27/04/14 Dom: At 2,42-47 – Sl 117 – 1Pd 1,3-9 – Jo 20,19-31

Neste 2º Domingo do Tempo da Páscoa, o Evangelho de João, mostra Jesus que visita os discípulos missionários no mesmo lugar em que, durante a Última Ceia, tinha garantido que não os deixaria órfãos. Ele prometera que voltaria para lhes dar a sua paz e a sua alegria, tornando-os suas testemunhas na força do Espírito Santo. Diferentemente do livro dos Atos dos Apóstolos, no qual o dom do Espírito é feito em Pentecostes, o Evangelho de João o antecipa na cruz e Jesus o ‘insufla’ nos discípulos missionários na tarde do mesmo dia da Páscoa. Quando, no relato da cruz, João diz que Jesus “entregou o Espírito”, essa afirmação tem que ser lida como quase todo o Evangelho de João, em dois níveis: o nível histórico dos fatos brutos e o nível teológico que capta e transmite a profundidade do real. É nesse segundo nível que, na cruz, Jesus está entregando, dando, comunicando o Espírito Santo. É o Espírito da nova e eterna Aliança, prometida em Jeremias, que nos dá um novo coração, um coração capaz de viver o que a Lei mandava, mas não tornava possível. Jesus pede que os discípulos missionários recebam, quer dizer, acolham o Espírito Santo. Na verdade, o Espírito Santo é o amor que ele recebe e dá. Ele nos dá o Espírito totalmente, sem medidas. Se O temos pouco, é porque nos fechamos muito, pois cada um tem não quanto recebe, mas quanto acolhe. O Espírito, sendo amor, é também perdão. Se o amor é dom, o perdão, ‘per-donum’ é amor superabundante, excessivo, mais do que dom. ‘Perdoar vem de ‘dar’, ‘doar’ e de ‘per’, que significa ‘mais ainda’, ‘fora dos limites’. A comunidade recebe o poder de perdoar os pecados, perdoar os pecados não é fácil, aliás, é milagre. É milagre maior do que ressuscitar um morto. Quem perdoa alguém ressuscita dois mortos: o ofendido e o ofensor. Maria Madalena comunicou aos discípulos missionários sua experiência e lhes anunciou que Jesus vive, porém eles continuam fechados numa casa com as portas trancadas por medo dos judeus. O anuncio da ressurreição não dissipa seus medos. Não tem força para despertar sua alegria. O evangelista evoca em poucas palavras seu desamparo no meio de um ambiente hostil. Vai ‘anoitecer’. Seu medo os leva a fechar bem todas as portas. Buscam segurança. É sua única preocupação. Ninguém pensa na missão recebida de Jesus. Não basta saber que Jesus ressuscitou. Não é suficiente escutar a mensagem pascal. Àqueles discípulos missionários falta o mais importante: a experiência de sentir Jesus ao vivo no meio deles. Só quando Jesus ocupa o centro da comunidade, converte-se em fonte de vida, de alegria e paz para os crentes. Os discípulos missionários “se enchem de alegria ao ver o Senhor”. É sempre assim. Numa comunidade cristã, a alegria desperta quando ali, no meio de todos, é possível ‘ver’ Jesus ao vivo. Nossas comunidades não vencerão os medos, nem sentirão a alegria da fé, nem conhecerão a paz que só Cristo pode dar, enquanto Jesus não ocupar o centro de nossos encontros, reuniões e assembleias, sem que ninguém O esconda. Às vezes, somos nós mesmos que o fazemos desaparecer. Reunimos-nos ‘em seu nome’, porém Jesus está longe de nosso coração. Damos-nos a ‘paz do Senhor’, porém tudo fica reduzido a uma saudação entre nós. Lê-se o Evangelho e dizemos que é ‘Palavra do Senhor’, porém, às vezes, só escutamos o que o pregador diz. Na Igreja, estamos sempre falando de Jesus. Em teoria, não há nada mais importante para nós.

Neste Domingo da Misericórdia, o Papa Francisco, Canoniza dois de seus antecessores: João XXII e João Paulo II. Que estes santos roguem por nós!

28/04/14 – Seg: At 4,23-31 – Sl 2 – Jo 3,1-8

29/04/14 – Ter: At 4,32-37 – Sl 92 – Jo 3,7b-15

30/04/14 – Qua: At 5,17-26 – Sl 33 – Jo 3,16-21

01/05/14 – Qui: At 3,11-26 – Sl 8 – Lc 24,35-48

02/05/14 – Sex: At 4,1-12 – Sl 117 – Jo 21,1-14

03/05/14 – Sáb: At 4,13-21– Sl 117 – Mc 16,9-15

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