23/02/14 Dom: Lv 19,1-2.17-18 – Sl 102 – 1Cor 3,16-23 – Mt 5,38-48

Neste 7º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mateus, mostra que convém, antes de tudo, dizer que o contexto é o longo texto que vai do versículo 21 ao versículo 48 do capitulo 5. Aí aparecem os “eu, porém, vos digo” de Jesus. São seis antíteses: “foi dito e eu, porém, vos digo”! Na verdade, contudo, se olharmos melhor, e lembrarmos o versículo 17 do texto passado: “eu não vim abolir, mas cumprir de modo perfeito a Lei e os Profetas”, não são propriamente antíteses. De fato, Jesus não propõe uma lei diversa; a lei não é nova, mas antiga. O que é novo é a realização, o perfeito cumprimento. Ninguém jamais a propôs e a realizou deste modo, que é o modo do Filho. Por quê? Porque, como vimos no texto passado, o principio da sua justiça é o amor do Pai. Por detrás da Lei, está uma Presença: por detrás da Lei, está o amor, aliás, o Pai. Os versículos 38 a 42 tratam da chamada justiça vindicativa. A lei do talião, quer dizer. ‘do tal e qual’, é substituída pela lei da misericórdia. A lei da misericórdia é a única a vencer o mal e resgatar o transgressor. Os versículos 43 a 47 versam sobre o amor ao próximo, que, para Jesus, é irmão. O amor ao próximo deve estender-se a todos, inclusive aos inimigos. Só quem age assim é filho de Deus, porque Deus age assim. O versículo 48 é o mais importante. É o ponto central, que compreende tudo, que inclui e conclui tudo. É como o alto da montanha, de onde se contempla todo o panorama. O que o versículo 48 ensina é uma das pedras de toque do Evangelho: “Sede perfeitos ou misericordiosos ou santo, como É o vosso Pai que está nos céus”. Somos chamados a ser perfeitos como o Pai, porque somos filhos. É a essência do Evangelho. É a vida de Deus da qual Jesus veio nos tornar participantes. A ética ‘natural, fundamentada na nossa natureza profunda, é, por sua natureza, ‘sobrenatural’, pois a natureza do ser humano é ser como Deus. O chamado a amar é sedutor. Seguramente, muitos escutavam com satisfação o convite de Jesus a viver numa atitude aberta de amizade e generosidade para com todos. O que menos podiam esperar era ouvir Jesus falar de amor aos inimigos. Só um louco podia dizer-lhes com tanta convicção algo tão absurdo e impensável: “Amai vossos inimigos, rezai pelos que vos perseguem, perdoai setenta vez sete”. Jesus sabe o que está dizendo? É isso que Deus quer? Os ouvintes o escutavam escandalizados. Será que Jesus se esqueceu de que seu povo vive submetido a Roma? Esqueceu os estragos cometidos pelas legiões? Não conhece a exploração dos camponeses da Galileia, indefesos diante dos abusos dos poderosos latifundiários? Como pode falar de perdão aos inimigos, se tudo os convida ao ódio e a vingança? Jesus não lhes fala arbitrariamente. Seu convite nasce de sua experiência de Deus, o Pai de todos não é violento, mas compassivo. Não busca a vingança nem conhece o ódio, seu amor é incondicional para com todos: “Ele faz nascer o sol sobre bons e maus, manda a chuva para justos e injustos”. Não discrimina. Não ama só aos que lhe são fiéis. Seu amor está aberto a todos. Esse Deus que não exclui ninguém de seu amor vai nos atrair a viver como ele. Este é, em síntese, o chamado de Jesus: “Sede parecido com Deus. Não sejais inimigos de ninguém, nem mesmo dos que são vossos inimigos. Amai-os para que sejais dignos do vosso Pai do céu”. Jesus não está pensando que devemos querê-los com afeto e o carinho que sentimos para com os nossos seres mais queridos. Amar o inimigo é, simplesmente, não nos vingar, não lhe fazer mal, não lhe desejar o mal. Antes, pensar no que pode ser bom para ele. Tratá-lo como gostaria de ser tratado.   

24/02/14 – Seg: Tg 3,13-18 – Sl 18 – Mc 9,14-29

25/02/14 – Ter: Tg 4,1-10 – Sl 54 – Mc 9,30-37

26/02/14 – Qua: Tg 4,13-17 – Sl 48 – Mc 9,38-40

27/02/14 – Qui: Tg 4,1-6 – Sl 48 – Mc 9,41-50

28/02/14 – Sex: Tg 5,9-12 – Sl 102 – Mc 10,1-12

01/03/14 – Sáb: Tg 5,13-20 – Sl 140 – Mc 10,13-16

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