Morador do bairro Vila Nova, em Joinville, Alexsander Gonçalves disse ter sentido tremor de terra por volta das 4h30 da última segunda-feira. Ele mora na Estrada Blumenau.
Ele percebeu que as janelas tremeram e sentiu a cama mexendo também. Quando ouviu o barulho, pensou que fosse trovoada. Mas, quando olhou pela janela, percebeu que o céu estava limpo e estrelado. Nenhum objeto chegou a cair no chão. Outros dois vizinhos dele também teriam sentido o tremor.
— Moro há tantos anos no sítio e nunca vi uma coisa dessas. Mas foi rápido, coisa de três segundos e não chegou a quebrar nada — relatou.
De acordo com o coordenador regional da Defesa Civil, Antônio Edval Pereira, os tremores têm relação entre si.
— Houve uma acomodação do solo em uma região próxima aos municípios de Jaraguá do Sul, Joinville e Schroeder, que fez com que alguns bairros dos diferentes municípios sentissem o tremor —, afirma.
Como explica Antônio Edval, o período de chuvas acaba provocando descolamentos de rochas no subsolo. O que acontece é que os rios subterrâneos começam a aprofundar e o subsolo se acomoda neste espaço que fica sobrando.
>> Tremor assusta moradores da região de Jaraguá do Sul
O tremor de terra na madrugada da segunda-feira atingiu magnitude 3,5 — considerada pequena na escala que vai até 9. Para o coordenador, a hipótese de um novo tremor está descartada. Ele compara o tremor sentido pelos moradores a um tremor de um caminhão passando pela estrada. Portanto não há motivo para preocupação.
Segundo o professor e pesquisador George Sand de França, o tremor é considerado um terremoto.
Não é a primeira vez
Em 2010, tremores foram sentidos na localidade Tifa Theilacker, no bairro Três Rios do Norte, em Jaraguá. Na época, A Defesa Civil descartou a hipótese de terremoto e trabalhou com a com a tese de acomodação do solo por conta das chuvas.
Em Pirabeiraba, foram 11 tremores em menos de 24 horas no ano de 2012, também em função da acomodação do solo.