26/10/14 Dom: Ex 22,20-26 – Sl 17,2-3a.3bc4.47.51ab – 1Ts 1,5c-10 – Mt 22,34-40

Neste 30º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mateus, mostra que o Deus Amor indica, pela palavra do Filho, no mandamento do amor, o maior dos mandamentos, princípio e meta de todos. Ele quer que a sua vida se torne a nossa. O amor torna as pessoas semelhantes, fazendo que a vida de um se torne a vida do outro. O desejo de ser como Deus não se realiza no ter tudo nas mãos, mas em colocar-se nas mãos do Pai e, por causa dele, dos irmãos, em confiar e amar. É impossível captar Deus com a mente ou com as mãos, mas somente com o coração. Só o coração, amando, pode contê-lo, pois passa a ser habitado pelo amor. Amar é ter o outro no coração. Somos feitos para amar, porque Deus nos fez à sua imagem e semelhança. Sendo Deus e vivendo Deus de amor, é à medida que amamos que nos tornamos aquilo que somos. O conhecimento é funcional ao amor: ninguém ama o que não conhece. Essa tensão dinâmica própria do amor faz com que a sociedade aumente o desejo de saciar-se ainda mais, num círculo virtuoso insaciável. O amor, além, de envolver a mente e o coração, tem a ver com a vida. O amor é alegria no coração pelo bem do outro: é o contrário da inveja. O amor se exprime pela boca através do louvor: é o contrário da maledicência. O amor se realiza pelas mãos, que se põem a servir: é o contrário da opressão. O amor precisa de afeto, de palavras, mas, sobretudo, de fatos: “filhinhos, amemos não com palavras, mas com fatos e em verdade”. o amor leva a comunicar o que se é e o que se tem, tendendo à perfeita união, que não anula nem nivela a diferença, de pensamentos: inteligência, desejos: vontade, e ação: liberdade. As diferenças, que devem permanecer, senão não é amor, deixam de ser lugar de subterfúgios e agressões, e tornam-se lugar de acolhimento e serviço mútuo. O mesmo se diga dos limites e erros, tão diabólicos e tão humanos em nossa situação pós a da mítica, que se tornam provocações e alimento para mais amor. O mandamento de Jesus, que enfeixa num único mandamento as Dez Palavras e as 613 obrigações e proibições dos fariseus, é duplo: amar a Deus e amara ao próximo. Amando o Pai e os irmãos nos tornamos o que somos: filhos e, consequentemente, irmãos. Mais profundamente ainda, é amando o irmão que amamos a Deus: “A relação originária com Deus é o amor ao próximo” diz K. Rahner. É amando que atingimos a nossa identidade, colhendo a nossa origem e curando a ruptura originário, depois de Agostinho, se disse ‘pecado original’, com o Outro, conosco mesmos, os outros e as coisas. O amor é o cumprimento da lei porque nos torna semelhantes Àquele a quem fomos criados semelhantes: torna-nos filhos perfeitos como o Pai. Certa ocasião, os fariseus se reuniram e fizeram a Jesus uma pergunta que era motivo de discussão e debate entre os setores mais preocupados em cumprir escrupulosamente os 613 preceitos mais importantes sobre o sábado, a pureza ritual, o dizimo e outras questões: “Mestre, qual é o mandamento principal da Lei? A resposta de Jesus é muito conhecida entre os cristãos: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu ser”. Este é o mais importante. E, em seguida, acrescentou: “Estes dois mandamentos resumem a Lei e os profetas”. Interessa-nos muito escutar bem as palavras de Jesus, pois, também na Igreja, como no antigo Israel, foi crescendo, ao longo dos séculos, o número de preceitos, normas e proibições para regulamentar os diversos aspectos da vida cristã.  

27/10/14 – Seg: Ef 4,32-5,8 – Sl 1 – Lc 13,10-17

28/10/14 – Ter: Ef 2,19-22 – Sl 18 – Lc 6,12-19

29/10/14 – Qua: Ef 6,1-9 – Sl 144 – Lc 13,22-30

30/10/14 – Qui: Ef 6,10-20 – Sl 143 – Lc 13,31-35

31/10/14 – Sex: Fl 1,1-11 – Sl 110 – Lc 14,1-6

01/11/14 – Sáb: Ap 7,2-4.9-14 Sl 24 – 1Jo 3,1-3 – Mt 5,1-12

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