Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste Domingo da Ascenção do Senhor, o Evangelho de Mateus, traz a última aparição de Jesus e o início da missão dos discípulos missionários. Terminada a missão de Jesus, aqueles que o acolheram começam o seu caminho. É o mesmo caminho do Filho, que dá testemunho do amor do Pai aos irmãos que ainda não o conhecem. O que Jesus propôs para Israel, seus discípulos missionários, propõem para todas as nações. Aqueles que nele descobriram a própria identidade de filhos a realizam agora indo ao encontro dois irmãos, até que o nome do Pai dos céus seja conhecido e santificado em toda terra. Se o Pai está vivo, os filhos não podem viver como órfãos! A perícope de hoje é uma espécie de posfácio, que contém um resumo de toda a obra de Mateus. É como o final de uma sinfonia, que retoma e funde numa única harmonia os temas abordados e desenvolvidos ao longo do Evangelho. Como todo texto, este também, dirige-se aos leitores, para que façam à experiência dos primeiros discípulos missionários, seus autores, nenhum Evangelho é obra de um autor isolado, e destinatário, neste sentido, leitores como os de hoje. Assim como os discípulos missionários históricos, os leitores, agora simbolicamente, dirigem-se para a Galileia, onde tudo começou, ‘para o’ monte indicado por Jesus. Em Mateus, ‘monte’ tem um significado especial. São vários os montes ‘teológicos’: o das bem aventuranças, onde o Filho anuncia a vontade do Pai; aquele onde se retira para rezar; aquele onde cura os doentes; o da transfiguração, onde ressoa a voz do Pai que manda ouvir a voz do Filho, e este da ascensão. Seja como for, não se trata de um monte qualquer, mas de um monte preciso. Neste momento e neste monte, os discípulos missionários o veem e o adoram. ‘Adorar’ é levar à boca, beijar. A finalidade da nossa existência é o beijo do Filho. É o mesmo beijo do Pai, por ele e por nós! A dúvida faz parte do encontro. A fé entrega total de si ao Totalmente Outro, é a superação da dúvida. Aquele que se dirige ao monte conhece o Filho e recebe o seu mesmo poder. Poder de tornar-se irmão de todos, para que toda pessoa seja imersa no único amor do Pai e do Filho, que torna o ser humano capaz de ‘fazer’ tudo o que Jesus mandou. Neste modo, ele é Deus-conosco, para levar o mundo ao seu cumprimento. Os discípulos missionários não devem ‘ensinar’, mas tornar as pessoas discípulos missionários do único Mestre. Sua missão é comunicar aos outros o mesmo poder que Jesus lhes comunicou: o poder de escutar e fazer a Palavra, para tornar-se um povo que dê o fruto do reino. Discípulo missionário é aquele que foi batizado, quer dizer, imerso, mergulhado. Não na água, onde se morre e da qual os discípulos missionários devem salvar as pessoas, mas em Deus, do qual Espírito se respira e vive. Os pescadores da Galileia serão, assim, pescadores de homens. O Filho os pescou do abismo para batizá-los na luz; agora, pescarão os irmãos, fazendo aos outros, o que no início, foi feito com eles. Mateus descreve a despedida de Jesus, traçando as linhas de força que devem orientar para sempre os seus discípulos missionários, os traços que devem marcar sua Igreja para cumprir fielmente a sua missão. O ponto de partida é a Galileia. Aí Jesus os convoca. A ressurreição não deve levá-los a, esquecerem o que viveu com ele na Galileia. Ali eles o ouviram falar de Deus com parábolas comovedoras. Ali o viram aliviando o sofrimento, oferecendo o perdão de Deus e acolhendo os mais esquecidos. É precisamente isto o que devem continuar transmitindo.
02/06/14 – Seg: At 19,1-8 – Sl 67 – Jo 16,29-33
03/06/14 – Ter: At 20,17-27 – Sl 67 – Jo 17,1-11a
04/06/14 – Qua: At 20,28-38 – Sl 67 – Jo 17,11b-19
05/06/14 – Qui: At 22,30; 23,6-11 – Sl 15 – Jo 17,20-26
06/06/14 – Sex: At 25,13b-21 – Sl 102 – Jo 21,15-19
07/06/14 – Sáb: At 28,16-20.30-31– Sl 10 – Jo 21,20-25
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