Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 16º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mateus, depois da parábola do semeador, traz uma série de outras parábolas: a do joio no meio do trigo; a do grão de mostarda; a do punhado de fermento, tudo terminando com a explicação da parábola do joio. A Palavra sempre encontra obstáculos, que atrapalham ou impedem seu desenvolvimento. A nossa vida e a vida do mundo são um campo de batalha: onde Deus semeia o bem, o inimigo semeia o mal. Gostaríamos de ser perfeitos e que a comunidade cristã também o fosse. Lutamos para arrancar o mal em nós e nos outros. O teólogo Fausti diz: “Os maiores desastres provêm exatamente da tentativa de eliminar o mal. A violência sacra é a pior de todas: ‘para o bem’, viola toda liberdade”. O triunfo do bem será só no fim, por obra de Deus. Agora, é tempo de paciência, que vê o mal como lugar de misericórdia, dada e recebida. A Igreja não é uma seita de perfeitos, mas casa de todos. Deus permite que o joio cresça para nós O conhecermos como graça; assim, tornamo-nos filhos que recebem e dão amor gratuito. Está é a vitória, já agora, da beleza e da fecundidade do trigo! Porque o bem é sempre ‘pequeno’, aliás, ‘misturado’ com o mal, ‘imundo’? Por que a pregação do Reino conseguiu reunir tão pouca gente e gente ‘desqualificada’? O plano do Pai, na verdade, se realiza na história do Filho, que passa pelo mal dos irmãos, sob o signo da pequenez e da maldição. O Reino só pode ser o do Cordeiro imolado, predestinado, desde a criação. Através de um amor louco, que o leva a aceitar até a morte em sua entrega ao Pai e os irmãos, Deus realiza a salvação dos homens, escolhidos desde antes da criação. Na lógica de Deus, a pequenez extrema da semente de mostarda produzirá, no futuro, que só a Deus pertence, a grandeza da árvore; a inadequação de um punhado de farinha ‘estragada’ fermentará o mundo. Sem esquecer a cruz, que é o seu ‘sinal’. As grandiosidades, as megalomanias e os triunfalistas fogem totalmente à logica do Reino. Note-se que a explicação da parábola do joio é feita ‘em casa’, quer dizer, na comunidade. A Igreja, de fato, corre dois riscos: tornar-se uma seita de puros que não tem misericórdia pelos outros, ou um bando de imorais que justifica a própria imoralidade pela misericórdia divina. A familiaridade com Jesus, os discípulos missionários se ‘aproximam’, nos preservam do duplo risco. A explicação, solicitada pelos discípulos missionários, divide-se em duas partes: a explicação dos sete símbolos; a apresentação do juízo de Deus. O juízo será no fim, não agora. Deus o fará, não nós. O tempo presente é da paciência, nossa, dos outros e de Deus, para que possamos chegar à conversão e à salvação. Vejamos alguns dos sete elementos simbólicos: Semeador: O Filho do Homem é Jesus, que anuncia a palavra do Reino. Na verdade. A Palavra é Ele mesmo, que se torna sinal definitivo ao tornar-se semente sepultada por três dias no coração da terra. Boa semente. São os filhos do Reino, aqueles que escutam a Palavra com o coração belo e bom, e dão fruto. Campo. É o mundo inteiro, não só a comunidade. Erva daninha. Nós nos tornamos filhos de quem nós escutamos. Inimigo. Inimigo tem vários nomes. Colheita. É o fim do mundo. Ceifadores. O juízo será feito pelos ‘anjos’, quer dizer ‘mensageiros’. No fim, restará só o amor, que nuca terá fim. A palha do nosso egoísmo será queimada; só o que é precioso resistirá. É preciso, portanto, viver o presente com responsabilidade em relação ao tempo e com misericórdia em relação aos irmãos!
21/07/14 – Seg: Mq 6,1-4.6-8 – Sl 49 – Mt 12,38-42
22/07/14 – Ter: Ct 3,1-4a ou – 2Cor 5,14-17 – Sl 62 – Jo 20,1-2.11-18
23/07/14 – Qua: Jr 1,1.4-10 – Sl 70 – Mt 13,1-9
24/07/14 – Qui: Jr 2,1-3.7-8.12-13 – Sl 35 – Mt 13,10-17
25/07/14 – Sex: 2Cor 4,7-15 – Sl 125 - Mt 20,20-28
26/07/14 – Sáb: Eclo 44,1.10-15 – Sl 131 – Mt 13,16-17
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