Luiz Carlos Amorim é fundador e Presidente do Grupo Literário A ILHA em SC, que completa 43 anos de atividades literárias e culturais neste ano de 2023, juntamente com a sua revista SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA. Ocupa a Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Mora atualmente em Lisboa. Eleito Personalidade do Ano pela Academia Catarinense de Letras e Artes, pelo livro NAÇÃO POESIA.
Editor das Edições A ILHA, que publicam as revistas SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA, MIRANDUM (Confraria de Quintana) e ESCRITORES DO BRASIL, além de mais de cem títulos livros de vários géneros, antologias e edições solo.
Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA., do Grupo Literário A ILHA, em Http://prosapoesiaecia.xpg.com.br
Autor de 35 livros de crônicas, contos, poemas, infanto-juvenil, história da literatura, três deles publicados no exterior, em inglês, francês, italiano e inglês, além de poemas publicados em outros países como India, Rússia, Espanha, Grécia, Portugal, Espanha, França, Itália, etc.
Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano, francês, alemão.
Colaborador de vários jornais e revistas por todo o Brasil e em países de língua portuguesa. Participante, em nome do Grupo Literário A ILHA, do Salão Internacional do Livro de Genebra, na Suiça e da Feira do Livro de Lisboa e Feira do Livro do Porto, em Portugal.
Tenho escrito repetidas vezes sobre o Projeto Floripa Letrada, de Florianópolis, que disponibiliza livros nos terminais de ônibus para leitura dos usuários do transporte urbano. As estantes ficam localizadas nas plataformas dos terminais e o usuário escolhe o livro para levar, sem registro ou prazo para devolução. O propósito é deixar que o leitor leve quantos volumes quiser, mas que os devolva depois de lidos. Isso acontece muito pouco, mas não é esse o nosso foco hoje. Existem outros projetos como este pelo Brasil afora e é bom discutirmos o assunto, para sabermos como eles funcionam em diferentes lugares.
Eu tenho criticado o fato de que os livros disponibilizados nas estantes, nos últimos anos, são quase que exclusivamente didáticos. A crítica, na verdade, não é dirigida às pessoas que gerenciam o projeto, mas sim ao poder público, que não tem uma verba específica para compra de livros para prover o projeto. É claro que o município paga algumas pessoas que trabalham na manutenção do Floripa Letrada – recebimento de doações, organização e colocação nas estantes. Mas seria interessante que houvesse recurso para comprar livros, diretamente das editoras, por exemplo.
Então o projeto sobrevive de doações e é por isso que a grande maioria dos livros que vemos nas estantes são didáticos, técnicos. Porque esses livros – apostilas - são renovados quase todos os anos, nas escolas, e as escolas que não os usam mais podem doá-los e as editoras que não os venderam em tempo hábil também. Os livros literários dependem da oferta de quem doa. Eu, por exemplo, doei cento e tantos volumes, todos de gêneros literários, lá no início do projeto. Por isso, não tenho mais para doar.
Outro dia, encontrei a senhora Roseana, pessoa que está à frente do Floripa Letrada e faz das tripas coração para manter o projeto, para conseguir sempre mais volumes para colocar à disposição do leitor, sejam eles literários ou didáticos. Sei que há uma dificuldade, também, para conseguir veículo que vá até os doadores para recolher os livros, pois quando fiz a doação esperei semanas até que alguém pudesse vir a minha casa apanhar mais de uma centena de volumes. E a operária dos livros está sempre batalhando todos os dias para conseguir uma condução que possibilite o recolhimento de doações.
Então rendo meu tributo a essa lutadora que não deixa o projeto esmorecer, mesmo que a sua manutenção seja um desafio. É de Roseanas, Marizas, Ednas, e outros abnegados incentivadores do hábito de ler que precisamos, para colocar livros no caminho de nossos leitores. É o trabalho delas que faz com que leitores em formação descubram a magia e o encantamento dos livros.
Conclamo a todos, escritores e leitores, livreiros e editoras, que verifiquem o que pode ser doado em seus “acervos” já lidos ou não vendidos, para poder oferecer mais obras literárias ao projeto, para que dona Roseana não tenha que colocar quase que exclusivamente livros didáticos, técnicos e revistas nas estantes do Floripa Letrada. Todo livro que pudermos ofertar será bem-vindo. E não é necessário acumular muitos volumes, não. Se forem poucos, basta levar a um terminal onde há o projeto e colocar na parte mais baixa da estante, pois os organizadores precisam carimbar os livros para que eles possam ser devolvidos pelos leitores que os levarem. E os leitores, sejam conscientes, peguem apenas o que realmente vão ler. Já fui abordado no centro da cidade por pessoa que estava vendendo – sim, vendendo – livros com o carimbo do Floripa Letrada. Já conversei com dona de sebo que recusou livros que queriam lhe vender porque tinham o carimbo do projeto.
Sempre temos em casa livros que já foram lidos e que podem ser passados adiante. Qualquer exemplar de qualquer livro não precisa ser lido por apenas um ou dois leitores. Eles sempre podem ser lidos por mais e mais leitores. Então vamos coloca-los em circulação. Se você quiser doar, procure um projeto parecido em sua região e entre em contato para doar. Não deixe livros encarcerados em gavetas ou encerrados em estantes. Compartilhe-os.