Um homem de 45 anos foi preso em flagrante suspeito de estuprar por vários anos as duas filhas e ter três filhos com cada uma delas em Rio Negrinho, Planalto Norte do Estado.
Ele teve a prisão preventiva decretada depois de confessar o crime, em depoimento ao delegado de Rio Negrinho, Thiago de Freitas Nogueira. O homem foi encaminhado ao Presídio Regional de Mafra, na madrugada de sexta-feira.
— Ele confessou tudo e disse que não havia necessidade de fazer exame de DNA com as crianças, pois todas são filhas dele — disse o delegado.
De acordo ainda com o delegado, o homem foi indiciado pela Polícia Civil por estupro de vulnerável - pelo abuso praticado contra as duas filhas quando elas ainda eram menores de 14 anos - e estupro comum, após os 14. A pena mínima para estupro de vulnerável é 8 anos e de comum, seis.
— Se ele for condenado, a somatória dos crimes praticado contra as duas filhas, dará por volta de 30 anos de prisão — avalia Thiago de Freitas Nogueira.
Filha mais nova está grávida
Além das seis crianças, a filha mais nova, de 22 anos, está grávida do quarto filho dele. De acordo com o delegado, as duas meninas eram molestadas pelo pai desde pequenas. Hoje, a mais velha tem 24 anos. Segundo Nogueira, a mãe delas sabia de tudo, mas nunca teve coragem de denunciar o marido porque também era vítima dele.
— As três contaram que eram ameaçadas e constrangidas por ele. Em depoimento, elas revelaram que ele dizia que colocaria fogo na casa da família, fugiria com as crianças e as deixaria sem dinheiro e desabrigadas — relatou o delegado.
Depois de confessar que estuprava as meninas desde crianças, o suspeito disse, em depoimento, que sofria de um distúrbio e que precisava de tratamento.
— As pessoas que realmente são loucas não têm noção do crime que estão cometendo, pois acreditam que estão fazendo algo normal, diferentemente dele, que tinha noção da realidade — destacou Nogueira.
Importância da denúncia anônima
Apesar de ocorrer há anos, o crime só foi descoberto por meio de uma denúncia anônima recentemente. Os telefonemas podem ser feitos para o 181, da Polícia Civil, e para oDisque 100, canal para denúncias de violência contra crianças.
A investigação constatou que as três vítimas não eram mantidas em cárcere privado, mas que viviam isoladas em casas no campo e afastadas da área urbana. Elas não frequentaram à escola, não iam à igreja ou a locais públicos sozinhas.
A Polícia Civil já solicitou o apoio da assistência social para fazer o acompanhamento das vítimas e das crianças. Mesmo assim, elas falaram, em depoimento, que pretendem se mudar de Rio Negrinho.