Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste Domingo da Santíssima Trindade, o Evangelho de João, mostra que Deus sempre ama o mundo, ainda que o mundo se feche ao seu amor. O amor do Pai é livre e gratuito: exigente, como o de ‘pai’; incondicionado, como o de ‘mãe’. O Filho, que o conhece, porque saiu do seu seio, o testemunhou em sua vida terrena, sobretudo no mistério da cruz. Jo 3,16, usado e abusado por nossos irmãos pentecostais em suas pregações, constitui o centro do Evangelho, da boa nova, da boa notícia de João. A expectativa é que os ouvintes possam confessar maravilhados: “Reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele”. Essa é a chave das chaves de toda a revelação. A partir dela podemos compreender toda a revelação e, sempre que necessário!, corrigir toda interpretação errada, parcial, equivocada. O pai amou o filho, e não veio ele mesmo, nem dessa forma, mandou o Espírito, porque é no Filho, que ele é amado, e só no Filho, que podemos reconhecer a nossa identidade de filhos. Jesus, na condição de Filho encarnado, viveu o que somos chamados a viver: a ‘filialidade’, a relação de amor e respeito para com Deus, o Pai, e, consequentemente, a fraternidade, a relação de amor e respeito para os irmãos. Jesus nos ama com o mesmo amor que o Pai tem por ele e nos garante que o Pai nos ama como ama a ele, com um amor que é anterior à criação do mundo. A nossa salvação é crer em Jesus crucificado. Ele é a Palavra, a luz e a vida de todo ser humano, que se tornou para nos revelar o amor infinito e incondicionado do Pai. Nele está a nossa identidade de filhos, que nos faz ser o que somos. Fora dele, não sou eu ou somos o que não somos. Acolhê-lo em nossa vida é encontrar-nos a nós mesmos. Fechar-nos a ele é fechar-nos à luz, ao sentido da vida. É perder-nos, é morrer para sempre. A fé é uma avaliação razoável daquilo que não se vê, que é deduzida daquilo que se vê. Comemos pão sem medo porque acreditamos que não esteja envenenado porque sabemos que o padeiro é pessoa honesta, boa, confiável. No dia a dia, nós, na verdade, vivemos da fé. O único problema é saber onde nós depositamos razoavelmente a nossa confiança. A experiência, a inteligência, os relacionamentos nos ajudam nesse discernimento. Crer em Jesus significa fundamentar a nossa vida nele, na sua pessoa, na sua palavra, nas suas ações. Fazemo-lo porque estamos certos de que ele nos ama e de que o seu amor nos revela o amor do Pai. O exemplo é sempre o do pão e do padeiro. Se me recuso a crer nele, só me resta fundamentar a minha vida sobre a adoção de concepções e observâncias de leis que considero justas. O Deus-Amor enviou seu Filho ao mundo, por amor, para salvá-lo, para comunicar-nos a vida de filhos. Se usa o ‘chicote’, como Jesus no Templo, não é para julgar ou condenar o mundo pecador. É para salvá-lo, purificando-o, o que Lhe custará a vida. Salvação ou perdição não é predestinação divina. O pai não abandona seus filhos. O Pai deu o seu próprio Filho para salvar-nos. No abandono do seu Filho na cruz, nenhum perdido está abandonado. Em todo ‘perdido’ o Pai vê o Filho e o ama de um amor perdido. O Pai é ‘louco de amor’! Nem sempre é fácil para os cristãos relacionar-se de maneira concreta e viva com o mistério de Deus confessado como Trindade. Contudo, a crise religiosa está nos convidando a cuidar mais do que nunca de uma relação pessoal, sadia e gratificante com Deus, Trindade.
16/06/14 – Seg: 1Rs 21,1-16 – Sl 5 – Mt 5,38-42
17/06/14 – Ter: 1Rs 21,17-29 – Sl 50 – Mt 5,43-48
18/06/14 – Qua: 2Rs 2,1.6-14 – Sl 30 – Mt 6,1-6.16-18
19/06/14 – Qui: Dt 8,2-3.14b-16a – Sl 147 – 1Cor 10,16-17 – Jo 6,51-58
20/06/14 – Sex: 2Rs 11,1-4.9-18.20 – Sl 131 – Mt 6,19-23
21/06/14 – Sáb: 2Cr 24,17-25 – Sl 88 – Mt 6,24-34
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