter sua ação diminuindo a ansiedade e não controlando o espasmo propriamente dito. Por isso, os autores acreditam que mais estudos devem ser realizados para se confirmar esse efeito da maconha.
Movimentos desordenados - Estudos em animais demonstram que o uso da maconha pode estimular os movimentos em doses baixas e pode inibí-los em doses altas. Esta característica pode ser importante para o desenvolvimento de tratamentos para as desordens motoras na doença de Parkinson. Os autores acreditam que novos estudos devem ser feitos para avaliar a quantidade exata da droga que pode ser eficiente no tratamento dessa condição.
Epilepsia - O principal objetivo do tratamento da epilepsia é impedir completamente as crises. Os estudos a esse respeito ainda estão se iniciando, e muitas vezes as crises não foram inibidas com o uso da maconha, portanto, os autores acreditam que pesquisas com pessoas ainda não devem ser indicadas.
Glaucoma - Apesar do glaucoma ser uma das indicações mais citadas para o uso da maconha, os dados existentes não suportam esta indicação. A pressão alta intra-ocular é um dos fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma e a maconha poderia agir diminuindo esta pressão. Mas esse efeito é de curta duração e só é conseguido com altas doses da droga. Como as altas doses provocam muitos efeitos indesejáveis e as medicações já existentes são bastante efetivas e com efeitos colaterais mínimos, os autores acreditam que o uso da cannabis nessa condição ainda não está indicado.
Efeitos adversos - Os efeitos adversos da cannabis podem ser divididos em duas categorias: os efeitos do hábito de fumar crônico e os efeitos do THC. O fumo crônico da maconha provoca alterações das células do trato respiratório, e aumentam a incidência de câncer de pulmão entre os usuários. Os efeitos associados ao longo tempo de exposição ao THC são a dependência dos efeitos psicoativos e a síndrome de abstinência com a cessação do uso. Os sintomas da síndrome de abstinência incluem agitação, insônia, irritabilidade, náusea e cãibras. Alguns autores sugerem que a maconha é uma porta de entrada para outras drogas ilícitas. Mas ainda não existem estudos científicos que comprovem essa hipótese. E outras drogas como o tabaco e o álcool, na verdade, são as primeiras drogas a serem usadas antes da maconha.
Conclusão - Resumindo, os dados indicam um efeito terapêutico modesto, particularmente, no controle da dor, alívio de náuseas e vômitos, e estimulação do apetite. Seus efeitos foram melhores estabelecidos para o THC. Mas a maconha possui vários outros componentes que não tem seus efeitos estudados, e que podem trazer muitos riscos. Os dados atuais não afastam e nem dão suporte para a hipótese de que o uso medicinal da maconha poderia aumentar o uso ilícito dessa droga. Ao final do estudo os autores concluíram que o futuro do uso terapêutico da maconha está associado com o desenvolvimento de substâncias puras, e não com o fumo da mesma.
Fonte: Arch Gen Psychiatry 2000;57:547-552 – Vol.57 No. 6, june 2000.
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Espelho da Alma
(Margareth de Oliveira)
Paixão, sedução, desejo
Momentos intensos de querer
Olhares que deixam transparecer
uma atração quase incontrolável...
Um toque mágico
E toda timidez se esvai entre os dedos
O enrubescer da face
se perde entre os beijos
Os corpos se despem desordenadamente
se tocam ... se amam..
com um desejo felino pela presa.
Por instantes estão unidos
fisicamente num só
com a alma acorrentada
em elos de ardente sedução.
Suor, saliva e sêmen se misturam
Num perfume de intenso prazer
E os corpos como numa
chama alimentada
trêmulos de cansaço
Desfalecem sobre os lençóis
ainda com espasmos provocantes
e ansiosos
sedentos de desejos aprisionados..
E os instantes que se seguem
São de uma paz quase utópica
De uma amnésia passageira
Do mundo que nos controla...
E quando a porta se fecha
Deixando-nos na solidão das
quatro paredes
Sentimentos nos invadem....
Perdão, Pai....
Como erva daninha eu resisto a tudo
e a todos,
E avanço...
E como parasita te abraço de todas
as formas
Se te sufocar, me podarás...
Mas terei sido muito feliz...
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Comentários
Hermes Fendrich
hfendrich@gmail.com (Taubaté/SP)
Olá, Pedro!Parabéns pela tua coluna! Tudo o que disseste sobre as eleições, faz parte da democracia que lutamos tanto para conquistar. Perder ou ganhar, faz parte do jogo, e de qualquer forma, sempre haverão derrotados. Cabe a estes entender o por quê da derrota e respeitá-la. Assim como cabe também aos vencedores, respeitar a todos e governar para todos!Abraços!
Maurélio Machado
maurelio_machado@yahoo.com.br
(São Bento do Sul/SC)
Oportuna reportagem sobre as eleições amigo Pedro. Fico indignado com os milhares de inconformados e desinformados com a derrota nas urnas e agora propondo “impeachment”, a separação entre o norte e o sul, recontagem de votos e até a volta da ditadura militar. Perdoe-os PAI, eles não pensam, falam e escrevem o que o tico e o teco de suas “ANALFAS”mentes em curto circuíto lhes transmitem!”BRASIL VERÁS QUE UMA FILHA TUA NÃO FOGE A LUTA”- boas-vidas Presidenta DILMA!!!
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Pedradas do PedroKa
- Tebaldi, condenado, mas a pena prescreveu. Conforme o advogado Carlos Adauto Virmond Vieira, que fez a defesa de Tebaldi no processo, o mais importante é que o Tribunal não reconheceu as acusações de desvio e ocultamento de dinheiro e que, se houve alguma irregularidade, ela não tem mais efeito. “É como se não tivesse existido a ação. O deputado é ficha limpa”, ressaltou. E o homem tá lá de novo. Meu caro Sabino, lembra que um dia você me perguntou se eu sabia de algo. Muito mais!!!
- O pronunciamento do empresário Flávio Schuhmacher sobre críticas ao governador Colombo, foi totalmente fora de propósito e hora. E, eu que tinha esperança na renovação. É o mesmo que chorar em sepultura errada ou mandar lembranças para quem não se conhece. O homem apanhou em São Bento mais que mulher de malandro.
- Aliás comparar com outros governadores e dizer que Colombo fez mais, é se contentar mesmo com o Bolsa Família e comer na Avenida Paulista.
- Chega! Já arranjei inimigos que dá para encher um balaio. Daqui prá frente quem quiser discutir comigo sobre a vitória da Dilma, por favor peça senha. Só vou atender com hora marcada e se for uma conversa inteligente e civilizada. Ignorância e burrice já deu.