Antes de mais nada, nesta primeira edição do Jornal Evolução deste ano, gostaria de desejar a todos os amigos leitores um excelente 2014! Que seja um ano repleto de alegrias, saúde, sucesso e realizações. E, principalmente, que todos os sonhos tornem-se realidade e que seus projetos sejam efetivamente construídos!
Retomamos nossa coluna trazendo um exemplo de construção que vem de nossa vizinha Argentina, mais precisamente na cidade famosa por ser a cidade mais austral (ao sul) do planeta, carinhosamente chamada de Fim do Mundo: Ushuaia. No dia 7 de janeiro, iniciou-se por lá a construção da primeira casa autossustentável da América Latina. O projeto, que leva o nome de “Tol-Haru, Ushuaia – A Nave Terra do Fim do Mundo”, foi criado pela ONG Natureza Aplicada à Tecnologia (NAT) e conta com a colaboração do arquiteto Michael Reynolds.
Segundo Reynolds, a casa é um “modelo de sobrevivência simples” e consiste em duas construções em forma de cilindro de 50 metros quadrados, fabricadas utilizando cerca de 80% de materiais reciclados: 300 pneus, 3.000 latas de alumínio, 5.000 garrafas de plástico e 3.000 garrafas de vidro, entre outros. A Nave Terra do Fim do Mundo não utilizará combustíveis fósseis; gerará seu próprio alimento; coletará, administrará e reciclará sua própria água bem como irá reciclar seus resíduos orgânicos. A casa utilizará energia solar e eólica e, ao seu redor, uma armação de vidro criará um efeito estufa para manter a temperatura constante entre 18 e 22 graus: “cada residência é uma célula viva que obtém tudo que seus habitantes necessitam por meio da interação com o meio ambiente, como o sol, a chuva, a gravidade e o vento”.
O plano da “Tol-Haru” conta com o apoio do governo da Província da Terra do Fogo, que declarou o projeto “de interesse legislativo”. O prefeito da cidade, Federico Sciurano, o descreve como “a implementação de um novo sistema de residências funcionais e ecologicamente autossustentáveis, que se propõe a resolver a profunda crise habitacional enfrentada por todo o mundo, bem como os graves problemas ambientais dos quais padecemos, entre eles o destino do lixo e o déficit na prestação dos serviços essenciais como água, gás e eletricidade”. (Alguém lembrou da falta de água no litoral neste fim de ano?!)
Além desta construção, a cidade de Ushuaia faz parte do pacto dos prefeitos da União Europeia assinado em 2012, no qual se comprometeram a desenvolver energias limpas para reduzir em 20% as emissões de dióxido de carbono até 2020. Dentro da Argentina, aliás, já existem outras iniciativas de construções ecológicas. Para o organizador Mariano Torre, esta construção espera demonstrar que este tipo de construção é segura, confortável e amigável, e que “Oxalá possamos fazer um novo mundo a partir do Fim do Mundo”.
E nós, brasileiros, como estamos nessa seara? Será que podemos aprender alguma coisa com nossos “hermanos”??