Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 5º Domingo do Tempo da Páscoa, o Evangelho de João, mostra que os discípulos missionários sentem-se órfãos e perdidos diante do anúncio da partida de Jesus. O que será deles quando o Senhor não estiver mais com eles? É a pergunta que a Igreja se coloca: o que fazer neste tempo entre a sua partida e o seu retorno? A comunidade cristã nasce de uma compreensão profunda da sua partida: Jesus não está ausente: apenas deu início a uma nova presença, que se concretiza no amor recíproco como ele nos amou. Não estamos abandonados: doa-nos o seu Espírito, que nos faz viver nele, como ele vive em nós. A sua morte não é o fim de um belo sonho: é o cumprimento em que ele é glorificado e nós nascemos para uma vida fecunda de filiação e fraternidade. Os discípulos missionários, quer dizer, encontram, muitas dificuldades nesta longa espera. A partida de Jesus deixa um vazio e corre-se o risco de preenchê-lo por substitutivos. O caminho é um, mas os desvios são tantos; a verdade exige busca, a mentira brota espontaneamente; a vida cresce com lentidão, enquanto a morte chega de improviso, qualquer cochilo pode precipitá-la. As dificuldades exteriores também tem seu peso. O ambiente hostil não ajuda a caminhar pelo caminho reto e certo, a encontrar a verdade e a promover a vida. Ao contrário, opõe-se duramente, às vezes mortalmente, a quem o questione, o enfrente ou ameace. O caminho a seguir, porém, é claro: a fé em Jesus e o amor que vem do seu Espírito. É a herança que o Senhor nos deixou. Graças a ela podemos percorrer o seu mesmo caminho. A partida de Jesus abre a nossa história ao seu caminho de Filho. O futuro do mundo é visto como constante e progressiva glorificação do Pai no Filho do Homem e de cada homem nele, o Filho. No primogênito, encerra-se e revela-se o mistério de cada homem, filho e irmão. O mal-estar dos discípulos missionários é vencido pelo conhecimento da verdade, que os faz entender que a sua partida é o cumprimento da sua obra. É a partida que revela Jesus definitivamente como caminho, verdade e vida. Caminho para se chegar a Deus, verdade e vida do Homem! Se antes o Mestre estava conosco, agora ele está em nós, mediante o dom do Espírito, o amor, a fé e a oração. O que mudou é a forma da presença. Agora, há uma nova presença, que realiza a grande promessa: a Aliança nova entre Deus e o ser humano, que supera a morte, pois é comunhão com o Senhor mediante o seu Espírito que está em nós. Os discípulos missionários tinham convivido com ele só dois anos e alguns meses, mas, junto a ele, tinham aprendido a viver com confiança. Agora, ao separar-se, Jesus quer deixar uma coisa bem gravada nos seus corações: “Não se perturbe vosso coração. Crede em Deus. Crede também em mim”. É seu grande desejo. Jesus começa, então, a lhes dizer palavras que nunca tinham sido pronunciadas por ninguém na terra: “Vou preparar-vos um lugar na casa do meu Pai”. A morte não vai destruir nossos laços de amor. Um dia, estaremos de novo juntos. “E para onde eu vou, vós sabeis o caminho”. Os discípulos missionários escutavam desconsertados. Como não vão ter medo? Se até Jesus, que havia despertado neles tanta confiança vai ser arrebatado deles, logo em seguida, de maneira injusta e cruel! Afinal, em quem podemos por nossa esperança última? Tomé intervém para chamar à realidade: “Senhor, não sabemos a onde vais. Como podemos saber o caminho?”. Jesus lhe responde sem pestanejar: “Eu sou o caminho que leva ao Pai” o caminho que leva desde já a experimentar Deus como Pai.
19/05/14 – Seg: At 14,5-18 – Sl 113b – Jo 14,21-26
20/05/14 – Ter: At 14,19-28 – Sl 144 – Jo 14,27-31a
21/05/14 – Qua: At 15,1-6 – Sl 121 – Jo 15,1-8
22/05/14 – Qui: At 15,7-21 – Sl 95 – Jo 15,9-11
23/05/14 – Sex: At 15,22-31 – Sl 56 – Jo 15,12-17
24/05/14 – Sáb: At 16,1-10 – Sl 99 – Jo 15,18-21
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