Márcio Dreveck, 38 anos, vereador (PP - Partido Progressista), segundo mandato, no primeiro 940 votos, reeleito com 2320. Durante sua primeira gestão atou por três nãos como secretário de Obras, licenciado da Câmara para a qual voltou para possibilitar sua candidatura à reeleição em 2012. Márcio conversou com nossa reportagem.
Evolução – A que fato você atribui o crescimento da sua votação na reeleição?
Márcio Dreveck – Acho que graças a minha dedicação exclusiva à política. O compromisso que assumi com os eleitores na primeira campanha foi de que meus eleitores nunca iriam ouvir promessas que eu não pudesse cumprir. Agora, uma vez eleito vou trabalhar para seguir carreira política. Fiz isto e me dediquei inteiramente a política, inclusive na questão pedagógica buscando conhecimentos e formação. Fiz faculdade de Gestão Pública e nunca deixei de acompanhar as sessões do Legislativo. Hoje vejo que os suplentes não acompanham as sessões. Acredito também que me ajudou muito sempre estar ouvindo a comunidade e procurando dar uma solução para suas reivindicações. É preciso entender que o papel de vereador é legislar, mas não custa ouvir os eleitores e pelo menos encaminhar as suas solicitações. O povo quer ser ouvido.
Evolução – Você passou pelo Executivo e agora já está um ano e meio no Legislativo. Onde é mais fácil atuar?
Márcio Dreveck – Mais fácil é na Câmara. A cobrança também é grande, principalmente devido a minha grande votação que é um grande orgulho, mas ao mesmo tempo aumenta a responsabilidade.
Evolução – Mas o eleitor confunde as atribuições do vereador?
Márcio Dreveck – É verdade, mas isto depende muito da campanha e das promessas do candidato. Vereador não pode prometer. Fico tranqüilo porque me sinto muito livre, leve e solto para agir. Não fiz promessas, a não ser a de me empenhar. Então vou trabalhar, lutar por aquilo que os eleitores me pedem, mas é uma grande diferença do Executivo. A projeção é bem maior, mas o peso das atribuições também é maior. Se você conseguir fazer um bom trabalho pode ir longe ou também levar uma invertida.
Evolução – Você disse de início que se tornou um político profissional por opção e quer fazer carreira na política. Isto significa que o próximo passo será a presidência da Câmara?
Márcio Dreveck – Olha por enquanto eu não queria tratar muito deste assunto. É um acordo que foi feito, mas vamos esperar passar as eleições. Mas sem dúvida será mais um passo.
Evolução – E a disputa pela Prefeitura?
Márcio Dreveck – Isso tem que deixar por conta da comunidade. Uma coisa afirmo. Estou me preparando de todas as formas. Ano passado iniciei uma Pós-Graduação em Administração Pública e Gerência de Cidades e vou concluir no final deste. Tudo que existir de cursos de preparação estou indo atrás. Estou ouvindo diretamente as pessoas, me inteirando dos problemas e necessidades. Participo de reuniões de associações, entidades, Conselho de Saúde, visito Postos de Saúde, escolas, creches. Verifico a qualidade da merenda, material escolar. Realmente se for questão de preparo tenho os pés no chão e também a certeza que tenho que estar preparado para ouvir e deixar que a própria comunidade decida o que ela quer.
Evolução – Você sabe que foi criado o Observatório da Imprensa que também irá avaliar o desempenho dos vereadores?
Márcio Dreveck – Não sabia.
Evolução – Será mais uma ferramenta apresentada ao eleitorado para poder avaliar melhor a atuação daquele em quem ele votou, pois já se sabe que o eleitor não tem o hábito de acompanhar as sessões da Câmara e assim ficar sabendo se valeu a pena sua escolha ou não. A questão é no sentido de Políticas Públicas e não apenas dar nomes para ruas.
Márcio Dreveck – Acho uma boa e que vai ajudar na escolha e premiar quem merece. Melhorando a qualidade do vereador, melhorará a vida da comunidade.
Evolução – E as coligações?
Márcio Dreveck – Como estava era inviável. Agora da forma como ficou eu me senti orgulhoso. Nossa convenção foi um exemplo e me senti também com mais disposição para defender a coligação, a postura do nosso partido (PP). Existiam outras intenções, mas estas não se sobressaíram ao interesse da maioria. Fiquei entusiasmado. Foi aprovado realmente o que a maioria queria . Agora estou motivado para a campanha. Sabemos que vamos concorrer com uma máquina forte, mas poderemos analisar se a população vota pelo trabalho ou pela politicagem. Se for pelo trabalho, na nossa região o Colombo não deve receber nenhum voto.
Evolução – Como você analisa a atual administração municipal?
Márcio Dreveck – Na verdade você sabe que a falta de experiência atrapalha em muitas coisas. Uma das coisas que acho que falta na atual administração é a flexibilidade. Isso ficou muito claro em várias situações, falta mais diálogo, mais conversas, envolver mais pessoas. Atualmente o prefeito é meio ditador e teimoso, é ele a autoridade máxima e não tem conversa.
Evolução – É o “João teimoso”?
Márcio Dreveck – É. Criou-se em torno do atual prefeito uma expectativa muito grande. Muita gente achou que ele seria o salvador e que em poucas ações iria resolver todos os problemas. Sabemos que não é assim. Hoje a frustração é muito grande. A gestão pública é preparo, conhecimento, experiência e perfil. Temos que subir um degrau de cada vez. Começa por uma Associação de Moradores, vai ganhando espaço, acumulando conhecimento.
Evolução – Não se pode abdicar do conhecimento dos mais velhos? Até fui autor de uma sugestão para criação de um Conselho de ex-prefeitos. Constou do programa de Governo e nada de concreto?
Márcio Dreveck – Vi isto lá e era muito interessante. Ou você ajuda ou fica quieto.
Evolução – E a sopa de letras que está na coligação da atual administração?
Márcio Dreveck – Em termos de candidato ao Governo do Estado vejo que eles mesmos estão divididos. Acredito que para governador vai ser cada um por si. Pelo que senti está todo mundo livre, leve e solto.
Evolução - Qual o maior problema enfrentado com a atual administração?
Márcio Dreveck – Atendimento. Com certeza o atendimento das reivindicações que fazemos. Só mesmo aquelas que são muito explicitas e ficam escancaradas é que recebem atendimento. Só eu já fiz mais de 200 indicações e não sei se 2% foram atendidas. Por outro lado somos parceiros do Prefeito e de todos os seus projetos acredito que rejeitamos apenas um, dos mais de 225 enviados. Então não dá para se queixar da oposição.