02/11/14 Dom: Sb 3,1-6.9 – Sl 41 – Rm 8,14-23 – Jo 11,21-27

Neste 31º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Jo 11,21-27, é próprio da Celebração Litúrgica da Comemoração de todos finados. Jesus afirma: “Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá”. É o que diz Jesus a Marta; o que Jesus diz a cada leitor do Evangelho; o que ele quer dizer a mim e a você, neste dia de Finados. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Ele é vida e luz: luz que brilha nas trevas; vida que desperta da morte. A ressurreição de Lázaro é o último dos ‘sinais’ de Jesus. Em João os milagres de Jesus são chamados de ‘sinais’, porque revelam a glória, a realidade profunda, interior e última, de Jesus. Depois do ‘sinal’ da ressurreição de Lázaro, vem a narração da Paixão. Será o maior ‘sinal’ da vida terrena de Jesus: realiza o significado de toda a sua ação e atuação. Jesus é o Filho porque comunica a própria vida aos irmãos; Jesus comunica sua vida aos irmãos porque é Filho. Não é só Lázaro que morre; não somos só nós que morremos; Jesus morre. A diferença é que Jesus tem o poder de dar a sua vida e de recebe-la de novo. Justamente porque ele a oferece, ele a recebe como Filho igual ao Pai, fonte amante e geradora de vida. O último ‘sinal’ de Jesus remete ao primeiro, pois os dois revelam a ‘glória’ do Filho. O ‘sinal’ de Caná na abertura da vida pública, simboliza o casamento entre Deus e a humanidade, o Esposo e a esposa; a ressurreição de Lázaro, simboliza o desfecho final da vida de Jesus: seu corpo dado à esposa; o sangue da Aliança derramado. A glória do Filho do Homem aparecerá na Cruz: a glória do Filho único do Pai, que comunica, a quem o acolhe, o poder de se tornar filho de Deus. Por dar a vida a Lázaro, Jesus será condenado à morte. Quem dá a vida recebe a morte, é a lógica do mundo. Mas quem recebe a morte, dá vida: é a lógica de Deus. É o paradoxo da Cruz. A Cruz manifesta tanto o mal que está no ser humano quanto o bem que está em Deus, o bem que ele nos quer. A sua ‘glória’ é sem limites, que assume e supera todos os nossos limites. O nosso mal é assumido como o lugar em que Deus se revela plenamente e em que nos salva plenamente. “Não há maior amor do que aquele que dá a vida pela pessoa amada”! A ressurreição de Lázaro, diretamente dos outros ‘sinais’, que iluminam um ou outro aspecto da Palavra, é um ‘sinal’ global, que ilumina toda a vida e ação de Jesus. Dar a vida a um morto significa a vitória sobre o derradeiro inimigo do homem. Lázaro morrerá de novo. Mas o seu retorno à vida mostra que a morte não é mais a última palavra, não é mais a dona do mundo. O retorno à vida de Lázaro é sinal da ressurreição. A ressurreição de Jesus e a nossa, no fim dos tempos é comunhão de vida com o Pai da vida. Há vida e vida: uma vida morta, a dos escravos do medo, que, por medo de perdê-la, trancam-se no seu egoísmo, pensando estar ‘trancando’ a vida. Há morte e morte: uma morte vivificadora, resultado de uma vida doada totalmente; uma morte vivida como dom da vida, ato supremo de amor total. A ressurreição é comunicada não só depois da morte, mas desde esta vida mortal. O coração da morte é mortalmente ferido pela fé. A ressurreição é crer em Jesus: “Todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais”. Aquele que crê em Jesus desde agora está em comunhão de vida com o Pai e mesmo que morra viverá, viverá eternamente. Quem crê, como Lázaro, Maria e Marta, participa da vida de Deus, que é amor: “Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte”.

03/11/14 – Seg: Fl 2,1-4 – Sl 130 – Lc 14,12-14

04/11/14 – Ter: Fl 2,5-11 – Sl 21 – Lc 14,15-24

05/11/14 – Qua: Fl 2,12-18 – Sl 26 – Lc 14,25-33

06/11/14 – Qui: Fl 3,3-8a – Sl 104 – Lc 15,1-10

07/11/14 – Sex: Fl 3,17-4,1 – Sl 121 – Lc 16,1-8

08/11/14 – Sáb: Fl 4,10-19 – Sl 111 – Lc 16,9-15

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