Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 2º Domingo do Tempo da Quaresma, o Evangelho de Mateus, mostra que o Pai só fala duas vezes e, nas duas, diz a mesma coisa: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado”. A primeira, no batismo; a segunda aqui, depois de haver predito sua morte e ressurreição. A Transfiguração é a confirmação do caminho tomado por Jesus no batismo recebido por João Batista. Lá, ele começou a vida pública, aqui, a caminhada rumo a Jerusalém. O Pai confirma o que Jesus terminara de dizer: reconhece aquele que acaba de ser reconhecido por Pedro como o Messias e o Filho de Deus; aquele que tomou a forma de servo sofredor, que Pedro não aceita; aquele que chama os discípulos missionários a seguir o Seu caminho; aquele que se declara juiz do mundo. Diante de três homens do presente João, Pedro e Tiago, e de dois personagens do passado, Elias e Moisés, o Filho do Homem é proclamado, pelo Pai, Filho de Deus. A última palavra é do Pai, aquele que, desde sempre, pronunciou a Palavra! Encerra-se o debate sobre a identidade de Jesus; indica-se o drama da negação desta identidade. O Pai tem uma só Palavra. O Pai tem a Palavra, o Filho, que o revela plenamente. Esta Palavra é o Filho, que o revela em seus gestos e palavras. Por isso, o Pai pede que escutemos esta Palavra. Nós nos tornamos aquilo que escutamos. Escutando o Filho, nos tornamos como ele, filhos, e, consequentemente, irmãos. A Transfiguração não é um acaso na trajetória de Jesus, mas experiência fundamental de sua vida. A escolha feita no batismo é, na Transfiguração, confirmada como o caminho que leva à liberdade humana e à glória de Deus. Este caminho leva à cruz, passagem obrigatória, da humanidade pecadora, para a glória. O evento exterior é reflexo do acontecimento interior. É uma iluminação interior tão forte, segundo Lucas, Jesus rezando, que transfigura o seu corpo em sol, luz, brancura. A visão, pelos discípulos missionários, do evento exterior, também é importante: quando Jesus ressuscitar, eles vão recordar esta experiência, e saber que o Ressuscitado é o mesmo Jesus que, tendo seguido fielmente seu caminho, foi crucificado. A Transfiguração do Filho não é só uma antecipação da sua ressurreição, mas também da nossa. A semente de nossa vida divina é lançada quando decidimos, para valer, ‘escutar’ Jesus e ‘fazer’ a sua palavra. É assim que nossa vida é transformada, tornando-se como a dele, e, à medida da nossa generosidade, na sua medida plena. Jesus, na sua humanidade, mostra a sua divindade. Aquilo que, no dia a dia, transparece nas atitudes, gestos e palavras de Jesus, agora, reluz, iluminando, com luz nova, as atitudes, os gestos, as palavras do Filho do Homem. Os discípulos missionários, representados por João, Pedro e Tiago, veem, como que sem véus, um reflexo da glória do Senhor. “Escutando o que ele diz”, são transformados, pelo Espírito Santo, na imagem do Filho. O céu toca a terra, para que a terra chegue ao céu! Jesus toma consigo seus discípulos mais íntimos e os leva a uma ‘montanha alta’. Não é a montanha a onde o tinha levado o tentador para lhe oferecer o poder e a glória de ‘todos os reinos do mundo. É a montanha na qual seus discípulos missionários mais íntimos vão poder descobrir o caminho que leva à glória da ressurreição. O rosto transfigurado de Jesus ‘resplandece como o sol’ e manifesta em que consiste sua verdadeira glória. Não provem do diabo, mas de Deus, seu Pai. Não se alcança pelos caminhos satânicos do poder humano, mas pelo caminho paciente do serviço oculto, do sofrimento e da crucifixão.
17/03/14 – Seg: Dn 9,4b-10 – Sl 78 – Lc 6,36-38
18/03/14 – Ter: Is 1,10.16-20 – Sl 49 – Mt 23,1-12
19/03/14 – Qua: 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 – Sl 88 –
Rm 4,13.16-18.22 – Mt 1,16-21.24a ou Lc 2,41-51a
20/03/14 – Qui: Jr 17,5-10 – Sl 1 – Lc 16,19-31
21/03/14 – Sex: Gn 37,3-4.12-13a.17b-28 – Sl 104 – Mt 21,33-43.45-46
22/03/14 – Sáb: Mq 7,14-15.18-20 – Sl 102 – Lc 15,1-3.11-32
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