A REALIDADE que virou mentira e moeda de troca
São Bento/Florianópolis/Brasília - Se obter informações é difícil, imaginem o sofrimento dos pacientes que precisam se deslocar de São Bento do Sul para Jaraguá, ainda mais agora com a BR-280 interditada e a viagem precisando ser feita por Joinville. Como acompanhamos o assunto e o pedido de desmembramento deste atendimento de Jaraguá para São Bento do Sul, desde o ano passado, a falácia do deputado Antonio Aguiar (PMDB), que na primeira Audiência Pública para mobilização da comunidade em prol da causa, mentiu e desmobilizou a todos com a sua declaração, por nós contestada de que “A QUIMIOTERAPIA JÁ É UMA REALIDADE EM SÃO BENTO DO SUL”, dia 23 de agosto (vide vídeo em www.jornalevolucao.com.br). Uma outra luta começou. De um lado o deputado garantindo e de outra nós o chamando de mentiroso e cobrando a sua “REALIDADE”. Vários passos foram dados e pelo trajeto da caminhada nada saiu do lugar. Nesta semana resolvemos voltar a mexer no assunto. Diante de uma provocação do assunto pelo vereador Fernando Mallon (PMDB), através do facebook, entramos novamente na briga e procuramos fazer contato com o Ministério da Saúde em Brasília, já que o governador em 5 de maio declarou que “agora os esforços seriam feitos junto ao Ministério da Saúde para liberar a quimioterapia”
Entramos em contato com a senhora Maria Inês Pordeus Gadelha no Ministério da Saúde em Brasília, que nos respondeu não poder dar informações e que as mesmas teriam que ser via Assessoria de Comunicação. Lá fomos nós, e através da Ouvidoria relatamos o caso, do qual não recebemos até agora nenhuma resposta. Ligamos novamente e fomos recomendados falar com a senhora Maressa Ribeiro no Ministério da Saúde que inteirada do assunto nos pediu para falar com a Secretaria de Saúde do Estado e solicitar o número do SIPAR, para voltar a falar com a mesma.
Na Ouvidoria da Secretaria da Saúde contamos tudo para a Caroline que nos pediu para ligar em outros dois números e falar com Argeu ou Sandra. As tentativas foram várias e que no final resultaram em nada. Nenhum dos dois disse saber do assunto nem o que é o tal do SIPAR. Conseguimos outra pista, falar com Angelina – Auto Custo - SES e esta foi a que mais rendeu. Claro que contamos toda a história novamente, ela foi paciente ouviu e nos deu a seguinte explicação: “Estes serviços são controlados pelo Ministério da Saúde e que não autoriza procedimentos isolados. Apenas o serviço completo de quimioterapia, radioterapia, cirurgias oncológicas, etc. Também que existe o problema da densidade populacional, pois em Porto União só foi autorizado inclusive por convênio para atender municípios do Paraná”. Disse também ter ouvido falar do assunto (pleito) de São Bento do Sul, mas não tinha mais informações. Recomendou então que falassemos com Karen diretora de Planejamento ou Grace – contratualização. Duas novas ligações e nenhuma pode atender pois estavam em reunião. Pediram que deixássemos o número do telefone que retornariam. Eram 15:15 de 10.06. Nenhum retorno.
Quarta-feira, 11.06 - 08:30 – Recebemos ligação do senhor Piva Gerente Operacional do Hospital Regional de Rio do Sul com o qual havíamos conversado no dia anterior, pois hospital de lá, passa pelo mesmo processo. O mesmo nos informou que estão cedendo área do solário para mudança da administração, espaço no qual deverão ser implantados os serviços de Quimioterapia. O projeto já está aprovado, mas as obras civis ainda não foram iniciadas e acredita que o funcionamento após as vistorias de praxe só serão iniciados a partir de maio do ano próximo, ou seja daqui a doze meses.
Já, as 09:50 ligamos novamente para a Secretaria de Saúde para falar com Grace ou Karen que ficaram de nos dar resposta, oportunidade que tivemos a felicidade de ser atendidos pelo senhor Gerson, solícito e prestativo, que informou que as duas senhoras ainda não haviam chegado. Se prontificou a inteirar-se do assunto, e informou que não existe credenciamento de quimioterapia isolada. Que tinha conhecimento superficial que o processo que foi aberto para São Bento do Sul foi enviado em 25 de abril para a Gerência de Auditoria. Que após parecer estando tudo em ordem o processo retorna para Florianópolis para deliberação na CIB para então ser encaminhado para o Ministério da Saúde. Disse também saber que o Ministério está sem recursos para autorizar novos credenciamentos. Gerson ainda se comprometeu de buscar todas as informações disponíveis e pediu que retornássemos a ligação após às 14:00
15:36 – Recebemos telefonema da senhora Neli, técnica da Gerência de Contratualização, a quem reportamos tudo novamente. Ela foi pronta e nos deu as seguintes informações?
a) Não há ainda qualquer pedido formal da quimioterapia para São Bento do Sul, por isto não existe a SIPAR solicitada pelo Ministério para dar informações sobre o assunto;
b) O que ela sabe é que um pedido de estudo foi feito para a GEPSA – Gerência de Planejamento do SUS, em função de uma nova portaria de janeiro (MS), para definição de nova rede; (quadro 1)
c) Que a definição para São Bento do Sul só deverá ocorrer após as obras físicas estarem prontas, os equipamentos instalados, funcionários e médicos contratados, para que aí sim ocorra uma vistoria e se aprovada passe pela reunião da CIB - Comissão Intergestores Bipartite que em aprovando, a solicitação de credenciamento será feita ao Ministério da Saúde, que fará nova vistoria, aprovando ou não.
A posição do Hospital e da Oncoclínica
Junto ao Sagrada Família obtivemos a informação que as cartas convite para empreiteiras já foram encaminhadas e que o prazo ainda não encerrou para as respostas. Após várias tentativas para falarmos com o médico Luiz Stoeberl da Oncoclica e informados que o mesmo está em curso, fomos atendidos por Olici P. Zat. Administradora da entidade que nos prestou as seguintes informações:
a) Que acredita piamente no funcionamento da quimioterapia em São Bento do Sul, junto ao Sagrada Família, por isso não temendo riscos de investimentos que serão realizados não surtirem o efeito;
b) Que muitas pessoas falam sobre o projeto e existe muito desencontro de informações;
c) Que o projeto físico e das instalações foi aprovado e encaminhado para a ANARQ – Núcleo de Análise de Projetos que aprovou ainda no mês de maio;
d) Que após o check-list (vistoria) será analisado pelo CIB e pedido do credenciamento no Ministério da Saúde.
e) Pelo seu otimismo tudo ainda funcionará no segundo semestre deste ano.
Entenda e saiba mais sobre o caso
Em julho do ano passado (2013), fomos procurados pelo vereador Fernando Mallon que havia perdido sua esposa vítima de câncer recentemente. Ainda bastante abalado. Mallom pediu para nos integrarmos a uma campanha para aliviar os pacientes de quimioterapia das viagens para Jaraguá do Sul, mobilizando a sociedade para que conseguíssemos um credenciamento para o tratamento ser realizado em São Bento do Sul, via SUS – Sistema Único de Saúde, uma vez que existe uma Oncoclínica na cidade mas que presta o serviço apenas em caráter particular. Iniciamos já com uma campanha de distribuição de banners e panfletos, cerca de 5.000 para chamar a atenção da população. Como os serviços deveriam abranger outros municípios da região, também procuramos agendar Audiências Públicas em São Bento do Sul, Campo Alegre e Rio Negrinho para sensibilizar e mobilizar a população pela causa. Da Gráfica JL recemos os panfletos e receberíamos cadernos para coleta de assinaturas em supermercados, colégios, indústrias e demais lugares de grande movimentação para apresentar ao governo do Estado em forma de abaixo-assinado. A Pró-Rim disponibilizou o pagamento de 6 outdoors para divulgação da campanha. Foi então marcada para o dia 23 de agosto de 2013 a primeira Audiência Pública no plenário da Câmara de Vereadores em São Bento do Sul. Plenário lotado por pacientes, Rede Feminina de Combate ao Câncer, imprensa e público em geral. Na mesa principal prefeitos de Rio Negrinho, São Bento do Sul, Campo Alegre, vereador Fernando Mallon, médico responsável pela Oncoclínica, deputados Silvio Dreveck (PP) e Antonio Aguiar (PMDB), que demonstrava possuir uma “carta na manga”. Permitiu que todos falassem, prometessem se engajar na campanha e sendo o último ao usar a palavra surpreendeu a todos com o anúncio: “A QUIMIOTERAPIA JÁ É UMA REALIDADE EM SÃO BENTO DO SUL” (confira em www.jornalevolucao.com.br – vídeos). Quase uma comoção, aplausos, choros, sorrisos, emoção de toda a platéia. A comemoração só foi quebrada quando o redator do Evolução Pedro Skiba, solicitou o microfone e disse: “Deputado o senhor está mentindo mais uma vez e usando politicamente um momento em que as pessoas estão emocionadas e fragilizadas. Não é bem assim e o senhor sabe que depende de autorização do Ministério da Saúde e outros trâmites. O senhor já mentiu uma vez ao prometer um veículo equipado para coleta de sangue e não cumpriu. Silêncio quase que sepulcral e quem quase foi para o sepulcro foi o jornalista. Pois bem daí para a frente o movimento esfriou e não teve continuidade, pois a palavra REALIDADE tem muita força. Vale lembrar que o anúncio do deputado seria para uma extensão do serviço prestado em Jaraguá do Sul e que dependeria de autorização daquele Município, do Governo do Estado e do Ministério Da Saúde, o que não foi viabilizado e a romaria dos pacientes de São Bento continua se arrastando até agora. Parece que quem continuou não acreditando na REALIDADE do deputado Aguiar foi o redator do Evolução e o vereador Mallon. O Evolução por sua vez passou a publicar em sua edição impressa todas as sextas feira e no saite www.jornalevolucao.com.br uma campanha para que o assunto não fosse esquecido, vide abaixo. Em sua segunda visita ao Município, 5 de maio, o Governador, que assinou um convênio para liberar R$ 110 mil para reparos em uma sala para possivelmente abrigar a quimioterapia no Hospital Sagrada Família, foi cobrado pelo vereador Mallon sobre o assunto, o qual respondeu: “Agora vamos passar a trabalhar pela liberação da Quimioterapia para a região junto ao Ministério Da Saúde”. Então surgiu uma nova revolta. Em 13 de agosto de 2013 segundo o deputado já era uma REALIDADE”. Só agora a mobilização junto ao Ministério da Saúde? Vários anúncios fraudulentos, bravatas do deputado Aguiar, o que nos levou ao périplo acima e a revelar a informações recebidas das referidas fontes. Também em recente pronunciamento na palavra livre na Câmara de vereadores, Fernando Mallon denunciou o deputado Aguiar por via telefone ter lhe pedido apoio político e em troca lhe oferecido verbas estaduais as quais seriam anunciadas como pleiteadas por Mallon, assim como lhe seria atribuído o mérito da conquista da Quimioterapia e mais um emprego no Governo do Estado. Mais uma vez indignado com esta atitude, Skiba entrou com representação no Ministério Público contra o deputado Aguiar por improbidade administrativa, cuja denúncia já está no Tribunal em Florianópolis.