Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 17º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mateus, traz duas duplas de parábolas: o tesouro no campo e a pérola preciosa; a rede lançada ao mar e o dono da casa que tira de seus tesouros coisas novas e velhas. Essas quatro parábolas completam o discurso de Jesus, que começa com a parábola do semeador, passa pelas sementes de mostarda e do fermento, e a explicação da parábola da erva daninha, com um apelo à decisão e à responsabilidade. A alegria é a força para decidir-se pelo Reino, tesouro que deve ser vivido com coerência e transmitido de forma adequada. A primeira é mais ‘rural’ e a segunda, mais ‘urbana’. São dirigidas aos discípulos missionários. Essas duas parábolas são simétricas, ainda que suas pequenas diferenças iluminem aspectos diferentes do tema da decisão por aquilo que realmente vale. Os verbos-chaves são ‘encontrar’, resultado da busca! ‘Vender tudo’ para ‘comprar’; os substantivos-chave são ‘tesouro escondido’, e ‘pérola’, de grande valor, que sublinham a grandeza e a beleza do Reino. É preciso procurar. Mas não basta procurar e encontrar. É preciso decidir. Não dá para ficar com um pé em cada canoa. O motivo da decisão é a paixão pelo tesouro, a ‘alegria’ que sua posse provoca. A alegria de encontrá-lo é a força para tomar a decisão de levar o encontro até o fim. O amor a Jesus nos torna indiferente a tudo o mais, que se torna absolutamente relativo e secundário. A alegria que Deus nos dá é justamente para levar-nos a decidir. O inimigo faz de tudo para tornar-nos tristes: quer atrapalhar a nossa decisão pelo Reino. Jesus é o tesouro escondido e a pérola preciosa. Ele se deixa encontrar por quem o procura e procura quem o encontra. Ele é a própria Sabedoria que convida a uns e outros ao banquete da vida! Se a primeira parábola é mais rural e a segunda, mais urbana, a terceira é mais costeira ou litorânea, e a última, também, urbana. Jesus fala a todos os ambientes e, a cada um, numa linguagem adaptada. As da rede e do escriba são sobre a responsabilidade pessoal. Cada um é chamado a viver, em primeira pessoa, o tesouro da vida filial, e o escriba, habilitado a entender a Palavra, a transmiti-la com fidelidade, de modo inteligente e completo. A da rede ensina que a Igreja não é uma seita de justos. Ela é uma grande rede lançada à água, do lago, do rio ou do mar, para retirar os irmãos do abismo. Ai de nós se não fosse assim! Quem obteve misericórdia deve viver a misericórdia em relação aos outros. A bondade salvadora de Deus é estímulo a corresponder a ela e não desculpa para perder os irmãos. A nossa salvação é ser como ele. O ‘escriba’, na estrutura ministerial da Igreja: bispos, presbíteros e diáconos, tem a responsabilidade de entender tudo e transmiti-lo com fidelidade, respeitando a tradição e a inovação. O escriba deve ser capaz de interpretar o Novo à luz do Antigo Testamento, e o Antigo à luz do Novo Testamento, mostrando a verdade das promessas à luz de Jesus, que é a sua realização. O modelo é o próprio Mateus, que procura mediar entre ‘intransigentes’ e ‘liberais’, mostrando como, no Nazireu, se cumpre as profecias e, no profeta de Nazaré, se supera a Lei e a Aliança. A Igreja é feita por aqueles que colocam Jesus, tesouro e pérola, no centro de suas vidas, relacionando-se com as outras coisas do jeito que agrada a Ele. Cada um é pessoalmente responsável de viver esse amor e conforme esse amor. O escriba, sobretudo, tem a responsabilidade de transmitir bem esse tesouro, antigo quanto o Jardim do Éden, novo como os novos céus e a nova terra!
28/07/14 – Seg: Jr 13,1-11 – (Dt 32) – Mt 13,31-35
29/07/14 – Ter: 1Jo 4,7-16 – Sl 33 – Jo 11,19-27 ou Lc 10,38-42
30/07/14 – Qua: Jr 15,10.16-21 – Sl 58 – Mt 13,44-46
31/07/14 – Qui: Jr 18,1-6 – Sl 145 – Mt 13,47-53
01/08/14 – Sex: Jr 26,1-9 – Sl 69,1-17 – Mt 13,54-58
02/08/14 – Sáb: Jr 26,11-16.24 – Sl 69,15-34 – Mt 14,1-12
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