Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 6º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho Mateus, mostra importantes palavras de Jesus: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento”. A Lei e os profetas são coisa boa. A lei, de fato, manda fazer o que faz a vida crescer e proíbe o que faz a vida diminuir. Os Profetas remetem a ela, denunciando suas transgressões e prometendo um coração novo e um Espírito novo; só um coração novo, dado por um Espírito novo, podem fazer a pessoa caminhar pelos caminhos de Deus. É claro, Paulo vai fazer desta tese um dos núcleos de sua pregação, não salva ninguém. O ser humano, depois do pecado, considera o bem, mal e o mal, bem. Quando se dá conta disso, já errou, e, procurando justificar-se, no sentido de tornar-se justo, erra mais ainda. A transgressão se torna um hábito, uma espécie de imperativo, uma coação a fazer o que é proibido e a não fazer, e não querer fazer, o que é ordenado. É a escravidão do vício, vício é um mal hábito. A gente pode perceber o vício, mas tem dificuldade de reconhecê-lo e mais ainda de admiti-lo. Como, porém, seria importante adimiti-lo, para começar a vencê-lo. O primeiro dos famosos ‘Doze Passos dos Alcoólicos Anônimos’, começa pela admissão da própria escravidão: “Reconheço que sou um alcoólico anônimo”! A Lei, com as suas proibições e mandamentos, paradoxalmente, faz com que o pecado motre a sua potencialidade negativa. A Lei é boa, ninguém diz que não, mas é “para as transgressões”, diz Paulo. Sem lei, não há crime. Se a lei não condena determinado ato, não há crime. Pior ainda: ela serve, em última análise, para estimular o apetite do pecado e fazer sair o veneno que existe em nós. É como se disséssemos: ‘Se é proibido é bom. Deve ser bom, senão não seria proibido. A lei é um estraga prazer”! A lei, mostrando o caminho certo, ai está o paradoxo, ao mesmo tempo provoca, acusa e pune a pecaminosidade. Ela é, pois, ao mesmo tempo, carcereira, pedagoga e tutora do ser humano. É colocada ao serviço da vida, mas, por causa do pecado, não dá senão morte. Jesus veio libertar-nos da escravidão do pecado e, consequentemente, da lei. Mas ele não faz isso abolindo a lei. Seria vazer o bem virar mal, e o mal virar bem. Como é que Jesus liberta da lei? Cumprindo-a de modo superior, divino! Jesus não para na lei. Ele vê e vai além da lei. Por detraz da lei, está o Senhor, que dá a vida e resuscita dos mortos. Por detraz da palavra que indica o caminho certo e condena a transgressão, está o Pai, que, louco por amor por seus filhos, acolhe de volta o transgressor e o perdoa. Jesus é primeiro que vive o amor. Extremamente por isso, cumpre alei, na medida em que esta, sendo justa, é expressão do amor do Pai por nós. A justiça de Jesus não é a dos escribas e fariseus, que, segundo os Evangelhos, estão mais atentos à lei que ao Pai e aos irmãos, mas a justiça ‘excessiva’ do Filho, igual a justiça do Pai, que faz entrar no Reino. ‘excessiva’ por que? “Se a vossa justiça não for maior, não exceder, que a dos excribas e fariseus”. Jesus, portanto, não é o fim da lei. A palavra ‘fim’ aqui é usada no sentido de terminar, abolir, acabar com. Jesus é o fim da lei. Neste segundo sentido uso a palavra ‘fim’, a gente quer dizer finalidade, meta, termo, ideal. Em outras palavras: não e a abolição, mas a perfeita realização, o perfeito cumprimento. Jesus vive a palavra dada a Moisés e sempre de novo lembrada pelos Profetas. Ele é o Filho que cumpre perfeitamente a vontade do Pai, expressa, ainda que de modo imperfeito, na lei.
17/02/14 – Seg: Tg 1,1-11 – Sl 118 – Mc 8,11-13
18/02/14 – Ter: Tg 1,12-18 – Sl 93 – Mc 8,14-21
19/02/14 – Qua: Tg 1,19-27 – Sl 14 – Mc 8,22-26
20/02/14 – Qui: Tg 2,1-9 – Sl 33 – Mc 8,27-33
21/02/14 – Sex: Tg 2,14-24.26 – Sl 111 – Mc 8,34-9,1
22/02/14 – Sáb: 1Pd 5,1-14 – Sl 22 – Mt 16,13-19
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