Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 18º Domingo do Tempo Comum, o texto se divide em três cenas. Na primeira, Jesus, cheio de misericórdia, cura os doentes; os discípulos missionários têm uma proposta diferente da de Jesus; Jesus realiza a multiplicação nos moldes da celebração eucarística: toma o pão, abençoa-o e dá aos discípulos missionários para que o distribuam. Depois do banquete de morte, celebra-se a festa da vida. A sua morte o torna semente, bela e boa, como sugere o adjetivo ‘kalós’, que traduz o hebraico ‘tov’, torna-se semente escondida na terra que floresce em pão de vida para todos. É o ‘sinal de Jonas’ aplicado a Jesus, mas antecipado em João Batista. Se o ser humano é aquilo que come, o banquete de Herodes, a despeito das suas intenções, prepara o do Filho que dá a vida de filhos e irmãos. Jesus, Profeta e Messias rejeitado, como um novo Moisés, mata a fome de seu povo no deserto. Aliás, ele se mostra maior que Moisés, pois é o próprio Senhor que dá a sua carne como alimento para a vida do mundo. Maior que Eliseu, já que é a Sabedoria que põe à disposição de todo superabundância de vida. Neste sentido, a narração da multiplicação tem um pano de fundo nitidamente messiânico. Tanto assim, que, ao final, o povo quis coroar Jesus como rei, ou seja, messias-rei. O texto remete também à Eucaristia, alimento coletivo do novo povo. A comunidade cristã tem seu centro, aqui e na Eucaristia, no Filho, recebido em dom, reconhecido como dom e comunicado aos irmãos. O que Jesus realiza aqui antecipa o que ele realizará na Última Ceia, e o que ele realizará na Ceia antecipa a entrega total de si na cruz. Jesus ordena que os discípulos missionários façam as duas coisas. A primeira realmente: “deem-lhes vocês mesmo de comer”. A segunda, ritualmente: “Façam isso em memória de mim”. O número das pessoas alimentadas, cinco mil, é o mesmo da primitiva comunidade cristã de Jerusalém, que vivia o ensinamento de Jesus, colocando seus bens em comum, partilhando o pão e rezando com alegria. Aqueles que possuíam colocavam suas posses à disposição de todos, para que nada faltasse a ninguém. Livremente! As doze cestas que sobraram simbolizam as doze tribos, uma cesta para cada tribo, uma para cada mês. O que Jesus dá, dá para todos e dá para sempre. É o que a Igreja experimenta desde então. Mulheres e crianças se contam, porque não contavam eram um zero à esquerda. Não para Jesus, que acolhe as crianças e resgata as mulheres. Mateus introduz sua narração dizendo que Jesus, ao ver a multidão que o seguia por terra desde seus povoados até àquele lugar solitário, ‘se comoveu até as entranhas’. Não é um detalhe pitoresco do narrador. A compaixão para com esta multidão onde há muitas mulheres e crianças é o que vai inspirar toda a atuação de Jesus. Jesus não se dedica a pregar-lhes sua mensagem. Nada se diz de seu ensinamento. Jesus está ciente de suas necessidades. O evangelista só fala de seus gestos de bondade e proximidade. A única coisa que faz naquele lugar desértico é ‘curar’ os entes e ‘dar de comer’ ao povo. O momento é difícil. Encontram-se num lugar despovoado onde não há comida nem alojamento. É muito tarde e a noite vem chegando. O diálogo entre os discípulos missionários e Jesus nos vai revelar a atitude do Profeta da compaixão: seus seguidores não devem ignorar os problemas materiais do povo. Os discípulos missionários lhe dão uma sugestão cheia de realismo: “Despede a multidão”; que vão às aldeias e se compre o que comer. Jesus reage de maneira inesperada.
04/08/14 – Seg: Jr 28,1-17 – Sl 118 – Mt 14,22-36
05/08/14 – Ter: Jr 30,1-2.12-15.18-22 – Sl 101 – Mt 15,1-2.10-14
06/08/14 – Qua: Dn 7,9-10.13-14 – Sl 96 – Mt 17,1-9
07/08/14 – Qui: Jr 31,31-34 – Sl 50 – Mt 16,13-23
08/08/14 – Sex: Na 2,1.3; 3,1-3.6-7 – (Dt 32) – Mt 16,24-28
09/08/14 – Sáb: Hab 1,12-2,4– Sl 9 – Mt 17,14-20
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