Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 5º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mateus, que vem imediata depois das bem-aventuranças. O horizonte apaixonado e apaixonante das Bem-Aventuranças torna possível o testemunho de Jesus até à injúria e à perseguição. Aliás, convém ressaltar a ligação imediata deste texto com a última bem-aventurança: “Bem-aventurado sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa no céu”. Este texto, portanto, é um desenvolvimento da bem-aventurança sobre os perseguidos pela justiça. Esta perseguição faz nascer o ‘vós’ da Igreja. Note-se que, enquanto as oito precedentes bem-aventuranças se dirigem a ‘eles’, a nona se dirige a ‘vós’: “bem-aventurados sois vós”. A perseguição faz nascer, como estávamos dizendo o ‘vós’ da Igreja, em tudo semelhante ao Mestre, batizada no seu mesmo batismo. Neste sentido o versículo 13 indica a ‘identidade’ dos discípulos missionários perseguidos: “vós sois o sal da terra”! Já os versículos de 14 a 16 falam da sua ‘relevância’ ou ‘importância’: “Vós sois a luz do mundo, a cidade construída sobre um monte, a lucerna colocada sobre o candeeiro”! Na perseguição os discípulos missionários não devem deixar-se abater. Devem sentir-se identificados com o seu Senhor. Devem viver com alegria a bem-aventurança de estar e ser com ele e como ele. A cruz, na verdade, os torna semelhante a ele, que lhe vem ao encontro e que ele abraça por amor e por causa do amor ao Pai e aos irmãos. A cruz faz com que eles se tornem “sal da terra”. Dá a Adão, que vem da terra e é terra, e é cada um de nós, o sabor e a sua identidade de filho. E é justamente esta identidade que dá aos discípulos missionários relevância. A identidade garante a relevância: ser luz do mundo, que conquista os outros com sua beleza, o su calor, o seu vigor. A evangelização, e quanto se fala dela nas ultimas décadas, acontece através do testemunho de quem cumpre em si o que falta à paixão do Filho pelos irmãos. O que falta à paixão de Cristo é a minha ‘paixão’ pelo Pai e pelos irmãos! O Testemunho, que é a mais perfeita forma de evangelizar, é ao mesmo tempo ‘sal’, escondido aos olhos mas perceptível ao paladar, e ‘luz’, manifesta e visível, fazendo que todos experimentem a Glória de Deus! Se, os discípulos missionários viverem as bem-aventuranças, sua vida terá um impacto social. É Jesus mesmo que diz, empregando duas metáforas inesquecíveis. Ainda que os discípulos missionários pareçam um grupo insignificante em meio àquele poderoso império controlado por Roma, serão “sal da terra” e “luz do mundo”. Não é uma pretensão ridícula? Jesus lhes explica como isso pode acontecer. O sal não parece grande coisa, porém, começa a produzir seus efeitos precisamente quando se mistura com os alimentos e parece desaparecer. A mesma coisa acontece quando se acende uma luz: só pode iluminar quando a colocamos no meio das trevas. Jesus não está pensando numa Igreja separada do mundo, escondida atrás de suas doutrinas e ritos, fechada em si mesma e em seus problemas. Jesus quer introduzir na história humana um grupo de seguidores capazes de transformar a vida vivendo as bem-aventuranças. Não nos é permitido servir-nos da Igreja para satisfazer nossos gostos e preferências. Jesus quis uma comunidade para ser sal e luz. Evangelizar não é combater a secularização moderna com estratégicas humanas, menos ainda fazer da Igreja uma ‘contra-sociedade’. Só uma Igreja que vive o Evangelho pode responder ao desejo original de Jesus.
10/02/14 – Seg: 1Rs 8,1-7.9-13 – Sl 131 – Mc 6,53-56
11/02/14 – Ter: 1Rs 8,22-23.27-30 – Sl 83 – Mc 7,1-13
12/02/14 – Qua: 1Rs 10,1-10 – Sl 36 – Mc 7,14-23
13/02/14 – Qui: 1Rs 11,4-13 – Sl 105 – Mc 7,24-30
14/02/14 – Sex: 1Rs 11,29-32; 12,19 – Sl 80 – Mc 7,31-37
15/02/14 – Sáb: 1Rs 12,26-32; 13,33-34 – Sl 105 – Mc 8,1-10
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