21/09/14 Dom: Is 55,6-9 – Sl 144 – Fl 1,20c-24.27a – Mt 20,1-16a

Neste 25º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mateus, afirma que os primeiros serão os últimos, e os últimos, primeiros. Quem deixa tudo para trabalhar na vinha, vai receber uma grande recompensa. A recompensa é dom da graça feito a todos, a começar pelos últimos. Neste sentido, está parábola destrói a lógica da posse e da pretensão: ninguém pode apresentar seus méritos para obter o que é puro dom da graça! A vinha é povo de Deus, chamado a produzir os frutos do Reino: o amor a Deus e ao próximo. O Senhor não se cansa de vir e voltar ao nosso encontro para chamar-nos. O chamado é um convite contínuo. Os primeiros chamados são Israel e a Igreja; os primeiros chamados, em segundo lugar, estão em Israel e na Igreja. São como Jonas: entristecem ao ver que Deus é ‘misericordioso, clemente, longânime e pleno de amor’. Vangloriam-se de seus bens espirituais, como o homem rico, de seus bens materiais. Parecem-se, com o fariseu Paulo, que se gloriavam de serem justos da justiça da Lei. Reprisam o irmão mais velho, que se enche de raiva ao ver que o pai é bom com o filho prodigo. Este texto contêm a essência do evangelho, como Lc 15. Contesta a lógica do farisaísmo e do capitalismo, material ou espiritual. Não se opõe à lei ou à justiça, os trabalhadores da primeira hora receberam o combinado, que era justo, mas exalta a justiça. A lei e a justiça de Deus estão num nível mais profundo do que a nossa lei e a nossa justiça: sua fonte é o amor e a liberdade; sua retribuição supera todo mérito. Não é prêmio conquistado pela justiça, mas dado pela misericórdia! Os primeiros por terem correspondido ao chamado desde cedo, correm o risco de rejeitar o Senhor, porque ele teve um coração grande para com os últimos. Esquecem-se de que o Senhor, primeiro foi justo com eles; segundo, que a salvação é dom gratuito do amor misericordioso do Pai. É graça! O privilégio dos últimos é compreender que, não o tendo merecido, chegaram ‘atrasados’ os trabalhadores de última hora, o Reino é um dom. Os primeiros só o acolherão se tornarem pobres de espírito; diferentemente do irmão mais velho, aceitarem o mais novo; ainda que cansados de trabalhar o dia inteiro, saltarem de alegria porque também os últimos foram chamados e responderam o convite. A linguagem econômica que a parábola usa a de Lc 16,1ss., constata e solapa a nossa maneira mercantilista de conceber o amor: dou para que me dês; te amo se me amares; em troca de uma coisa, dou-te outra. Que distancia entre esta mentalidade e o evangelho; entre este espírito e o da Oração da Paz do ‘poverello’ de Assis! O modelo que serve de pano de fundo à parábola é o Pai, seu modo de agir, que é bom e trata bem todos os seus filhos, sobretudo, os pequenos e últimos, quem não tem mérito para apresentar. Jesus tinha falado a seus discípulos missionários com clareza: “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça”. Para Jesus o essencial era isso. Os discípulos missionários não o viam buscar essa justiça de Deus cumprindo as leis e tradições de Israel como outros mestres. Inclusive, em certa ocasião, lhes fez uma grave advertência: “Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino de Deus”. Como é que Jesus entendia a Justiça de Deus? A parábola que lhes contou os deixou desconcertados. O dono de uma vinha saiu várias vezes à praça da cidade para contratar operários. Não queria ver ninguém sem trabalho. O primeiro grupo trabalhou durante doze horas. Os últimos a chegar só trabalharam sessenta minutos.

22/09/14 – Seg: Pr 3,27-34 – Sl 14 – Lc 8,16-18

23/09/14 – Ter: Pr 21,1-6.10-13 – Sl 118 – Lc 8,19-21

24/09/14 – Qua: Pr 30,5-9 – Sl 118 – Lc 9,1-6

25/09/14 – Qui: Ecl 1,2-11 – Sl 89 – Lc 9,7-9

26/09/14 – Sex: Ecl 3,1-11 – Sl 143 – Lc 9,18-22

27/09/14 – Sáb: Ecl 11,9-12,8 – Sl 89 – Lc 9,43b-45

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