Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 28º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de João, é próprio da Celebração Litúrgica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil. João apresenta o primeiro ‘sinal’, é assim que ele chama os milagres de Jesus, foi o de Caná da Galileia. Essa narração mostra ‘onde mora’ o Senhor’, onde está a sua glória: não no templo, transformado em supermercado da religião, mas na alegria e no amor. No início aparecem duas narrações surpreendentes do ponto de vista religioso tradicional: descarregar 600 litros de vinho numa festa de casamento e rebelar-se contra a casa de Deus, o Templo! Deus é diferente daquilo que nós pensamos. O primeiro ‘sinal’ do Filho de Deus consiste em acrescentar mais de 600 litros de vinho a uma festa de casamento! Seu primeiro ‘gesto concreto’ será enfurecer-se contra o Templo, morada de Deus entre os homens, lugar de Encontro com Deus. O último sinal tem tudo a ver com o primeiro, será dado na cruz, quando nos amou até o fim, deu-nos o seu Espírito e tornou-se fonte de sangue e água. O casamento de Caná já aponta para a cruz, onde finalmente se celebra o casamento entre Deus e a humanidade! Na Bíblia, o casamento é símbolo da aliança entre Deus e seu povo. É uma relação de interesse e cuidado, pertença e cumplicidade, confiança e companhia, ternura e carinho, sentimentos que torna bela e boa a vida. Senão, a vida é triste e feia, desumana e falida, não valendo a pena vir ao mundo. O maior mandamento é o amor. Deus mesmo é amor e quem ama conhece a Deus e torna-se como Ele! No Antigo Testamento, Deus mesmo é o esposo, o ‘outro pedaço’ do ser humano, que ama de amor eterno. Nesta linha, o Cântico dos Cânticos não só canta o amor entre o homem e a mulher, mas o amor entre Deus e o ser humano, sendo um dos cumes da revelação bíblica. Essa aliança foi sempre traída por nós. Os profetas recordam a Aliança, retomam os seus cumprimentos, apontam para as consequências do seu rompimento, apelam para a conversão e prometem um futuro em que o amor entre Deus e o homem florescerá em todo seu esplendor. A narração das bodas de Caná conta o ‘início’ da nova e definitiva Aliança. Chamam atenção os vários elementos da narração: casamento, convite, vinho, servos, seis jarras de pedra, água e vinho bom. O que significa cada um desses elementos? Nossa vida cristã é vivida como uma ‘aliança’, um ‘casamento’, com Deus, ou como um ‘jugo’, uma ‘canga’, uma ‘prisão’, sob o império da lei? Maria está aí como quem intercede, está como aquela que aponta para Jesus, “Façam o que ele disser”, e como a esposa, totalmente entregue ao seu Esposo. Ela é o Israel fiel, a mulher que ama o Esposo, a filha de Sião que escuta a Palavra de Deus e espera a sua realização. O evangelista João não diz que Jesus fez ‘milagres’ ou ‘prodígios’. Ele os chama de ‘sinais’, porque são gestos que apontam para algo mais profundo do que os nossos olhos podem ver. Os sinais que Jesus realiza orientam para a sua pessoa e nos revelam sua força salvadora. O que aconteceu em Caná da Galileia é o começo de todos os sinais. O protótipo dos que Jesus irá realizando ao longo da sua vida. Nesta ‘transformação da água em vinho’ nos é proposta a chave para captar o tipo de transformação salvadora que Jesus opera e que, em seu nome, seus seguidores hão de realizar. Tudo acontece no contesto de um casamento, a festa humana por excelência, o símbolo mais expressivo do amor, a melhor imagem da tradição bíblica para evocar a comunhão definitiva de Deus com o ser humano.
13/10/14 – Seg: Gl 4,22-24.26-27.31-5,1 – Sl 112 – Lc 11,29-32
14/10/14 – Ter: Gl 5,1-6 – Sl 118 – Lc 11,37-41
15/10/14 – Qua: Gl 5,18-25 – Sl 1 – Lc 11,42-46
16/10/14 – Qui: Ef 1,1-10 – Sl 97 – Lc 11,47-56
17/10/14 – Sex: Ef 1,11-14 – Sl 32 – Lc 12,1-7
18/10/14 – Sáb: 2Tm 4,10-17b – Sl 144 – Lc 10,1-9
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