28/09/14 Dom: Ez 18,25-28 – Sl 24 – Fl 2,1-11 – Mt 21,28-32

Neste 26º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mateus, afirma que a pessoa que não quer mudar não pode compreender quem lhe propõe fazer o contrario daquilo que faz. A pessoa que quer converter-se não está sozinha: o Senhor lhe fala em parábolas para que se converta e seja curado. Jesus fala com clareza a quem o ama, ainda que este não o entenda; fala com o silêncio e, depois, com parábolas, a quem o entende, embora não o ame. É uma maneira de fala que, ao mesmo tempo, cala e fala: diz algo compreensível, que alude a algo ainda não compreendido, que, quando se tem boa vontade, se pode entender! A parábola de Mt 21,28-32 põe às claras a situação do ouvinte que não quer converter-se: é como o irmão que diz “sim”, mas não faz. Quando tomar consciência dessa situação, pode tornar-se como o outro irmão, que diz “não”, mas depois muda de ideia. O confronto entre os dois irmãos se torna escandaloso quando, no final da parábola, se diz que as pessoas claramente injustas devem ser preferidas às pessoas consideradas justas. Por que? Porque estas não sentem a necessidade de converter-se. Para Jesus, os sacerdotes e os grandes do povo são como a figueira, que tem muitas folhas, mas não produz nenhum fruto. São como o templo, que deixou de ser casa de oração e virou um covil de ladrões. Os considerados oficialmente pecadores, ao contrário, levam vantagem. Por que? Porque, embora não façam a vontade de Deus, não podem fingir que são justos; se fingem todo mundo lhes faz lembrar que são pecadores. Verdadeiro pecador é quem se considera justo! “Fazer a vontade do Pai” é o centro do Evangelho de Mateus. Concretamente, significa reconhecer-se filho e viver como irmão. Isto é possível para quem se converte; e só se converte quem se sente mal com a situação em que está e deseja mudar. No contexto imediato, ‘fazer a vontade de Deus’ é conhecer e acolher o julgamento feito sobre os chefes e sobre o templo pelo Senhor que vem humilde montado sobre uma jumenta. A Igreja, nós cristãos, devemos reconhecer-nos naqueles que dizem “Senhor, Senhor”! Mas não fazem a vontade do Pai. É, nas palavras de Ambrósio, a “casta meretrix”, a meretriz que se torna casta esposa na medida em que reconhece prostituta; torna-se ‘sim’ toda vez que reconhece o próprio ‘não’ e muda de vida! Faz alguns dias que Jesus está em Jerusalém, circulando pelos arredores do Templo. Não encontra nas ruas a acolhida amistosa das aldeias da Galileia. Os dirigentes religiosos que cruzam por seu caminho procuram desautorizá-lo diante do povo simples da capital. Não sossegarão enquanto não o crucificarem. Jesus não perde a paz. Com paciência incansável continua chamando-os à conversão. Conta-lhes uma história simples que acabou de ocorrer-lhe ao vê-los: a conversa de um pai que pede a seus dois filhos que vão trabalhar na vinha da família. O primeiro responde ao pai com um claro não: “Não quero”. Não lhe dá nenhuma explicação. Simplesmente não está com vontade. Mais tarde reflete, dá-se conta de que está rejeitando seu próprio pai e, arrependido, vai para a vinha. O segundo atende amavelmente ao pedido do seu pai: “Sim, Senhor”. Parece disposto a cumprir seus desejos, porém logo se esquece do que disse. Não pensa mais no pai. Tudo fica em palavras. Não vai à vinha. Se eles não entendem a sua mensagem, Jesus, dirigindo-se “aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo”, lhes aplica de um modo direto e provocativo a parábola: “Garanto-lhes que os publicanos e as prostitutas os precederão no caminho do Reino de Deus”. Jesus quer que reconheçam sua resistência e entrem no projeto do Pai.

29/09/14 – Seg: Dn 7,9-10.13-14 – Sl 137 – Jo 1,47-51

30/09/14 – Ter: Jó 3,1-3.11-17.2023 – Sl 87 – Lc 9,51-56

01/10/14 – Qua: Jó 9,1-12.14-16 – Sl 88 – Lc 9,57-62

02/10/14 – Qui: Jó 19,21-27 – Sl 26 – Lc 10-1-12

03/10/14 – Sex: Jó 38,1.12-21; 40,3-5 – Sl 138 – Lc 10,13-16

04/10/14 – Sáb: Jó 42,1-3.5-6.12-17 – Sl 118 – Lc 10,17-24

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